O Brasil vive momento mais que especial de valorização da mulher na política. Todas as pesquisas mostram que Dilma e Marina já deixaram Aécio na poeira e, se não houver nenhum desastre, caminham seguras para a primeira disputa de segundo turno entre mulheres. Agora, a questão é a seguinte: qual das duas mulheres vai comandar o Brasil a partir de 2015?
Mas isso não é totalmente novidade em se tratando de eleição presidencial no Brasil. É fato que, nas eleições de 2010, não tivemos duas mulheres no segundo turno, mas Dilma e Marina tiveram juntas 67% dos votos válidos, enquanto os outros oito candidatos juntos ficaram com os 33% restantes.
A projeção para 2014 é que o percentual de intenções de votos, faltando 15 dias para as eleições, praticamente se repita. O Data Folha da última sexta-feira mostrou Dilma com 37%, Marina com 30% e Luciana Genro com 1%, somando 68% de intenções de votos em candidatas mulheres.
O Acre, em que pese a presença da acreana Marina como protagonista desse processo eleitoral, representa apenas 0,33% do eleitorado brasileiro, e não tem votos suficientes para decidir uma eleição presidencial. Mas os votos do Acre podem fazer toda diferença na eleição para o Senado, que tem a presença da mulher assegurada com a candidatura de Perpétua Almeida pela Frente Popular.
O povo do Acre já se orgulhou muito dos votos que deu para Marina, duas vezes eleita senadora mais votada e projetada para o Brasil e para o mundo. Aliás, aplausos para os eleitores acreanos que, com sua acertada decisão, elegeram Marina duas vezes para o Senado e a credenciaram para ser ministra do governo Lula e posteriormente candidata à presidência em 2010 e 2014.
O orgulho sentido num passado recente pode ser sentido agora com a eleição de Perpétua para o Senado! Por que votar num candidato sem qualquer identidade com as lutas e conquistas do povo do Acre, se temos a oportunidade de eleger uma mulher reconhecidamente comprometida com as causas do povo acreano? Além do mais, com Perpétua eleita senadora, o Acre estará contribuindo para diminuir o desequilíbrio de gênero na casa do equilíbrio dos estados da federação.
O Brasil está dizendo com toda veemência que quer mais mulheres na política. O Acre, de Marina Silva, não precisa fazer diferente. A onda que varre o Brasil pode também proteger a boa política do Acre se elegermos Dilma, que é nossa companheira do PT, ou Marina, que é nossa conterrânea, para a presidência; Tião Viana governador com Nazaré de vice e Perpétua para a cadeira que hoje ocupo no Senado Federal.
As condições estão postas. Nós temos tudo para, no dia 5 de outubro, fazer a vez da mulher ter vez também no Acre!
* Aníbal Diniz é senador (PT/Acre)