Orlair da Silva Cavalcante, 21 anos, morador do bairro Montanhês, morreu nas primeiras horas da madrugada de quinta-feira, 6. Ele foi preso na tarde de quarta-feira, 5, pelas acusações de invasão de domicilio e desacato a autoridade policial.
No caso do crime, o acusado teria invadido uma casa, caído do telhado dele e se batido em uma mesa de mármore. O dono da casa ainda teria batido nele, até a chegada da polícia. Ao ser preso, ele teria reagido e ofendido os policiais.
Orlair foi levado por uma guarnição da Polícia Militar para uma das celas da Delegacia Central de Flagrante (Defla), localizada no bairro Estação Experimental. Lá, ele passou mal e foi levado às pressas ao Pronto Socorro. Foi atendido e teve alta médica, depois foi levado de novo para a delegacia, onde morreu horas depois, não se sabe como.
A Polícia Militar fez boletim de ocorrência do caso e a Civil emitiu nota de esclarecimento:
Versão da Polícia Militar copiado de Boletim de Ocorrência
De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar de Ocorrência nº 1594/2014, segundo o qual o conduzido teria praticado os ilícitos de dano, desacato, desobediência, resistência e violação de domicílio.
De acordo com o citado Boletim de Ocorrência, a Guarnição da Polícia Militar, condutora, foi acionada pelo Ciosp para atender uma ocorrência na Rua 25 de Dezembro, Bairro Montanhês, e que, ao chegar no local informado, os policiais se depararam com as vítimas (da invasão de domicílio) segurando o conduzido. As vítimas informaram aos militares que estavam dormindo, quando ouviram um barulho e, ao verificarem o que estava acontecendo, se depararam com o conduzido, que havia caído do telhado da casa em cima de uma mesa de mármore, de uma altura de três metros e meio, que ocasionou lesões em seu rosto e parte do seu corpo, ocasião em que as vítimas travaram luta corporal com o conduzido, para contê-lo.
Concluem os emitentes do Boletim de Ocorrência da PMAC que, ao iniciarem os procedimentos de condução do agente, este resistiu à prisão, desobedecendo às ordens da Guarnição no sentido de que se mantivesse quieto, e que, além disso, o agente proferiu palavras de baixo calão contra os policiais, momento em que empreendeu fuga, saltando sobre diversas cercas e levando sucessivas quedas, gerando mais lesões em seu corpo, mas foi finalmente contido pela Guarnição da Polícia Militar, que precisou fazer o uso da força necessária para tal.
A Guarnição da PMAC finaliza o Boletim de Ocorrência, informando que, antes de conduzir o preso à delegacia, o levou ao Pronto Socorro para atendimento médico, que lhe foi prestado segundo o prontuário nº 2156920.
Versão da Polícia Civil emitida através de Nota de Esclarecimento
Ao chegar à Delegacia de Flagrantes, os policiais civis que receberam o preso, o levaram à cela. Por volta das 07h, o delegado plantonista, Dr. Antônio Alceste Calil de Castro, entrou em contato com o coordenador da Unidade, delegado Josemar Moreira Portes, informando que o preso Orlair aparentava estar bastante machucado.
Diante daquele quadro, o coordenador Josemar dirigiu-se à delegacia e, lá chegando, constatou a existência de receita médica oriunda do atendimento do preso no Pronto Socorro, ocasião em que providenciou que os medicamentos prescritos fossem adquiridos em unidade de saúde próxima à delegacia, e forneceu os remédios ao preso, conforme orientação médica constante da dita receita.
Entretanto, já por volta das 11h30min, o coordenador Josemar foi comunicado que Orlair não se sentia bem, e, de pronto, acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu, que, rapidamente, foi até a Defla, atendeu o preso e o levou ao Pronto Socorro.
Em seguida, o preso foi liberado pelo neurologista de plantão, e foi novamente recambiado à Defla onde, após algum tempo, foi a óbito.
Ao constatar o evento, o coordenador da Defla, prontamente, abriu inquérito policial para apurar os fatos, com todas as suas circunstâncias, além do que tomou todas as providências legais pertinentes, dentre as quais o encaminhamento do falecido ao Instituto Médico Legal, para a realização do competente exame cadavérico.
Nota oficial assinada pelo Carlos Flávio Gomes Portela Richard
Secretário de Estado da Polícia Civil, em exercício
(Fotos: Cedidas)