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Itaú Cultural inaugura Espaço Olavo Setubal com exposição permanente de obras sobre a história do Brasil

Diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron (no centro),  com os curadores Pedro Corrêa do Lago e Vagner Porto e com os cenógrafos Daniela Thomas e Felipe Tassara, responsáveis pela criação do projeto expográfico do Espaço Olavo Setubal
Diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron (no centro), com os curadores Pedro Corrêa do Lago e Vagner Porto e com os cenógrafos Daniela Thomas e Felipe Tassara, responsáveis pela criação do projeto expográfico do Espaço Olavo Setubal

O Itaú Cultural inaugurou no sábado, dia 13, o Espaço Olavo Setubal, que apresenta de forma permanente as coleções de obras de arte e documentos que contam os 500 anos de história do Brasil. O acervo é riquíssimo e completo, possui 1,3 mil obras em cerca de 10 mil ítens, e torna realidade o sonho de Olavo Setubal, um dos líderes do Banco Itaú, que começou a colecionar obras de arte ainda na década de 1960. O museu está localizado no Centro da Avenida Paulista, em São Paulo, e ocupa dois andares do edifício sede do Itaú Cultural.

“Obras de arte são para serem vistas. E o que estamos fazendo aqui é fantástico. São cinco séculos de história e arte que podem ser vistas em qualquer dia nessa exposição permanente. Todos nós estamos orgulhosos de ser brasileiros e de mostrar nosso Brasil. Foram cinco anos de trabalho e muitos desafios a enfrentar para realizar este espaço, declarou Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

Cronologia da exposição, segundo a história
O Brasil em 500 anos de história contadas neste percurso da Coleção Brasiliana Itaú, pelo registro de suas obras de artes, segue uma cronologia de tempo e de espaço. E a exposição vai por esse caminho que revela o passado, explica o presente e projeta o futuro. Para se compreender melhor essa viagem inspiradora e prazerosa, a exposição está dividida em 9 partes distintas. São elas:

1 – O Brasil Desconhecido
Nenhum artista visitou o Brasil nesse período. As imagens existentes foram criadas na Europa com base em relatos e descrições escritas. O tema dominante era o canibalismo. Os povos indígenas também são retratados vestidos à moda européia imaginados pelos artistas europeus que nunca os viu, mas imaginou.

2 – O Brasil Holandês
Os 8 anos passados por Maurício de Nassau no Nordeste valeram ao Brasil o precioso legado dos jovens cientistas e artistas da comitiva holandesa, que publicaram em grandes livros ilustrados todas as imagens e informações colhidas no país.

3 – O Brasil Secreto
Após derrotar o invasor holandês, o governo de Portugal fechou o país aos visitantes estrangeiros por mais de 150 anos. A preocupação em manter o Brasil secreto aumentou após a descoberta de enormes jazidas de ouro e dia-mantes, em Minas Gerais.

4 – O Brasil dos Naturalistas
Com a chegada da família real e a abertura dos portos, em 1808, o país foi finalmente revelado ao mundo e, nas décadas seguintes, recebeu centenas de artistas e cientistas determinados em registrar o território, seus costumes, sua flora e sua fauna, movidos pela enorme curiosidade represada nos 150 anos em que o país ficou fechado.

5 – O Brasil da capital
Foco da atenção dos artistas viajantes, o Rio de Janeiro possui rica iconografia que retrata a variedade  da vegetação, do mar e da topografia da segunda capital do Brasil.

6 – O Brasil das Províncias
Menos retratadas que a capital, as diferentes regiões do país foram as vezes documentadas por artistas viajantes.

7 – O Brasil do Império
A família real, depois imperial, foi amplamente retratada e desempenhou papel fundamental no desenrolar da arte no Brasil. Pintor da corte, Debret presenciou e registrou a cerimônia de casamento de D. Pedro I com sua segunda mulher, D. Amélia.

8 – O Brasil da Escravidão
Capítulo tenebroso e determinante da história brasileira, a escravidão foi retratada por uma série de artistas viajantes.

9 – O Brasil dos Brasileiros
O Brasil chega ao século XX. Enquanto a República se consolida, a cultura nacional se reconhece. São produzidos os chamados livros de artista, fruto da colaboração entre nossos maiores escritores e pintores. Entre os livros destaca-se Mangue, publicado em 1943, no Rio de Janeiro, com ilustração de Lasar Segall e textos de Mario de Andrade e Manuel Bandeira.

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Coleção Brasiliana e Numismática Itaú
De um acervo total de mais de mais de12 mil itens, sob os cuidados do Itaú Cultural e considerado o maior de uma companhia privada da América Latina, as 1,3 mil obras selecionadas para as duas coleções, a Brasiliana e a Numismática (coleção de moedas e medalhas), tem um recorte de 10 mil itens reunidos nos dois conjuntos. Elas retratam o país desde a chegada dos colonizadores e abarcam cinco séculos de história. Entre as peças exibidas ao público está a cerimônia de casamento de D. Pedro I e sua segunda esposa, D. Amélia, uma obra óleo sobre tela de dimensões relativamente modestas (45 x 73 cm), feita por Debret.

De um total de 6.919 peças existentes, 420  exemplares entre moedas e medalhas dos mais diferentes materiais, como ouro, prata, cobre e madeira, foram escolhidos para ser expostos, declarou Vagner Porto, curador do acervo de numismática. Entre moedas, medalhas, pesos, condecorações e outros ligados ao monetário, a beleza desse conjunto é inigualável e valiosíssima e compõe as mais belas e raras peças da numismática brasileira.

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O Espaço Olavo Setubal

Escada em caracol, no fundo gravuras da fauna e flora brasi-leira postas em vidros anti-reflexos, da série cromolitografias
Escada em caracol, no fundo gravuras da fauna e flora brasi-leira postas em vidros anti-reflexos, da série cromolitografias

Daniela Thomas e Felipe Tassara, criadores do projeto expográfico dos dois andares que abrigam o Espaço Olavo Setubal, na Avenida Paulista, contam  que o local foi todo reestruturado  com projeto bem peculiar e especial. “Como as obras são muitas e não podem ser cansativas, optamos por excluir o paspatu e a moldura valorizando a obra em si e conseguimos deixá-las soltas, neutras com o auxílio dos vidros transparentes e anti-reflexos”, diz Daniela.

Quanto ao espaço físico, a proposta foi fazê-lo bem clean, limpo e, claro, branco. Todo material usado foi top de linha, de primeiríssima qualidade com o desafio de harmonizar o espaço com essa arte belíssima e riquíssima”, conclui.

(FOTOS:IVETE MAIA/ A GAZETA)

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