O prefeito Marcus Alexandre e o secretário de Educação de Rio Branco e vice-prefeito, Márcio Batista, visitaram nesta quarta-feira, 10, a Escola de Ensino Fundamental Luiz de Carvalho Fontenelle, no bairro do Bosque, que obteve nota 6,8, a melhor pontuação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Acre. Prefeito e secretário foram recebidos com um café da manhã em comemoração ao bom desempenho da escola, cujo IDEB cresceu este ano 13% em relação à avaliação passada, de 2011. “Nossa meta para 2015 é alcançar 7 pontos no IDEB”, projeta Sueli Soares, diretora da escola. No ranking das capitais, Rio Branco é a 5ª no IDEB, com nota 5,5.
O IDEB foi criado pelo Ministério da Educação em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do MEC a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho em avaliações como o SAEB, para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil para os municípios.
A Escola Luiz de Carvalho Fontenelle foi criada pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Acre e municipalizada em 2009, quando passou a ser mantida pela Secretaria Municipal de Educação (SEME) foi construída para atender a clientela do bairro do Bosque e Vila Ivonete. “Estamos aqui para agradecer e para dizer do nosso orgulho dessa escola”, disse o prefeito Marcus Alexandre.
A escola recebeu esse nome em homenagem ao professor Luiz de Carvalho Fontenelle, proprietário de muitas terras na região do Bosque que preocupado com a falta de escolas doou o terreno ao estado para a construção dessa unidade de ensino. A EEFLCF foi oficialmente inaugurada no dia 14 de maio de 1986 no governo de Nabor Junior. A escola passou por uma reforma recentemente, mas o prefeito encomendou à Secretaria de Obras Públicas um levantamento para definir o que é possível melhorar ainda mais. Os gestores pedem a reforma da quadra esportiva e instalação de ar condicionado nas salas.
Os bons indicadores confirmam o engajamento da escola Já há três anos, 100% dos professores lotados na Secretaria Municipal de Educação (SEME), inclusive os da zona rural, possuem escolaridade em nível superior. Com o esforço comum –gestores, professores, pais e alunos – Rio Branco saiu da 27ª colocação no ano de 2000 para a 9ª posição no ranking de 2011 e para o 5º lugar no último IDEB.
IDEB é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino. O IDEB funciona como um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação pela população por meio de dados concretos, com o qual a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias. Para tanto, o IDEB é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil, para escolas e municípios, e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), para os estados e o País, realizados a cada dois anos. As metas estabelecidas pelo IDEB são diferenciadas para cada escola e rede de ensino, com o objetivo único de alcançar 6 pontos até 2022, média correspondente ao sistema educacional dos países desenvolvidos.
Para Márcio Batista, o trabalho desenvolvido pela SEME fez com que 90% das escolas da rede de Rio Branco crescesse no IDEB em 2014. “Foi um crescimento coletivo”, disse o secretário.
Reforço escolar, avaliação permanente e formação continuada elevaram indicadores
Entre muitas outras ações que favoreceram a elevação do IDEB, a escola instrumentalizou o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), que possibilita o acompanhamento das crianças por estudantes de Pedagogia da Universidade Federal do Acre (UFAC). “Eu gosto deste trabalho e vejo que o resultado tem sido muito bom. O IDEB mostra isso”, disse Francelice Pinheiro, que cursa o 5º período na UFAC e atende às crianças do 3º ano.
O professor Hildo Montyzuma, diretor Pedagógico da SEME, aponta a formação continuada e os rigorosos sistemas de avaliação de alunos e professores como fatores que alavancaram os indicadores de desenvolvimento do ensino básico. “A formação continuada é focada para o problema detectado”, explicou Montyzuma. Contratado pela SEME, o Instituto Abaporu de Educação e Cultura trabalha na formação continuada dos profissionais (técnicos, gestores, coordenadores pedagógicos e professores) e faz a avaliação diagnóstica de alunos visando ajustar as propostas de ensino às suas necessidades de aprendizagem. “Toda semana tem alguma atividade de formação continuada na SEME”, lembra Montyzuma. O resultado da avaliação faz a premiação do Programa de Premiação da Qualidade da Educação, instituído este ano na rede municipal de Rio Branco.
A avaliação leva em conta não apenas a aprendizagem dos alunos como também indicadores sociais (fatores que levem a atrasos, evasão, desistência) vinculados às políticas de desenvolvimento humano implementadas pelo poder público. Assim, diz Hildo Montyzuma, as avaliações só têm sido positivas porque a assistência social, de saúde e econômica ao estudante e suas famílias tem sido efetivas.
IDEB alto é celebrado por todos
Tanto professores quanto pais de alunos estão satisfeitos com o resultado do próprio esforço: “considero a escola muito organizada. Eu gosto daqui”, resumiu o pastor evangélico José Augusto, que tem dois filhos na escola Luiz de Carvalho Fontenelle –os pequenos Daniel e Raquel, que estudam a 2ª e 3ª séries respectivamente. “Essa escola é muito boa”, completou o pastor Augusto.
O engenheiro agrônomo Wiclefer Castro é pai do pequeno João Benício de Souza Neto, de seis anos, e leva todos os dias o filho para a escola. Ele disse ter ficado muito feliz quando soube que a escola, uma unidade pública, ficou em primeiro lugar no IDEB com uma nota muito boa. “Pois é, rapaz. Eu sempre achei esta escola boa. Aqui e em casa eu vejo que João Benício tem aprendido corretamente”, disse o agrônomo.
Além das políticas de grande lastro, os programas, Mais Educação, de reforço pedagógico; Ler é Um Prazer, que visa o incentivo à leitura; e Liga Pela Paz, que vem melhorando as emoções dos alunos, são também apontados como indutores do desenvolvimento do ensino naquela escola.