Membros da Agência Nacional de Águas (ANA) estão em Rio Branco nesta terça-feira, 16, para apresentar um estudo sobre a cheia histórica do Rio Madeira, que isolou o Acre por via terrestre no começo do ano. Segundo eles, uma cheia como essa acontece apenas de 300 em 300 anos, e embora a possibilidade de uma igual para o ano que vem seja remota, ela não está totalmente descartada.
“Estatisticamente, uma cheia como essa acontece a cada 300 anos nesta região, e em teoria não deve se repetir no ano que vem. Mas hoje as ferramentas que temos para prever o tempo por longos períodos não funcionam bem para esta parte da Amazônia. Estamos falando de ciência, e ela tem limitações”, conta Hélio Camargo, analista de pesquisa em meteorologia da ANA.
Ainda segundo Camargo, hoje a previsão do tempo para a região ocidental amazônica só consegue ser eficiente num quadro de sete a quinze dias. A chamada “previsão sazonal do clima”, que tenta prever o comportamento do tempo por 90 dias a partir de cálculos matemáticos, não consegue ser precisa para a região. Ainda assim, no próximo dia 26, a ANA divulgará um novo estudo de previsão sazonal.
Patrick Thomas, superintendente adjunto de regulação, afirma: “Termos uma cheia como a de 2014 no ano que vem é um possibilidade remota, mas não está descartada”. O Governo do Estado e o Governo Federal já estão tomando medidas para evitar qualquer complicação devido a uma nova cheia. O Ministério dos Transportes encomendou uma pesquisa de engenharia sobre a BR-364 nos trechos alagados, cujo resultado será divulgado no fim deste ano.