Associações indígenas do Peru e do Brasil exigiram nesta terça-feira (9) a prisão dos autores do assassinato de quatro índios da tribo ashaninka, que morreram na semana passada na floresta amazônica do Peru, muito perto da fronteira com o Brasil.
A Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), a Comissão Pró-Índio do Acre (TPI/AC) e a Associação Ashaninka do Rio Amônia (APIWTXA) lamentaram a morte dos quatro índios e pediram mais proteção para suas comunidades.
Os quatro ashanikas eram dirigentes da comunidade nativa do Alto Tamaya-Saweto, na região peruana de Ucayali, mas a morte aconteceu perto da fronteira do Peru com o Brasil ao se encontrarem com madeireiros.
O presidente da comunidade, Edwin Chota, que também era o fundador da Associação de Comunidades Nativas Asháninkas de Masisea e Callería (Aconamac), foi uma das vítimas da emboscada.
Junto com ele estavam Leoncio Quincima, Jorge Ríos e Francisco Pinedo. Os quatro estavam a caminho de uma reunião de líderes de comunidades ashaninkas assentadas entre a fronteira do Peru e do Brasil.
O objetivo do encontro era exatamente revisar a estratégia de vigilância na fronteira de seus territórios para impedir o corte ilegal e o desmatamento, e também o tráfico de drogas.
As associações de indígenas também pediram ao Estado peruano que faça valer os direitos dos nativos e ofereça mais proteção, além de combater de maneira mais efetiva a corrupção relacionada ao desmatamento ilegal na Amazônia.
“Nos indignamos pela desleixo do Poder Judiciário, que até o momento não fez absolutamente nada frente as inumeráveis denúncias e pedidos de justiça”, afirmou a Aidesep no comunicado. (Da Agência EFE)