Dando continuidade à rodada de entrevista com os candidatos ao Governo do Estado, A GAZETA entrevistou nesta semana o candidato pela coligação Produzir Para Empregar, Tião Bocalom (DEM).
Bocalom explanou as metas de seu plano de governo quanto à Saúde, Educação, Habitação, Infraestrutura e Segurança Pública.
Em relação ao desenvolvimento do Estado, o candidato afirma que o ideal é “produzir para empregar”. Ele acredita “no potencial econômico que o Acre tem tanto na agricultura como na pecuária”.
Confiante, Bocalom é categórico ao afirmar que as eleições de 2014 serão semelhantes à de 2010. De acordo com ele, a única diferença será o resultado. “Tenho fé que esta eleição será igual à de 2010. Estou confiante que este pleito terá o resultado favorável a minha coligação”. Confira a entrevista.
A GAZETA – O Acre, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, é um dos estados mais endividados. Diante disso, como o senhor pretende governar?
Tião Bocalom – Tenho dois princípios fundamentais que irão embasar meu governo: transparência e disciplina. Acredito que com esses dois princípios, podemos ter um Estado diferente, moderno. No que diz respeito às dividas, primeiramente, temos que fazer uma auditoria. Precisamos de um choque de gestão, enxugar a máquina pública, reduzindo o número de secretarias, sem precisar demitir funcionários, apenas os aproveitando melhor. Usar a meritocracia para a ocupação de cargos e melhorar o atendimento em áreas prioritárias.
A GAZETA – O senhor fala em enxugar a máquina pública, porém, afirma que não irá fazer demissões e ainda diz que realizará concurso público. É possível?
Tião Bocalom – Sim. Hoje nós temos um grande número de marajás, pessoas que são nomeadas e que não trabalham e ainda recebem altos salários. Aqueles que trabalham de verdade continuarão com seus empregos. Quanto às centenas de servidores provisórios, queremos que passem a ser efetivos através de concurso público. Queremos enxugar o desnecessário e fazer a máquina funcionar direito. Temos que fazer uma mudança geral nesse Estado.
A GAZETA – Como o senhor pretende alavancar o desenvolvimento do Estado?
Tião Bocalom – O projeto que sempre defendi foi produzir para empregar. Acredito no potencial econômico que nossa terra tem, tanto na agricultura como na pecuária. Nós temos tranquilamente condições de dobrar o nosso rebanho bovino sem ter que desmatar uma árvore, apenas aplicando tecnologia para que a gente possa ampliar o número de animais por área trabalhada. O governo entra com a orientação e suporte. Dentro do nosso projeto tem inclusão de mais de cem mil hectares para plantio de grãos em alta escala, começando com a soja, milho, arroz, feijão, café, que são os produtos básicos que precisamos produzir no Acre. Depois vamos incentivar a produção da banana, mandioca, principalmente naquelas regiões em que não podemos fazer tecnificação, porque dependemos de mecanização e não dá para mecanizar em áreas quebradas, ou seja, áreas de morro. Pretendemos atrair mais investidores de féculas de mandioca. Além de aumentar a produção de leite para 500 mil litros/dia.
A GAZETA – Um dos maiores problemas na produção é o escoamento. O que o senhor pretende fazer quanto a isso?
Tião Bocalom – Primeiramente, quero afirmar que deixarei o povo trabalhar, sem perseguição ao homem do campo e floresta, perdoando suas multas e, principalmente, garantindo ramais trafegáveis de inverno a verão para possibilitar o escoamento da produção, garantindo também assistência técnica, mecanização, sementes e insumos subsidiários e a comercialização da produção, destacando que o Meio Ambiente precisa ser preservado sem escravizar o homem trabalhador.
A GAZETA – Como o senhor pretende transformar o Acre em um Estado Industrializado?
Tião Bocalom – Apoiar com incentivos fiscais e segurança jurídica todas as empresas que desejarem se instalar em nosso Estado. E, principalmente, apoiar as empresas que já estão no Acre e que desejam ampliar seus negócios. Apoiar ainda as pequenas empresas e aos trabalhadores individuais. Dessa forma, pretendemos fortalecer as pequenas indústrias, inclusive as madeireiras e marcenarias, com a simplificação da extração de madeiras na floresta. Nosso governo pretende também apoiar a implantação de agroindústrias em todos os municípios.
A GAZETA – Um dos principais problemas no Estado diz respeito à saúde. Quais são as metas do seu plano de governo?
Tião Bocalom – É necessário que se contrate mais médicos, dentistas, enfermeiros e técnicos para acabar com as filas para consultas, cirurgias e atendimento odontológico. Pretendo implantar o Programa Saúde Itinerante, dando uma atenção especial à saúde da mulher e jamais deixar faltar medicamentos. Todos municípios terão hospitais mesmo que seja de pequeno porte e bem equipado com um raio X, ultrassonografia e aparelho de eletrocardiograma. Aumentar o número de tomógrafos no Estado e também aparelhos de ressonância magnética. Sempre pensando nas regiões polos. Além de realizar parcerias com todas as prefeituras para implantar o Programa de Saúde da família.
A GAZETA – Para a área da educação, quais são seus projetos?
Tião Bocalom – Educação, para mim, é fundamental. Iremos apoiar as prefeituras para que tenhamos creches em todos os municípios. Iremos trabalhar com escolas em tempo integral, teremos convênios com centros profissionalizantes e não abriremos mão da nossa faculdade estadual. Há também o “Poupança Jovem” e “Poupança Alfabetização”.
A GAZETA – A respeito da segurança pública, quais seus projetos?
Tião Bocalom – Atualmente, estamos com déficit de pessoal. O número de profissionais que falta nessa área é praticamente o número de profissionais que temos atuando hoje em dia. Pretendo abrir no primeiro ano de governo um concurso público para completar o quadro. A intenção é contratar mais 3.200 policiais e adquirir novos veículos para o projeto Polícia nas Ruas. Construir novas delegacias e quartéis da PM e reformar os atuais. Implantar a Polícia da Família, os Conselhos Comunitários de Cidadania, e construir os Boxes da PM nos bairros. Além de apoiar os policiais com fardamento novos, munições, equipamentos.
A GAZETA – Quanto à fronteira, quais suas metas?
Tião Bocalom – Exigir do Governo Federal que aumente o efetivo dos policiais federais nas fronteiras para que haja uma vigilância de verdade. O Acre antes era corredor de drogas, atualmente, é consumidor. Precisamos mudar urgentemente essa realidade.
A GAZETA – Como o senhor pretende abordar a questão da Habitação?
Tião Bocalom – Concluir a Cidade do Povo que na verdade é uma cópia do Bairro da Liberdade de 2008 de Bocalom, que o PT apelidou de Bocalândia, bem como a construção de milhares de casa em terrenos próprios, em parceria com seus proprietários.
A GAZETA – O senhor tem aversão às pesquisas de intenção de voto. Por quê?
Tião Bocalom – Não tenho aversão às pesquisas. O que tenho é cautela em relação aos resultados das pesquisas. Refiro-me às pesquisas enganosas que geralmente são divulgadas e que influenciam alguns eleitores. Muitas pessoas, hoje, me dizem que deixaram de votar em mim por causa dessas pesquisas. Achando que eu iria perder, optaram por votar em outro candidato. Já falei e volto a repetir: as pesquisas divulgadas pelo PT são mentirosas. O eleitor já está consciente que estas pesquisas são mentirosas. Lá no Juruá, as pessoas estão conscientes deste engano. A população não é besta.
A GAZETA – O que esta candidatura tem de diferente das demais em que o senhor já participou?
Tião Bocalom – Tem um empenho maior, uma vontade imensa de fazer a diferença. As pessoas me encontram nas ruas e dizem que esta eleição será semelhante à de 2010, porém, com resultado diferente. O povo pede mudança. A população está acreditando mais na minha candidatura. A equipe também está muito empenhada para esta eleição. Nossa campanha está um espetáculo. Eu estou vendo na população realmente um sentimento de mudança. Isto é uma coisa que nos deixa muito animado. Tenho fé que esta eleição realmente será igual à de 2010. Estou confiante que este pleito terá o resultado favorável a minha coligação.