Faltando apenas duas semanas para o pleito eleitoral de 2014, os quatro candidatos que disputam à única vaga ao Senado da República correm contra o tempo para alcançar a simpatia do eleitor e garantir o melhor percentual nas urnas no dia cinco de outubro.
Reuniões com pequenos grupos, participação em eventos públicos, caminhadas, carreatas e bandeiraços. As estratégias são variadas, mas o objetivo é o mesmo: mostrar a força da campanha.
Levando em consideração as pesquisas quanto à disputa ao Senado, divulgadas nos últimos dias, as próximas duas semanas serão decisivas para reverter um quadro adverso ou de consolidar uma posição favorável para vencer a disputa. Confira abaixo as propostas dos candidatos.
“Serei defensor de todo o Estado, e não apenas do grupo político que está no poder”, diz Cameli
O candidato pela coligação Aliança Por Um Acre Melhor, Gladson Cameli (PP), ao longo de sua campanha, tem ressaltado a importância do papel de senador para o desenvolvimento do Estado. Para ele, o Senado da República é onde todos os Estados do país têm a oportunidade de igualar as forças.
Como senador, o candidato afirma que continuará lutando pelo desenvolvimento do Estado. “Quero continuar defendendo os interesses do Acre, sei que posso fazer mais. Continuar a levar mais recursos, defender a reforma fiscal para que as pessoas tenham do governo o incentivo necessário para progredir. Também vou lutar pela reforma política e modernização do país. E, acima de tudo, serei um defensor incansável de todo o Estado, e não apenas do grupo político que está no poder”, afirmou.
Cameli se declara um apaixonado pelo Acre e diz que o Estado pode avançar em todas as áreas. “O Acre tem solo para produzir, tem mão de obra para fazer, tem mercado consumidor para crescer. Juntando tudo isso com essa nova geração que está chegando e se qualificando, teremos muito mais futuro pela frente, em comparação a outros estados, que já estão esgotando o seu desenvolvimento”, disse.
Gladson acredita que nesta eleição ocorrerá uma renovação na política, marcando um novo ciclo político para o Acre. “Essa vocação para desenvolver o Estado também repercute na política. Estamos abrindo um novo ciclo de desenvolvimento que vai chegar também na política. É hora de dar um novo salto, de fazer agora o Acre do futuro. Não basta mais só olhar pra trás. Comparar o Acre do presente com o do passado é muito pouco”.
Como senador, ele afirma que um de seus objetivos será impulsionar o desenvolvimento e garantir a profissionalização do povo do Acre. “Vou propor a liberação do FGTS para custear cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. Vamos dar condições para que os melhores empregos fiquem com a nossa gente”, frisou.
“A minha trajetória mostra que sempre estive atenta às necessidades do Acre”, diz Perpétua
A candidata pela Frente Popular do Acre (FPA), Perpétua Almeida (PCdoB), é a única mulher na disputa pela vaga no Senado Federal nas eleições deste ano. Filha de seringueiro e caçula de uma família de 15 filhos, a candidata ressalta que o diferencial de sua campanha em relação às demais é o compromisso exclusivo com o Acre.
“Sempre defendi os interesses do Acre acima de qualquer empresa ou interesse externo. Faço da minha campanha uma cruzada por eleições limpas e contra a compra de votos. Estou na rua, batendo na porta das pessoas, conversando com a população, levando nossas propostas”. Perpétua frisou ainda “que sua trajetória parlamentar e de vida mostram que sempre esteve atenta às necessidades do povo do Acre”.
Quanto aos motivos que a levaram a se candidatar, Perpétua afirma ter adquirido, durante os três mandatos como deputado federal, a experiência necessária para representar o Acre no Senado.
“O Senado é um espaço de equilíbrio de poder entre os Estados da Federação. Na Câmara dos Deputados, a representação é proporcional à população. Assim, o Acre tem oito deputados e São Paulo tem 78. Mas no Senado são três vagas para cada Estado. É no Senado que um Estado pequeno como o Acre se agiganta. Sou candidata com o compromisso de ser a senadora do Acre, sem compromissos estranhos ao nosso Estado”, disse.
Como deputada federal, Perpétua Almeida foi uma das parceiras do Governo do Estado na luta pela redução do déficit habitacional do Acre e ajudou na liberação de recursos destinados à construção da Cidade do Povo em Rio Branco e em Cruzeiro do Sul, onde as obras já começaram.
“Mudar a vida de tantas famílias para melhor vale todo esforço do trabalho conjunto entre governo e parlamentares para ajudar transformar esse projeto em realidade. Quando olhamos para o Brasil e vemos que mais de 75 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza/abaixo da miséria, e que aqui no Acre estão sendo contempladas com moradias, é animador. Sei que meu mandato tem ajudado a construir essa situação boa. Isso nos lembra de que a política é capaz de produzir feitos positivos, como esse que está acontecendo aqui no Acre”, afirma a candidata ao Senado.
A candidata finaliza afirmando que deseja continuar contribuindo com o desenvolvimento do Acre. “Quero continuar minha luta em favor do nosso Acre. Por isso peço a todos que verifiquem a atuação parlamentar de cada candidato, comparem as propostas e a preparação de cada um para cumprir o que promete. Vamos lutar por eleições limpas e contra a compra de votos”.
“Não vejo plano de governo mais completo que o nosso”, diz Roberto Duarte Júnior
Disputando pela primeira vez um pleito eleitoral, o candidato pela coligação Produzir Para Empregar, Roberto Duarte Júnior (PMN), afirma que a oposição dá um exemplo ao apresentar nomes novos para disputar as vagas nas eleições de 2014.
“A população, antes mesmo do início da campanha, já anunciava seu descontentamento com a imposição, a qualquer custo, de candidaturas tradicionais, que não emplacam projetos de interesse coletivo, e se sustentam de promessas mirabolantes, impraticáveis. A oposição dá um exemplo ao apresentar nomes novos”.
Quanto à campanha, Roberto Duarte afirma que a receptibilidade tem sido boa. “A aceitabilidade de nossa campanha, tanto minha quanto a de Bocalom, tem sido excepcional. Não vejo rejeição ao nosso projeto. Não há quem não pare para nos ouvir. E olha que Roberto Duarte é um estreante na política”, disse.
O candidato se diz otimista quanto à renovação do cenário político no Acre. “Apresento-me como a essência do novo. É esse sentimento que nos motiva a cada caminhada, a cada visita aos bairros, aos comerciantes, em Rio Branco e no interior. Estou, verdadeiramente, otimista quanto à renovação do cenário político no Acre. Aliás, renovação e mudança são as palavras que mais ouvimos nas ruas”, frisou.
Duarte afirma que é importante criar novas lideranças para que novos projetos possam surgir. “Não sou contra políticos, sou contra o atual modelo de gestão implementado aqui. Não se deve governar para meia dúzia, imprimindo uma pressão psicológica que faz mal à saúde das pessoas. O bem-estar da coletividade é o que interessa. É importante renovar, criar novas lideranças, novas mentes e novos projetos”, ressaltou.
Como senador, uma de suas bandeiras de luta será a redução da maioridade penal. “Tenho debatido esse tema diariamente com os jovens e posso afirmar que parte desse anseio vem deles próprios. Aqueles que são a favor sabem que essa mudança não os prejudicaria”, afirma Duarte.
Roberto Duarte defende também que jovens acima de 16 anos possam tirar sua carteira nacional de habilitação. “Acredito que não podemos apenas cobrar dos jovens, mas, principalmente, viabilizar direitos que possam aumentar as possibilidades e qualificações para o primeiro emprego”.
“O Psol tem como objetivo ser a expressão dos inúmeros movimentos sociais”, afirma Fortunato
O candidato ao Senado da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol/AC), professor Fortunato, defende a renovação do quadro político do Acre. Ele afirma que o Senado se tornou um reduto das oligarquias regionais.
“Em muitos aspectos, o Senado está muito distante de legislar a favor do povo trabalhador. É preciso que aquela casa tenha entre seus membros pessoas que se identifiquem e trabalhem pelos interesses mais urgentes da população”, disse.
O candidato afirma que o Psol é um partido novo que luta pela mudança e desenvolvimento do Acre. “Podemos dizer que somos, de fato, a única alternativa real de mudança, que se identifica com os anseios populares”, frisou.
Fortunato ressalta que o Psol tem um projeto nacional para ser debatido com a população e que procura fazer isso em consonância com o povo. “Temos um projeto do qual foi e sempre será debatido de forma muito franca e o mais próximo do povo possível, caminhando nas ruas e interagindo com o povo”, pontuou.
O candidato assegura que “as coligações que aí estão foram construídas para ampliar tempo de televisão, conseguir aumentar arco de aliança e passar a impressão ao eleitor de que são fortes, sem qualquer afinidade propositiva. Muitos partidos tornam-se nanicos com essa postura aliancista. O Psol está longe disto. Somos pequenos e fortes. Nanicos nunca”, disse.
Como senador, Fortunato afirma que seu perfil será de um democrata que irá trabalhar no legislativo com as demandas da população, num diálogo muito próximo com os movimentos sociais e instituições representativas da sociedade.
“Evidente que o debate é amplo, mas temos prioridades, no campo da educação, inclusive precisamos garantir o aspecto público e gratuito do ensino básico ao superior para todos. Ciência e tecnologia, fortalecimento do campo, com prioridades para reforma agrária e apoio aos pequenos e médios produtores. É preciso democratizar o exercício da representatividade parlamentar e isso só se garante num trânsito e diálogo muito direto com a população”, argumentou.
(Fotos: Cedidas)