Preocupados com o aumento do número de focos de calor no Estado, Secretarias de Meio Ambiente municipal e estadual, Corpo de Bombeiros e Ibama pedem que a população não faça queimadas pelos próximos 15 dias, já que nesse período, além das condições climáticas estarem propícias para a propagação de incêndios, existe uma cultura popular de queimar no feriado de 7 de setembro.
As queimadas acontecem na zona rural para formação de pastagem, mesmo elas estando proibidas. Na zona urbana, o motivo é eliminação de lixo. As autoridades querem evitar que o Acre sofra com as consequências das queimadas de 2005 e 2010.
De acordo com dados da Unidade de Situação e Monitoramento Meteorológico, de 1° de agosto até ontem, 2 de setembro, foram registrados 3.412 focos de calor no Acre. Nas últimas 24h foram 366 focos. Os municípios com maior número são Sena Madureira, Brasileia e Feijó.
Já em Rio Branco, os bairros que mais queimam são Belo Jardim, Irineu Serra e Calafate, de acordo com a secretária Municipal de Meio Ambiente, Sílvia Brilhante. A preocupação das autoridades é que o número se iguale aos do ano de 2010, onde foi atingido o pico máximo de calor, registrando 10 mil focos no mesmo período do ano passado.
De acordo com a diretora executiva da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Vera Reis, a baixa umidade e a falta de chuvas são os principais contribuintes para o aumento das queimadas no estado. “É esse período que estamos com condições ambientais desfavoráveis, em que enfrentamos baixas temperaturas, quase não temos chuvas e a baixa umidade contribui bastante para que as queimadas se acentuem e saiam do controle”, conclui.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Edgar de Deus, explica que os cuidados tem se intensificado porque tem chovido menos que o esperado para o semestre neste ano, o que possibilita o crescimento nos focos de incêndio na cidade.
O superintendente do Ibama/AC, Diogo Selhorst, ressalta que esse não é um momento para realizar queimadas, mesmo as permitidas. “Hoje não pode haver queima, somente quem tem uma cultura de subsistência e com autorização do Instituto de Meio Ambiente do Acre pode queimar”.
Sílvia Brilhante lembra que realizar queimadas é crime e os autores podem ser punidos com multas de R$ 3.200.
O comandante do Corpo de Bombeiro, cel. José Alberto Flores, destacou que mesmo com o reforço do efetivo, é difícil controlar incêndios florestais. “Por isso, pedimos a colaboração de todos”.
O coordenador da Defesa Civil Estadual, Cel. Carlos Gundim, explica que culturalmente o mês de setembro é o mais difícil com relação às queimadas. “Nos próximos dias estaremos atentos aos focos e atuando no combate mesmo nos municípios que não possuem quartéis do Corpo de Bombeiro”, salientou.
Gundim alerta que a previsão do tempo para os próximos dias são favoráveis para que uma pequena queima se transforme em um grande incêndio. “Após o dia 20 de setembro há a previsão de chuvas mais intensas que facilitam o trabalho do Corpo de Bombeiros na contenção dos incêndios”, explica o coordenador.