Neste domingo, 28, a cidade de Rio Branco comemora 132 anos de fundação e ao longo desses anos, a Capital do Acre passou por uma grande fase de desenvolvimento, tanto no que diz respeito à infraestrutura, economia, mobilidade urbana, quanto politicamente. Rio Branco deu um salto considerável.
Segundo o historiador Marcus Vinicius, embora a cidade esteja em franco desenvolvimento, ainda mantêm em muitos aspectos algumas tradições. Ele considera a década de 70 como o momento que marcou o início de uma nova história para a Capital.
“Foi nessa época que muitos migraram para Rio Branco. Essa explosão de pessoas marcou uma nova era para nossa cidade”, disse.
Fazendo uma comparação de Rio Branco do passado e com o do presente, o historiador comemora a criação da BR-364, que liga a Capital de uma ponta a outra. “Antigamente tínhamos uma cidade pequena, isolada. Hoje, somos a metrópole deste Estado. Crescemos muito como município. Enquanto algumas cidades em certos momentos pararam de crescer, a capital acreana passou por transformações absurdas”.
Para o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, do ponto de vista da infraestrutura, a Capital vive sua melhor fase. “Muitos investimentos estão sendo realizados em Rio Branco. Nossa cidade tem passado por uma grande revitalização. Novos prédios, com designers diferentes, mais modernos”, disse.
Opinião confirmada pelo engenheiro civil, Rodrigo Ribeiro de Moura Leite. “Apesar dos avanços inegáveis, Rio Branco ainda possui grandes desafios, principalmente, no setor da construção civil”.
A chegada de matéria-prima à Capital, sem dúvidas, é um deles. “Mas, temos a esperança que esse desafio seja superado com a construção da ponte do Rio Madeira. Apesar disso, o próprio mercado interno encontrou um jeito de atender a demanda, como por exemplo, a produção de bloco estrutural, em olarias e cerâmicas localizadas em Rio Branco mesmo. Esse recurso tem sido bastante utilizado, o que tem barateado e agilizado as obras, além da mesma durabilidade de tecnologias vindas de outros estados”, confirmou o engenheiro.
A questão climática também não é mais um tabu para a construção civil, alega o profissional, mas não deixa de ser um desafio constante. “Atualmente, o mercado possui construtoras públicas e particulares que atuam para atender a demanda crescente. Por exemplo, uma construção predial pode levar seis meses para ser erguida, mas a infraestrutura tem menos tempo, cerca de três a quatro meses. A engenharia se renova, oferecendo maior incremento na obra e viabilizando opções de escolha para o cliente”.
A Rio Branco de hoje possui o mesmo nível na qualidade de obras das cidades grandes. “Além disso, os investimentos em infraestrutura completa, como rede de esgoto, saneamento, calçadas, favorece o mercado imobiliário que está em expansão na Capital”, destacou Rodrigo Ribeiro de Moura Leite.
200 bairros existem em Rio Branco, 70% deles são irregulares. A região da Baixada da Sobral reúne cerca de 18 bairros, outra região que se desenvolveu muito nos últimos anos é do São Francisco que já reúne 8 bairro, na parte alta da cidade.
Verticalização
A paisagem em Rio Branco mudou desde a última década, o processo de verticalização chegou de vez à Capital. A construção de prédios comerciais e residenciais movimenta o mercado imobiliário e atraem todo tipo de público.
“Um condomínio fechado tem sido o sonho de muitos rio-branquenses. A confiança de um investimento numa boa casa, com conforto e segurança são os principais atrativos. Nos próximos anos a tendência é de crescimento de residenciais com esse perfil”, garante o engenheiro.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Acre (Crea), Amarildo Uchôa Pinheiro, confirma que as fiscalizações são realizadas periodicamente, garantindo a segurança das obras em andamento em toda Rio Branco.
Os 132 anos da capital acreana: comemoração em diferentes datas
Por muito tempo foi comemorado o aniversário da cidade no dia 13 de junho. De acordo com o historiador Marcus Vinícius, por longos anos se considerou a criação da cidade pela data em que foi criada Penápolis. Porém, essa data deixava de fora 30 anos de história do Segundo Distrito.
“Essa era uma data cruel para se comemorar, porque jogava fora 30 anos de história do Segundo Distrito, como se a cidade tivesse começado com a criação do Primeiro Distrito, quando todo mundo sabe que o Segundo Distrito é mais antigo”, afirmou.
De acordo com o historiador, existem três teorias sobre a data do aniversário da cidade. “Atualmente se considera o aniversário a partir da criação do seringal Volta da Empreza, que logo se tornaria povoado. Outra data é 7 de setembro de 1904, da criação da Vila Rio Branco, porque não apenas ela passa a ser Vila oficialmente, com seu espaço urbano reconhecido. Passa também a ter uma função política administrativa, como a capital do departamento”, explicou.
A terceira possibilidade é 13 de junho de 1909, quando foi criada a cidade de Penápolis. “Tirando as cidades fundadas por algum governante, todas as outras tem datas alea-tórias, que dependem da decisão da própria população. É uma escolha, história é versão. Você escolhe a versão predominante, mas as possibilidades são sempre muitas”, apontou.
Números
Até os anos 90, Rio Branco possuía um pouco mais de 10 bairros. Mas, nos últimos 20 anos, o crescimento desordenado gerou inúmeras invasões ao redor da cidade. Atualmente, estima-se que a Capital do Acre tenha mais de 200 bairros, sendo que 70% deles são ilegais.
A região da Baixada da Sobral reúne cerca de 18 bairros. Outra região que se desenvolveu muito nos últimos anos é do São Francisco, que reúne 8 bairros na parte alta da cidade.
132 ANOS DE HISTÓRIA
Rio Branco, Capital do Acre, é a maior e mais populosa cidade acreana, concentrando mais da metade da população total do Estado. Além disso, foi uma das primeiras cidades a surgir nas margens do Rio Acre. Conta a história que, em fins de 1882, numa pronunciada volta do Rio Acre, uma frondosa árvore, a Gameleira, chamou a atenção de exploradores que su-biam o rio e levou-os a abrir novos seringais ali mesmo.
O povoado chamado “Volta da Empreza” logo revelou-se mais movimentado do que um simples seringal pela abertura de pontos comerciais para o abastecimento das embarcações a vapor que subiam o rio no transporte do ouro negro (a borracha).
Em 1904, após anexação definitiva do Acre ao Brasil, foi elevada à categoria de Vila, tornando-se sede do departamento do Alto Acre. Em 1909 passou a ser denominada Penapólis (em homenagem ao então Presidente Afonso Pena), e, em 1912, Rio Branco, em homenagem ao Barão de Rio Branco, chanceler brasileiro cuja ação diplomática resultou no Tratado de Petrópolis. Em 1913 tornou-se município. Em 1920, Capital do território do Acre e em 1962, Capital do Estado.
Rio Branco, hoje, é o centro administrativo, econômico e cultural da região. É cortado pelo Rio Acre, que divide a cidade em duas partes denominadas de Primeiro e Segundo distritos. De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até agosto de 2014, a cidade possuía uma população de 363.928 habitantes, o qual a coloca como a sexta maior cidade da Região Norte do Brasil. Sua área territorial é de 9 222,58 km², sendo o quinto município do Estado em tamanho territorial. De toda essa área, 44,90 km² estão em perímetro urbano, o que classifica Rio Branco como sendo a 66ª maior do país.
(Fotos: Divulgação)