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Sem-terras fecham rua e fazem manifestação em frente à sede do Incra

Cansados da lentidão em definir loteamentos da Fazenda Brahma, os produtores expulsos do local por uma reintegração de posse, fecharam a Rua Santa Inês, no bairro Aviário, em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na manhã desta terça-feira, 30.

Aproximadamente 300 famílias permanecem na beira da estrada do Mutum há quase um ano. Os manifestantes destacam que todos os acordos, decisões do juiz foram cumpridos. “Agora, queremos que eles entrem, cortem, loteiem e nos entreguem”, disse o presidente da Comissão da Fazenda Brahma, Eladio Frota.

Durante a manifestação, policiais militares do 1º Batalhão estiveram no local para evitar transtornos maiores. Não é a primeira vez que os produtores promovem esse tipo de manifestação.

A Fazenda Brahma tem área avaliada em mais de R$ 20 milhões. De acordo com o presidente da comissão, a fazenda foi negociada há mais de dois anos pelo Incra, mas até agora nenhum dos trabalhadores recebeu um posicionamento de quando a terra será dividida.

“Queremos que o Incra dê uma documentação ou fale com alguém da comissão, dêem uma posição correta do que eles vão fazer de agora em diante. Porque estamos há 11 meses aguardando, tendo conversas e os acordos não foram cumpridos. Estamos aguardando uma resposta com data e dia, para que nosso povo saia daqui sabendo que será assentado”, contou Eladio.

O Incra alega que para iniciar a demarcação depende de decisão judicial e, de acordo com o superintendente Reginaldo Ferreira, todos os trâmites de negociação com a Justiça já estão sendo concluídos para a entrega dos lotes, mas apenas as famílias cadastradas no sistema serão beneficiadas.

“Já estamos quase recebendo a posse. A gente encaminha o pedido para o juiz federal e ele dá a posse pro Incra. Estamos fazendo o processo de seleção das famílias cadastradas que serão beneficiadas. Precisamos avaliar e ver quem tem perfil para a reforma agrária, porque muitos dali não precisam. Alguns são comerciantes, funcionários públicos e a terra não é para fazer chácara, a terra é para a reforma agrária, pra quem precisa dela”, disse o superintendente.

A Gazeta do Acre: