O vice-presidente do Senado, senador Jorge Viana (PT), cobrou do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, uma atitude para tentar coibir o que chamou de “vazamentos seletivos” de informações obtidas nos depoimentos do processo de delação premiada.
“O ministro da Justiça precisa agir. Numa hora dessas, a gente tem que ter um ministro da Justiça forte, que não aceite esse tipo de manipulação de um processo tão importante. Ninguém sabe quem denunciou e ninguém confirma, logo, se destrói primeiro a honra da pessoa e sai um pedido de desculpa. Isso é péssimo. Não podemos aceitar. A Polícia Federal tem que tratar isso com mais seriedade”, disse Jorge Viana.
Para Jorge Viana, o vazamento de informações direcionadas e a “manipulação política” estariam atrapalhando o processo de investigação. Ele disse que não estava criticando a Polícia Federal e sim a atuação de alguns delegados, que vazariam informações e que isso deveria ser coibido.
“Não estou fazendo crítica à Polícia Federal. Critiquei a ação de alguns delegados que foram para as redes sociais e foram denunciados por colegas por fazer vazamento seletivo e isso tem que ter uma ação do Ministério da Justiça e da direção da PF”, ressaltou.
O ministro da Justiça reagiu à crítica do senador petista e afirmou que irá pedir à Procuradoria Geral da República que apure o caso e adote as medidas cabíveis. “Só lamento que o senador Jorge Viana não tenha procurado o Ministério da Justiça antes de ir à tribuna do Senado. Há aí um equívoco do senador. A delação está sob a guarda do Ministério Público. Todas as medidas cabíveis serão tomadas”, disse.