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Comissão de Direitos Humanos da Aleac recebe denúncia contra policiais militares

Tumulto entre PMs e militantes no dia da eleição
Tumulto entre PMs e militantes no dia da eleição

A Comissão de Direitos Humanos da Aleac reuniu-se na manhã desta terça-feira, 4, com o sub-comandante da Polícia Militar do Estado do Acre, coronel Mário Cesar, para tratar sobre as denúncias de que policiais militares teriam se excedido em uma ação policial no último domingo, 26, dia das eleições. De acordo com a denúncia, diversos policiais teriam agido de forma truculenta contra um grupo de eleitores, no bairro São Francisco.

O subcomandante da PM, coronel Mário Cesar, negou, durante o encontro, que a polícia tenha abusado da autoridade e reafirmou que a ação dos policiais foi apenas uma resposta às agressões dos militantes. “O policial é treinado para evitar a violência. Normalmente ela é usada quando não há mais outro meio de conter uma situação. Os policiais apenas revidaram as agressões dos militantes. Esses profissionais estavam no exercício de sua função e essas pessoas estavam obstruindo o trabalho”, disse.

O coronel disse que a polícia tem a obrigação de cumprir a lei, mesmo que para isto precise fazer uso da força, e afirmou que promotor e juiz chegaram a ligar pedindo providências contra o excesso de infrações eleitorais na praça do São Francisco. “O policial tem a obrigação de cumprir a lei e manter a ordem”, declarou Mário Cesar.

Segundo o sucomandate, o grupo encontrava-se próximo ao local de votação, o que é proibido, de acordo com a Jutisça Eleitoral. “Esse grupo estava próximo de uma seção eleitoral. A Justiça Eleitoral é bem clara quanto a isso. É vedado que pessoas fiquem aglomeradas perto de locais de votação”, frisou.

O major Edener, comandante responsável pela operação que resultou no tumulto, disse que antes da confusão, “os policiais pediram diversas vezes para que os militantes se afastassem das proximidades dos locais de votação, porém, o pedido não foi atendido, o que resultou em toda a confusão”.

Ele afirma que ao serem realizadas as prisões, os militantes tentaram impedir que a viatura deixasse o local. “O tumulto começou a partir do momento que efetuamos algumas prisões. Os militantes tentaram de todas as formas de nos impedir de deixar o local. Eles chegaram a quebrar o vidro da base móvel e tentaram tirar presos da mão da polícia. Foram detidos porque estavam praticando crimes eleitorais. Foi pedido diversas vezes que eles se dispersassem e se afastassem dos locais de votações, o que não foi cumprido”, declarou.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Denílson Segóvia (PEN), garantiu que todos os procedimentos serão realizados para apurar o caso. Segóvia disse que o direito dos trabalhadores será resguardado.

“Vamos colher todos os depoimentos e vamos até as últimas consequências. Todo direito do cidadão deve ser amparado e resguardado”, ressaltou Denílson Segóvia.

O deputado major Rocha (PSDB) disse que é necessário que a denúncia seja levada ao Ministério Público Eleitoral, pois segundo ele, o fato ocorreu em período eleitoral e pode ter sido contaminado por questões partidárias.  “Era importante convocar o Ministério Público Eleitoral para apurar essas questões políticas que podem estar envolvidas, pois o caso ocorreu em um dia de eleição”.

O deputado Jonas Lima (PT) disse que no estado democrático de direito esses tipos de abusos devem ser repelidos e os envolvidos punidos. “Nós vivemos em um Estado que não cabe mais esse tipo de atitude”.

O presidente da Coopserge, José Roberto de Araújo, cooperativa da qual os agredidos trabalham, defendeu os trabalhadores afirmando que nenhum dos membros envolvidos estava embriagado como foi veiculado. Segundo ele, aquilo que era para ser um momento de festa, tornou-se um ato de violência. “A eleição é um momento de festa e não de violência. Não queremos que volte o tempo da ditadura. Várias pessoas ficaram seriamente machucadas, isto é inaceitável”, ressaltou.

Ele frisou que a cooperativa está isenta quanto ao assunto. “Não estamos aqui como membros de uma cooperativa. Somos apenas cidadãos comuns que vieram formalizar denúncia na Comissão de Direitos Humanos”.

Ao término da reunião, foi decido que a denúncia contra a suposta truculência dos militares aos militantes será encaminhada ao Poder Judiciário. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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