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Vizinhos se unem para se proteger usando todo o tipo de tecnologia

Cansados de serem alvos de ladrões, moradores da Rua Almirante Barbosa, no bairro Isaura Parente, decidiram investir em segurança. Eles instalaram equipamentos dos mais variados possíveis para proteger seus lares, a exemplo de tantas outras pessoas vítimas da violência em Rio Branco e no interior do Estado.

Os moradores levantaram mais o muro das casas na tentativa de impedir a visão de saqueadores, instalaram cerca elétrica, alarmes, câmeras de vídeo segurança e começaram a criar cães de raça. Mas nada disso foi suficiente para inibir a ação dos criminosos. Segundo um dos moradores, que pediu para não ser identificado, ele teve a sua residência invadida duas vezes por homens armados. Além de utensílios domésticos, eles levaram, em um dos assaltos, o carro do empresário lotado de mercadorias da loja em que é proprietário.

Em outra casa, os criminosos foram tão ousados que, em uma mesma semana, a invadiram duas vezes. Levaram vários bens do imóvel. Das 32 casas da rua, cerca de 10 delas não foram invadidas, porque o sistema de alarme, somado aos cães bravos, deram o alerta aos vizinhos.

No local não existe morador novo. Todos estão ali há mais de 20 anos. São pessoas de classe média e alta que tiveram uma ideia inovadora.

Conversaram com o dono de um terreno baldio lateral com a rua e em frente com a Avenida Antônio da Rocha Viana e solicitaram permissão para murar o quintal. Deixaram a rua sem saída.

Em seguida, após uma breve reunião, decidiram criar uma espécie de associação. Através dela, no muro da primeira casa, foi escrito um recado para os criminosos: ‘AVISO: Associação dos vizinhos solidários, estamos de olho’ e uma seta indicando a rua.

Outra providencia foi criar um grupo no whatsapp onde todos vigiam a casa do vizinho. Até informam se esqueceu o portão aberto e alertam caso algum estranho ande circulando pela rua.

A princípio, estas providências funcionaram. Mas os ‘vizinhos solidários’ não pararam mais de inovar. O próximo investimento será a construção de uma guarita para um vigilante. Ele será contratado de uma empresa de segurança privada que possua todos os requisitos exigidos pela Polícia Federal.

” Não podemos contratar um vigia, porque a legislação não permite que ele use arma. Além disso, tem a questão trabalhista. Mas vamos fazer o certo e contratar uma empresa de segurança privada que esteja em dias com as exigências da Polícia Federal. Afinal, aqui moram aposentados, juízes, professores”, afirmou uma moradora, que abriu só uma fresta de seu portão para conversar com a reportagem.

Desta moradora a reportagem conseguiu apenas a imagem da sua mão. Detalhe: nem o nome ela falou.

A Gazeta do Acre: