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Após morte de quatro índios na fronteira, Acre vai pedir ajuda do Governo Federal

A morte de quatro líderes indígenas peruanos, do povo Ashaninka, na região de fronteira com o Acre fez com que o governo estadual solicitasse ajuda ao Governo Federal para garantir a segurança na Terra Indígena Ashaninka do Rio Amônia, localizada no lado brasileiro, em Marechal Thaumaturgo/AC, a 559 km de Rio Branco.

O Governo do Acre informou que uma equipe da Polícia Federal já foi encaminhada para a aldeia e espera confirmar algumas informações para solicitar auxílio das Forças Armadas e demais órgãos federais. O assessor de Assuntos Indígenas do Acre, Zezinho Kashinawa, disse que o governo estadual vai notificar o Ministério da Justiça e Ministério das Relações Exteriores.

“A comunidade pede maior segurança, o governador vai entrar em contato com o Ministério da Justiça para enviar as Forças Armadas. O Francisco Pyãnko [líder indígena] foi enviado para a aldeia, para fazer uma reunião com a comunidades e entender melhor o fato acontecido”, disse.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou ao G1 que tomou conhecimento das mortes no último domingo, 7, e o órgão está em campo com representantes da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Consulado do Peru para apurar as denúncias das mortes e reforçar a segurança na aldeia. Procurados pelo G1, a Polícia Federal disse que não iria se pronunciar sobre o assunto.

Entenda o caso – Edwin Chota Valera, Leôncio Quinticima Melendez, Jorge Rios Perez e Francisco Pinedo, membros da Comunidade Nativa Alto Tamaya – Saweto, foram mortos no dia 1º de setembro, na fronteira com o Peru, quando se deslocavam pela floresta em direção à aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena Ashaninka do Rio Amônia.

Apesar de a morte ter ocorrida no último dia primeiro, apenas no domingo, 7, os indígenas brasileiros ficaram sabendo da notícia e notificaram os órgãos responsáveis. A suspeita, segundo ele, é que os indígenas tenham sido mortos por madeireiros e narcotraficantes da região.

A Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC), organização não governamental acreana, emitiu uma nota de pesar na segunda-feira, 8, sobre os assassinatos e reforçou que existe uma ‘sensação de insegurança’ das comunidades de fronteira devido à mobilização das lideranças para impedir a investida de ‘grupos criminosos’ sobre os territórios. (Veriana Ribeiro / G1/AC)

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