O registro de casos de dengue em Cruzeiro do Sul continua em crescimento. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que foram notificados no município 3.974 casos suspeitos de dengue, no período de janeiro a agosto. Sendo que desses, 1.566 foram confirmados, representando 39,41% de positividade da doença. Até o momento, não há registro de óbito por dengue no município.
Após identificar a possibilidade de uma epidemia, o Governo do Estado lançou, no dia 21 de agosto, a campanha “Operação Guerra Contra a Dengue em Cruzeiro do Sul”, com ações complementares de prevenção e promoção, bem como atividade de conscientização junto à população local. A secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, buscou apoio ao Ministério Público Estadual (MPE) para desenvolver as ações necessárias para redução dos casos.
“É um caso de saúde pública e o MPE é um parceiro importante nesse processo. A situação é preocupante e precisamos interromper a cadeia de transmissão, pois o cenário epidemiológico pode evoluir para uma epidemia sem precedentes. É necessária a realização de ações de controle vetorial de forma integrada, contínua e intersetorial complementares, buscando reduzir os impactos que essa doença vem causando a população”, disse Suely Melo.
Segundo a secretária a responsabilidade pelas ações de controle da dengue são atribuições da esfera municipal, mas o Estado, tão logo que foi confirmado o primeiro caso, ofereceu apoio ao município com assessoria técnica para ajudar no controle da dengue, como já faz com o trabalho de combate à malária, e assim, evitar uma epidemia.
Dados da dengue em Cruzeiro do Sul
Segundo o Levantamento de Índice Rápido para Aedes Aegypti (LIRAa), realizado, no período de 21 a 23 de agosto, o Índice de Infestação Predial (IIP) foi de 4,6%, apresentando um aumento de 62%, em relação ao LIRAa realizado em abril, quando o índice foi de 2,84%. Com esses resultados o município sai da situação de alerta e passa para situação de risco de epidemia por dengue, segundo o Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com o levantamento 70% dos focos de infestação do mosquito são os depósitos e caixas d’água, seguidos de outros depósitos de utilização domésticas como lixo, por exemplo, com 12% de positividade.
“É essencial que a população seja nossa aliada nesse combate, realizando ações básicas em suas casas como manter a caixa d’água limpa e fechada, limpar os quintais, eliminar garrafas, depósitos que podem acumular água”, destacou Suely.
Assistência aos pacientes
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) implantou uma unidade de referência para atendimento 24 horas, no Hospital de Dermatologia Sanitária de Cruzeiro do Sul, para atendimento precoce aos pacientes com suspeita de dengue e necessidade de hidratação. “Para aumentar a capacidade do diagnóstico da doença nós alugamos equipamento para realizar hemograma com objetivo de oferecer agilidade e resolutividade dessas demandas”, garantiu a secretária.
No período de 21 a 31 de agosto foram realizados 987 atendimentos de notificações de casos de dengue na unidade de referência, 229 internações e 1.186 hemogramas.
Ações desenvolvidas
Foram intensificadas as ações de controle químico para o combate ao vetor transmissor da dengue, além de sensibilizar a população, por meio de ações de educação em saúde e mobilização social, sobre os riscos da doença.
“Estamos com a densidade vetorial além do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por isso nossa estratégia é entrar com UBV pesado, mais conhecido como fumacê e, nos lugares onde não têm acesso, fazemos o UBV portátil. O fumacê elimina as fêmeas infectadas do mosquito e, assim, cortamos a cadeia de transmissão”, declarou a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Controle de Endemias da Sesacre, Thayna Holanda, acrescentando que nessa semana serão iniciadas atividades de comunicação e mobilização direcionadas a população local para fomentar a participação da sociedade nas ações de prevenção e controle da dengue. (Assessoria Governo/ Foto: Divulgação)