A presidente do Sindicato dos Professores da Rede Pública de Ensino do Estado do Acre (SinproAcre), Alcilene Gurgel, denunciou na manhã de ontem que os 40% do imposto sindical acordado com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Rosana Nascimento, ainda não foi depositado na conta do sindicato dos professores. Por isso, o SinproAcre, vai entrar com ação judicial contra o Sinteac, para recuperar cerca de R$ 600 mil.
A briga entre as duas entidades começou em 2009, sendo superada depois da mudança da nomenclatura da entidade que defende os professores. O objetivo de acabar com o instrumento de luta dos docentes era apenas econômico.
“Eles fizeram isso, para acabar o Sinplac. Na verdade eles queriam a totalidade do imposto sindical referente aos anos de 2013 e 2014 recolhidos dos sócios. Totalizando mais de R$ 1,7 milhão”, disse Alcilene.
Como a Justiça do Acre demorou a se posicionar sobre quem ficaria com o dinheiro do imposto, as duas entidades decidiram fazer um acordo. Alcilene Gurgel apresentou um documento assinado entre os dois sindicatos, em que o Sinteac aceita ficar com 60% do dinheiro e repassar 40% para o SinproAcre. Assim o processo foi arquivado e o dinheiro sacado.
Aguardando a boa-fé de Rosana Nascimento, Alcilene Gurgel foi buscar a parte do Sindicato dos Professores e ouviu de Rosana Nascimento que o valor não seria repassado.
“Eu nunca esperei que a Rosana fizesse isso, antes mesmo de assinar qualquer papel havia uma pré-conversa, um acordo, no qual foi desrespeitado de forma vil. Uma pilantragem mesmo”, destacou a presidente do SinproAcre.
Alcilene Gurgel ainda acusou a presidente do Sinteac de se recusar em repassar recursos para os núcleos dos municípios do interior. Ela estaria afirmando aos outros líderes da entidade que não existe dinheiro.
“Ela afirma que tem R$ 1 milhão para repartir quando na verdade o valor é maior. O extrato é público, sugiro que o sócio solicite para ver quem mente”, provoca Gurgel.
Prejuízo
Sem o dinheiro, o SinproAcre não pode continuar com as obras do clube social.
“Nós temos compromisso com o sócio. Não devemos nada para ninguém e tudo que o sindicato possui é quitado. Trabalhamos com responsabilidade, por isso vamos realizar a obra apenas quando tiver dinheiro”, ressaltou a presidente.
Depósito feito na conta do advogado
Alcilene Gurgel também denúnciou o fato do depósito ter sido feito na conta do advogado do Sinteac e não na conta do próprio sindicato, além do desconto de honorários de um acordo, e não de um processo.
“Foi depositado mais de R$ 1,7 milhão, após o pagamento de honorários, o valor depositado na conta do sindicato foi de mais R$ 1,4 milhão”, explicou.
Pelas contas, o advogado ganhou em honorários mais de R$ 200 mil da ação. “Por que mais esse honorário se ele é pago pelo Sinteac? Os sócios precisam saber dessa situação”, questionou a presidente. O advogado que defendeu o SinproAcre, não recebeu um real sequer. (Assessoria)