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A GAZETA inicia entrevistas ao governo com Marcio Bittar

Se eleito, Marcio Bittar promete reforma administrativa
Se eleito, Marcio Bittar promete reforma administrativa

Nesta semana o jornal A GAZETA deu início à rodada de entrevistas com os candidatos que disputam o Governo do Estado nas eleições deste ano. O candidato pela coligação Aliança Por Um Acre Melhor, deputado federal Marcio Bittar (PSDB) foi o primeiro entrevistado da série.

O candidato recebeu a equipe de reportagem do jornal em seu apartamento no bairro Cohab do Bosque. Em um bate papo descontraído, Marcio falou sobre os desafios de governar o Acre. Falou também sobre educação, habitação, saúde, segurança pública e saneamento básico.

Para alavancar o desenvolvimento do Estado, o candidato prometeu baixar a carga tributária, promovendo uma ampla reforma administrativa. Para industrializar o Estado, o candidato acredita que é preciso despartidarizar o governo. No lugar da política partidária, o saber, a técnica e o planejamento, além de saber qual a necessidade dos países vizinhos. Confira a entrevista.

A GAZETA – Segundo dados do IPEA, o Acre é um dos estados mais endividados no Brasil. Levando em consideração essa informação, como o senhor pretende governá-lo?
Marcio Bittar – Tenho um sentimento de muita responsabilidade com o Estado, com o nosso povo e sua história. Como governador, sem sombra de dúvida, a minha responsabilidade está em trazer uma qualidade de vida melhor ao acreano, em todos os sentidos. Minha primeira atitude será arrumar a casa, pois, ela está absurdamente desarrumada. É preciso que se gaste menos com o governo e mais com as pessoas. E é exatamente o contrário que o atual governo faz. Não tem cabimento essa gestão querer colocar praticamente todo mundo do partido no governo, não cabe. Isso gera custo e alto. Quando o PT toma a atitude de aumentar secretarias, cargos de confiança, politizando e partidarizando o Estado, quem paga a conta é a população. A consequência disso é o aumento da carga tributária e, consequentemente, a inibição da economia. O carro chefe do meu plano de governo é fazer uma reforma administrativa no Estado. Isso se faz necessário para diminuir os gastos e consequentemente sair desse patamar de devedor. Não estou dizendo que sairei por aí demitindo os servidores públicos, até porque isso não pode. O que estou dizendo é que não tenho compromisso com essas pessoas que não adquiriram seus empregos sem concurso. Refiro-me a esse absurdo de cargos comissionados. Cortarei em 40% as funções de confiança. Os cargos que continuarem existindo serão distribuídos por competência e deverão ter ficha limpa na Justiça. Não tem outra forma de melhorar a saúde das pessoas, educação, segurança pública, se o Estado continuar gastando toda a sua energia e o dinheiro com seus companheiros do partido.

A GAZETA – Como o senhor pretende trabalhar a questão da carga tributária?
Marcio Bittar – Ao longo do meu mandato, uma das minhas prioridades será baixar a carga tributária. Não se consegue aquecer a economia com uma carga de tributária tão alta como a nossa. Para isso, farei uma reforma administrativa. O objetivo é reduzir os gastos. A receita é aquela que a gente aprende na nossa casa, fechando a torneira, não jogar comida fora, apagar a luz. Dinheiro público tem que ser tratado com esta mesma austeridade. Para novos investimentos no Estado, a carga tributária será zero. Acredito que devemos criar incentivos para que novas empresas se interessem em se instalar em nosso Estado e acredito que essa é uma boa forma. Agora, isso não significa que essas empresas terão a isenção à vida toda. Pelo contrário. Esse incentivo será dado até a empresa se estabilizar no Acre. Para industrializar o Estado, é preciso despartidarizar o governo, que não pode pertencer ao PT e PCdoB. Já falei e repito, no lugar da política partidária, levarei ao governo o conhecimento, o saber, a técnica. Quem tem que dizer o que o Acre precisa produzir é o estudo, é a técnica. Também é necessário exigir uma compensação da União pela preservação que o Acre faz, nos mesmos moldes da Zona Franca de Manaus.

A GAZETA – Um dos principais problemas no Estado diz respeito à saúde. Quais são as metas do seu plano de governo para esta área tão delicada?
Marcio Bittar – A população acriana manifesta uma grande insatisfação nessa área, tanto é que a saúde foi considerada o segundo maior problema do Estado. O primeiro é a segurança pública. Atualmente, a população se depara com filas para todos os procedimentos relacionados à saúde. Quanto à questão dos exames, o meu governo vai fazer dois novos centros de exames, um na Capital e outro no Juruá. A finalidade é combater, ao longo desses quatro anos de mandato, essa demora da fila. A pretensão é interligar o sistema. Para aqueles servidores que realizarem suas funções de forma correta, cumprindo metas, será gratificado com o 14º salário. Uma das metas do meu plano de governo é oferecer o plano de saúde para os servidores. O saneamento básico será outro gargalo combatido. Vamos construir obras com qualidade. Não é possível construir casas e em menos de três meses já aparecerem infiltrações.

A GAZETA – Como o senhor pretende abordar a segurança pública?
Marcio Bittar – No meu governo a prioridade será valorizar a policial. O servidor público que arrisca a própria vida para defender a nossa. Valorizar a Polícia Militar, Polícia Civil, agente penitenciário e Corpo de Bombeiros. Esse combate à violência será um trabalho em conjunto. Aqueles que se elegerem comigo para o Congresso Nacional, vão participar de um mutirão para ajudar a enrijecer as leis que estão muito brandas hoje em dia. Temos que ter uma atenção especial também às fronteiras. O nosso candidato à Presidência da República, Aécio Neves, firmou um compromisso de levar para o Governo Federal o controle ao crime organizado. Temos que fazer um programa grande e audacioso para conter a entrada da droga no Brasil. Boa parte das drogas que circulam no país entra pelo nosso Estado. É preciso combater isso. Vamos intensificar as fiscalizações na fronteira. Outro ponto importante diz respeito à violência no Estado que explodiu nos últimos três anos. O número de homicídios no Acre cresceu 22%, mais do que a média nacional, que é de 7%. Hoje em dia, nenhuma família está em segurança e, francamente, não vai ser com apito que isso vai se resolver. Esse problema será resolvido com investimento.

A GAZETA – E quanto às lotações nos presídios, como o seu governo pretende resolver esse problema?
Marcio Bittar – A questão dos presídios não diz respeito apenas à superlotação. Precisamos olhar o agente penitenciário também. Hoje, os agentes penitenciários sequer tem fardamento. Não existe uma qualidade digna de trabalho para essa categoria. As necessidades são muitas nessa área. Tem que abrir concurso público o mais rápido possível, pois, o quadro está defasado.  Quanto à superlotação nos presídios, a situação é preocupante. Temos cerca de quatro mil detentos para apenas duas mil vagas. Temos uma das maiores superlotações carcerárias do país. No meu governo vamos construir novos presídios para amenizar esse problema. Vou fazer isso em parceria com o setor público/privado, como fez Aécio Neves em Minas Gerais. Outra coisa, não vamos esperar que o detento saia da prisão para se interessar por estudar, esse incentivo será dado ainda dentro do presídio. Temos bons projetos para mudar a realidade tanto do agente penitenciário como dos presídios do Estado. Essas mudanças também atingem o interior do Estado.

A GAZETA – Quais suas propostas com relação à educação?
Marcio Bittar – É um desafio reverter estes altos índices de analfabetismo. Quero erradicar o analfabetismo funcional no Estado. Iremos, também, valorizar nossos servidores desta área. Queremos triplicar as áreas em cursos técnicos profissionalizantes.

A GAZETA – Como o senhor pretende abordar a questão da Habitação levando em consideração o aumento no número de ocupações irregulares?
Marcio Bittar – Vamos fazer novas obras e todas àquelas que estão em andamento serão concluídas. Faremos tudo com muita qualidade, transparência e honestidade. Agora, é preciso reconhecer que não é só Rio Branco que precisa de habitações. Quando o Estado for capitar recursos para a construção de mais moradias, ele precisa fazer com que o interior também seja agraciado. Não é só na Capital que precisamos mudar essa realidade. Vamos fazer novas obras, novas casas, tanto na Capital quanto no interior.

A GAZETA – Quanto às pesquisas de intenção de votos, como o senhor avalia os resultados?
Marcio Bittar – As pesquisas internas mostram uma queda do governador. Isto, até os institutos deles mostram. Para mim, o cenário é de segundo turno onde o governador tenha algo em torno 40%, e a oposição, iguais 40% das intenções de voto. Estou pronto para ir para o segundo turno e pronto para vencer o PT. A nossa campanha está dentro do que a gente previu. A pesquisa da Delta, que é a única de um instituto daqui, o que para mim é um balizador, mostra que estamos bem. Esta boa campanha é o resultado de um longo trabalho. Desde o ano passado, que venho estudando e procurando me cercar de pessoas que possam contribuir para a discussão. Tenho ouvido pessoas do estado inteiro. O mais importante é que o povo do Acre tem um desejo de mudança e nós queremos mostrar a estas pessoas que fizemos o dever de casa, de não apenas se preparar para a disputa, mas também, se preparar para governar.

A GAZETA – Qual o diferencial de sua campanha para as demais?
Marcio Bittar – Sem sombra de dúvida é maturidade. A idade e o aprendizado com os erros do passado me fizeram ter muita calma, muita serenidade para buscar construir algo novo para esta eleição. Tanto que conseguimos construir essa aliança que é a maior do Brasil. Para quem não governa o Estado e nem a União, esta é, com toda certeza, a maior aliança construída no país.

(Foto: Assessoria)

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