Durante sabatina realizada pelo O GLOBO, a candidata a Presidência da República pela coligação Unidos Pelo Brasil, Marina Silva (PSB), afirmou que o PT e PSDB estão unidos em uma batalha de “Golias contra Davi”.
“Dois partidos se uniram temporariamente para fazer essa artilharia pesada. O que eu sinto na sociedade é um movimento, com esperança de fazer as mudanças. Ele (o Aécio) se perfilou ao PT fazendo a mesma forma de desconstrução”, comentou a candidata do PSB.
Ela disse que vem sendo vítima, por parte do PSDB “de um trabalho de desconstrução” semelhante ao sofrido por Lula. “O PSDB está usando os mesmos elementos usados contra o presidente Lula”. A candidata ressalta ainda que fez “a escolha pelo debate e não pelo embate”.
Na sabatina, a ex-senadora também voltou a defender o fim da reeleição e o mandato de cinco anos. É preciso criar uma nova qualidade para o processo político. Fico imaginando o dia seguinte da população com a presidente Dilma sendo reeleita. Como acordar com tudo igual no dia seguinte? Sem mudança, fica tudo como está”.
A candidata disse ainda que pretende enviar a proposta como parte de uma reforma política. “Eu vou mandar no contexto da reforma política. Consideramos a reforma política a reforma das reformas”. Marina disse também que embora tenha a pretensão de aumentar os mandatos para cinco anos, o seu terá quatro porque “não se pode mudar as regras do jogo durante o jogo”.
Questionada sobre a influência de sua religião em eventual governo, a candidata disse que “nunca negou sua fé”, mas que também nunca atuou na política em favor de religião alguma, citando um parecer contrário que ela teria dado sobre projeto de lei que obrigaria a presença de bíblias em bibliotecas. Ela ressaltou, no entanto, que tem direito a exercer sua crença, pois “o estado laico não é ateu”.
Quanto às propostas para o público LGBT, Marina defendeu que seu programa sobre o tema é o mais completo, mesmo com as modificações, entre os principais candidatos à Presidência. “O nosso programa é o que assegura da melhor forma os direitos da comunidade LGBT”.
A candidata disse estar comprometida a realizar uma reforma tributária, enviando a proposta já no primeiro mês de governo. E ainda prometeu criar um conselho de responsabilidade fiscal e fazer o dever de casa “de forma sustentável”.
Quando foi perguntada sobre o que fazer para melhorar a economia nacional, a candidata foi pouco precisa. “Eu diria aumentar investimentos. Os recursos da educação não são gastos. São investimentos. Nós precisamos de uma coisa também. Recuperar a credibilidade do país. Sem credibilidade não há investimento, não há crescimento. Todos esses fatores, somados, tornarão o ambiente melhor”.
Em relação a aumentar os juros para controlar a inflação no país, a candidata afirmou que não o fará. “O programa diz que vamos reduzir a inflação, não que o método será a elevação de juros. É possível que se faça isso também por outros meios. Quem disse que será pelo meio mais ortodoxo dos ortodoxos? Existem outros meios que podem ser combinados”.
Quanto ao pré-sal, a candidata do PSB, reafirmou que seu governo irá explorar os recursos. “Nós vamos explorar os recursos do pré-sal. “Vamos usar o dinheiro que está destinado para a Saúde e Educação exatamente na Saúde e a Educação, e não para a corrupção, como a sociedade tem medo. O que está ameaçando o pré-sal é a corrupção [na Petrobras]. Existe uma cortina de fumaça que foi lançada para desviar o debate. Uma safra que só dá uma vez precisa ser muito bem utilizada, e não drenada”, argumentou Marina durante a entrevista no Museu de Arte do Rio (MAR).
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