O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu o mapeamento e a estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia Legal para o período de agosto de 2013 a julho de 2014, apontando 4.848 quilômetros quadrados desmatados, que equivalem a uma redução de 18%, se comparado ao ano anterior.
Os dados foram obtidos pelo Sistema Prodes – Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal, que utiliza imagens de satélite com 20 a 30 metros de resolução espacial, computando como desmatamento as áreas superiores a 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso.
No mesmo período, o Acre desmatou 312 quilômetros quadrados, contra 221 do ano anterior, revelando um aumento de 41% em relação à taxa de 2013. No entanto, analisando dados de desmatamento dos últimos 10 anos, o Acre aponta uma redução significativa de 57% (ver tabela 1). Nos últimos quatro anos, foi mantida uma média em torno de 282 quilômetros quadrados.
Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus, os dados sobre o desmatamento na Amazônia legal são coletados anualmente, num curto espaço de tempo, revelando verdadeiras tendências somente quando analisados sob a ótica de um período de tempo mais abrangente.
“Os dados mostram que, nesses últimos quatro anos de governo, não houve reduções nem aumentos significativos. Se pensarmos que o Estado possui 40 mil pequenos produtores rurais, cada qual com permissão para desmatar 1 hectare (0,01 quilômetro quadrado) para a agricultura familiar, verificamos que estamos abaixo do permitido, porque lidamos com a possibilidade de 400 quilômetros quadrados desmatados só neste ano”, conclui.
Edegard avalia que os baixos índices de desmatamentos no Acre são devidos principalmente às políticas públicas adotadas, que privilegiam o uso intensivo e sustentável dos 13% de áreas abertas ou historicamente desmatadas, aliado à conservação eficiente de áreas naturais legalmente protegidas.
O governo tem investido nas áreas abertas, por meio da mecanização da produção agrícola associada à promoção de uma economia verde, com investimentos maciços na piscicultura, na criação de pequenos animais e no plantio de árvores frutíferas e madeireiras, contribuindo para a redução das taxas de desmatamento no Estado. (Maurício de Lara Galvão/Asscom Sema)