Durante o 9º Enai (Encontro Nacional da Indústria), realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nos dias 5 e 6 no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília/DF, os empresários acreanos reforçaram o discurso do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, de que o Brasil precisa promover reformas que favoreçam o aumento da competitividade das empresas e a recuperação do crescimento da economia.
“O setor produtivo necessita de sinais claros e firmes de que a política econômica se movimentará na direção de maior estabilidade, de melhoras institucionais, de maior competência educacional e tecnológica, e da criação de condições para que o Brasil fortaleça, de fato, a sua indústria”, comentou Carlos Sasai. Segundo ele, a indústria deve estar no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil, porque o setor é a principal fonte dos avanços tecnológicos e da inovação, que estimulam o crescimento dos demais segmentos da economia. Sasai liderou a delegação do Acre, que foi composta por 20 pessoas.
Na avaliação do presidente da CNI, passadas as eleições, esse é o momento para o país refletir sobre o que precisa ser feito para a economia crescer de forma mais consistente. Andrade lembrou que a CNI está disposta a dialogar e contribuir com o governo para buscar o desenvolvimento. “Reduzir os custos de produção, modernizar os marcos regulatórios e a infraestrutura, estimular os investimentos são prioridades a serem perseguidas, incansavelmente, pelo governo”, completou Robson Braga. Para melhorar o ambiente de negócios, disse, é preciso simplificar o sistema tributário, modernizar as relações de trabalho e diminuir a burocracia. “Devemos continuar investindo em inovação e na educação de qualidade, com ênfase no ensino profissional”.
Compromissos do Governo
Diante dos empresários que participam do 9º Enai, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que na próxima semana o governo começará a definir a agenda de mudanças para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Essa agenda, prometeu Mercadante, terá como base os 42 estudos apresentados pela CNI durante a campanha eleitoral. “Na semana que vem, as propostas da CNI estarão sobre a mesa do governo. Vamos avaliar ponto a ponto e fazer a agenda da competitividade avançar”, destacou o ministro, acrescentando que o segundo mandato de Dilma Rousseff terá uma nova equipe. “Será um novo governo”.
Mercadante atribuiu às dificuldades enfrentadas pela economia brasileira ao cenário externo adverso. Citou como exemplos a desaceleração da economia da China, a estagnação do Japão e o fraco desempenho dos países europeus. Acrescentou que o governo brasileiro tomou medidas para reduzir os impactos da crise sobre o Brasil, como a desoneração do setor automobilístico e da folha de pagamento. “Nossa opção foi pelo emprego”, argumentou.
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, a indústria foi o setor mais afetado pela crise externa. “A indústria está em uma situação preocupante”, afirmou Mauro Borges, defendendo que o setor tenha prioridade na agenda do governo. Ele elogiou as medidas propostas pela CNI. “A agenda da CNI é convergente com a política industrial e tecnológica do governo”.
Entre as mudanças indispensáveis para a recuperação da indústria, elencou Borges, estão os investimentos em infraestrutura, a reforma tributária e a busca de acordos comerciais com parceiros importantes para o Brasil, como o tratado Mercosul-União Europeia, e o aperfeiçoamento das relações com os Eua e a China.
CARTA DA INDÚSTRIA 2014
Ao final do Encontro Nacional da Indústria, a CNI divulgou a Carta da Indústria 2014, documento que reúne as propostas da indústria para desenvolver o país nos próximos quatro anos. A mensagem é de que a indústria brasileira tem pressa e defende um diálogo permanente com a sociedade, o Congresso, o Executivo e o Judiciário para reverter o quadro de perda de competitividade. Entre os avanços defendidos já para 2015 estão a reforma tributária, a modernização das leis trabalhistas, o aumento dos investimentos em infraestrutura, além de uma política fiscal que beneficie o investimento e o aumento da qualidade da educação.
“O Brasil precisa ter uma agenda com metas claras e objetivos definidos sobre o que pretende alcançar para tornar-se mais competitivo. Precisamos estar preparados para, em 2018, responder sobre o quanto melhoraram os indicadores de competitividade”, afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. (Da Assessoria do Sistema Fieac, com informações da CNI/ Foto: Assessoria)