O primeiro dia de greve dos bancários no Acre não foi fácil para os clientes que enfrentaram longas filas. A situação se agrava devido à semana de pagamento, que aumenta o fluxo de clientes nas agências centrais de Rio Branco. O movimento grevista é nacional e pede reajuste salarial de 12,5%, reposição das perdas salariais, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas e fim de demissões sem motivos.
A aposentada Maria Vieira foi surpreendida com a greve. “Não sabia. Agora preciso trocar o meu cartão para receber minha aposentadoria, mas eles não estão atendendo. E agora?”, reclamou. A saída encontrada pela aposentada foi encarar uma fila grande para sacar o benefício na boca do caixa.
Sem o atendimento normal, grandes filas se formaram em torno dos caixas eletrônicos. “Algumas transações dá para fazer através do caixa eletrônico, mas a espera deve ser grande”, falou o universitário Luis Melo.
A saída para muitos foi recorrer às casas lotéricas, que desde as primeiras horas desta terça-feira, já possuía grandes filas.
No Acre, 100% da categoria aderiu ao movimento. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs reajuste de 7,35% nas verbas salariais e 8% no piso salarial, mas os bancários não aceitaram.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, afirma que a proposta da Fenaban é um ‘abuso’ e não atende às reivindicações da categoria. “Eles exigem um lucro de pelo menos 25% por ano nos seus resultados e na hora de oferecer aumento salarial apresentam esse valor. Essa greve é por tempo indeterminado até que eles tragam uma proposta digna para negociação”.
Em todo o estado são 1.100 bancários. Os bancos que aderiram à greve foram Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Santander, Banco da Amazônica, HSBC e Bradesco. Em Rio Branco são 26 pontos de atendimento. “Todos os municípios aderiram, mas alguns estão funcionando parcialmente”, afirma.