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Fugindo da culpa

Sete adolescentes foram apreendidos apenas na última segunda-feira, acusados de praticarem furtos e assaltos em Rio Branco. Os envolvidos são garotos entre 14 a 17 anos. Ao ler tal notícia, muito gente pensa logo: “Olha esses mininus endiabrados aprontando de novo. Quando é que vão aplicar essa tal de redução da maioridade penal? Já tá mais do que na hora!”

Seria esta medida a solução? Não.

As pessoas querem acreditar que os adolescentes são impunes. E por isso emancipá-los ao grau de adultos com 16 anos vai mudar as coisas. Vai resolver a questão da violência. Não vai.

Redução de maioridade penal é um anseio popular. Mas um anseio de gente que não assume o papel de ‘marginalizadores’. Sim, porque estes jovens são membros também injustiçados da sociedade. A maioria veio de famílias destruídas. São inconsequentes porque a idade lhes faz ser, e sem limites porque a família não os impôs. Medidas corretivas o farão. Mas jogá-los na cadeia, sem uma chance mínima de reabilitação, é o mesmo que desistir do futuro deles.

E não se enganem. Estes jovens que aos 16 e 17 anos estão hoje aliciados e seduzidos a entrar no mundo do crime serão os garotos ainda mais jovens, caso uma lei seja aprovada para prendê-los. A mesma impunidade logo há de recair sobre os meninos de 14 e 15 anos, ou até menos.

O caminho da paz não está neste debate. Jogar mais gente em cana não é saída.

A Gazeta do Acre: