Um corpo estendido no chão crivado a tiros, ou retalhado a faca, já não comove a população principalmente se o fato ocorrer na periferia da cidade.
Quando a polícia não encontra os autores dá o caso como “acerto de contas” acertos de quem e de que? Da sociedade para com a sociedade? Dos poderes constituídos para com o cidadão, do mandatário para com o “chefe” da segurança? Fica assim e a própria comunidade alegando medo de represálias dá o calado como resposta as autoridades policiais para que se inicie uma investigação. E assim dia a dia, mês a mês ano a ano o número macabro de crimes contra o patrimônio, contra a vida tende a aumentar.
Qual vermelho do pincel ou do sangue
Não rara vezes em que em cenas de crimes de morte o pai ou a mãe “arrasta” um filho no colo e o outro muitas vezes de menos de cinco anos de vida, para assistir o que a vida tem a lhe oferecer.
Como se essa criança não soubesse diferenciar a cor do vermelho do pincel da escola com o sangue derramado no asfalto.
E essa fragilidade começa com o exibicionismo de jovens que buscam os locais públicos, onde existem seguranças e câmeras espalhadas nos quatro cantos para demonstrar que não existe medo ou melhor respeito pela Lei e nem mesmo a educação familiar encontra-se presente em suas vidas.
Qual Lei? da família ou dos tribunais?
Como se estivessem em um parque da escola eles se auto retratam ou fazem um selfie termo tecnologicamente correto para denominar quem utilizou uma câmera fotográfica e fez seu auto retrato.
Se não bastasse o exibicionismo tem que ir além. As fotos são postadas nas redes sociais, até aí tudo bem, o que há de mais em postar uma foto no banheiro do shopping, onde circulam crianças, adolescentes, adultos e até idosos, se na frente do “modelo” retratado também não tivesse uma faca com uma lâmina de mais de 20 centímetros. A faca ou arma branca é o meio de ostentação entre as “tribos”, eles são os que merecem respeito dos demais adolescentes, pois registraram em suas páginas sociais que driblaram os seguranças do local e afrontaram as leis, afinal são apenas jovens, como se o tempo parasse ali e deixassem de crescer no tamanho como ser humano e na experiência com o que a vida do crime pode oferecer.
(Foto: Cedida)