Mergulhadores do Corpo de Bombeiros realizaram uma série de buscas pelo Rio Acre, nesta quinta-feira (27), em uma última tentativa de localizar o corpo do jovem Yago Chagas, de 17 anos, que desapareceu no rio, no dia 16 passado. O que motivou a retomada das buscas foi uma simpatia feita pelo pai do jovem, o agente penitenciário Elonildo Gomes. O pai levou ao rio uma cuia com uma vela benta dentro. Acredita-se que onde o objeto parar indica o local onde está o corpo da pessoa que se afogou. Apesar do ritual supersticioso, o corpo não foi encontrado e as buscas foram encerradas.
“É um apelo desesperado para conseguir achar o corpo. Não importa se a gente crê ou não, no desespero fazemos qualquer coisa”, declarou o agente penitenciário.
O subtenente Daniel Vera de Menezes explica que no local onde a vela parou existe um remanso, ou seja, uma contracorrente junto às margens do rio.
“Tem alguns pontos que o rio faz o remanso. Existe esse mito que onde a cuia com a vela parar, ela vai encontrar o corpo. Inventaram essa história porque o corpo também para em remanso, então existe essa possibilidade. Como a vela parou aqui, o pai quer que faça as buscas”, explica.
Ele explica que existem três possibilidades, o corpo pode ter sido comido por peixes, enganchado em algum pedaço de madeira ou ficar soterrado pelo barro. “Nosso rio tem muito barro, quando o rio enche causa uma reviravolta no fundo e quando tem vazante, começa a sentar a lama em vários pontos”, disse.
O sargento José Lazaro Campos é mergulhador desde 2005 e fez parte da equipe de buscas desta quinta-feira. Para ele, é difícil não dar respostas a família. “A gente se sente muito triste quando isso acontece, porque na maioria dos casos nós conseguimos encontrar os corpos”, disse.
As buscas encerraram, mas o pai do adolescente ainda tem a esperança de encontrar o corpo do filho. “O que eu mais desejo é que Deus permita que eu possa enterrá-lo”, disse. Ele pretende solicitar outras buscas pontuais. “Uma vez ou outra vamos continuar passando no rio, na esperança de o corpo boiar”, disse o agente penitenciário.
Entenda o caso
O jovem Yago Chagas de Oliveira, de 17 anos, desapareceu nas águas do Rio Acre na madrugada de domingo (16) após saltar da passarela Joaquim Macedo. Após 9 dias, o Corpo de Bombeiros, com uma equipe de 8 mergulhadores, decidiu suspender as buscas.
Em entrevista ao G1 no dia 25, o pai de Yago ainda buscava entender o que tinha acontecido no dia da fatalidade. Ele destacou que o adolescente estava em uma fase boa e repleto de sonhos. De acordo com ele, Yago era caseiro e poucas vezes ia para festas. No dia do ocorrido, a tia, que criou o jovem como filho, havia proibido o rapaz de acompanhar os amigos no evento. Porém, o pai conta que autorizou, mas exigiu que o filho fosse acompanhado de um primo. (Veriana Ribeiro, Do G1 AC/ Foto: Iryá Rodrigues)