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Sem juiz, audiência da morte de servidor público é adiada no Acre

Familiares colaram cartazes de protesto em frente do Fórum Criminal

Com cartazes com frases como “Justiça para Raimundo Teodoro” e “Acreditamos na Justiça”, a família do professor e servidor público morto a facada, no dia 20 de junho deste ano, Raimundo Oliveira Teodoro, de 41 anos, aguardava o julgamento do suspeito Thiago Bruno Conceição, 19. A primeira audiência de instrução seria realizada nesta quarta-feira (22), no Fórum Criminal de Rio Branco, porém, foi adiada por falta de juiz.

A irmã da vítima, Nilce Teodoro, alega que foi informada que o magistrado que faria o julgamento está viajando e que não foi encontrado outro para substituí-lo. “Hoje era o julgamento, a gente largou tudo para vir para cá e fomos informados que o juiz está viajando. Organizamos uma manifestação e perdemos tempo, além de que ninguém consegue dormir e comer. Estamos todos transtornados. A próxima ficou para dia o 19 de novembro e vamos vir todos de novo. Vou tentar recrutar mais pessoas para protestar contra o que esse assassino fez contra meu irmão”, desabafa.

Dirce Teodoro é outra irmã do professor morto. Segundo ela, o adiamento causa mais angústia e sofrimento aos familiares que aguardam justiça desde o dia 20 de junho, quando Raimundo foi encontrado morto dentro do seu apartamento em um condomínio fechado na Capital.

“Infelizmente vamos passar mais um mês agoniados. O mínimo que a gente quer que aconteça é que a justiça seja feita e que isso se resolva logo”, destaca.

O G1 entrou em contato com assessoria do Poder Judiciário que informou que o juiz titular da 1ª Vara Criminal está de férias e que havia pensado em suspendê-las justamente por conta da audiência, mas por problemas pessoais não pode fazê-lo. Diante da situação, um juiz substituto foi contatado para substituí-lo, porém, teve, no mesmo horário, uma audiência com réu preso, que é tida como prioridade pela Justiça.

A assessoria também confirmou a data  para o dia 19 de novembro e destacou a possibilidade de, além da oitiva com o réu e familiares, o Ministério Público do Acre poderá acrescentar outras testemunhas.

Entenda o caso
* O professor e servidor público Raimundo Oliveira Teodoro, de 41 anos, foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava em um condomínio fechado, na capital acreana, no dia 20 de junho deste ano. Após o crime, o suspeito fugiu no carro da vítima, um veículo HB20 branco, que foi abandonado no bairro Rui Lino.

* No dia 11 de julho, o suspeito Thiago Bruno Conceição, de 19 anos, se apresentou à polícia acompanhado de um advogado. Em entrevista ao G1 no dia 11, o advogado de defesa de Thiago alegou que, apesar de o professor ter sido morto a golpes de faca, o crime não foi planejado, mas sim ‘um acidente’. “Ele não foi lá para matar o Raimundo Teodoro, não foi uma execução, o que houve foi praticamente um acidente. Aí você me questiona sobre a perfuração de faca, porém, temos que analisar em que situação aconteceu isso”, disse na ocasião. (Texto e foto: Aline Nascimento, Do G1 AC)

A Gazeta do Acre: