Dando continuidade à rodada de entrevistas com os parlamentares estaduais reeleitos no pleito deste ano, o jornal A GAZETA entrevistou nesta semana o deputado pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), Éber Machado.
Eleito com 5.300 votos, o parlamentar garantiu a oitava das vinte e quatro vagas da Assembleia Legislativa do Acre.
De acordo com o deputado, seu próximo mandato será pautado principalmente em projetos de interesse do Acre. Entre os pontos principais a ser debatido na próxima legislatura, ele reafirmou o seu compromisso em continuar buscando melhorias para a Defensoria Pública do Estado.
“Tenho 3 frentes de trabalho para a próxima legislatura e uma delas será continuar a lutar pelas melhorias na Defensoria Pública do Estado. Tivemos uma grande vitória este ano, porém, ainda não é o suficiente. Temos que continuar avançando nesta questão”, disse.
Ele afirma que deseja continuar realizando um mandato participativo, ouvindo sempre o povo do Estado, trabalhando em defesa do desenvolvimento do Acre. “Meu objetivo é continuar trabalhando em favor do povo do Acre”, afirmou.
O parlamentar agradeceu, ainda, a expressiva votação e afirmou que continuará se empenhando pelo desenvolvimento do Estado. “Tivemos momentos difíceis, porém, continuamos a lutar. Vou honrar cada voto recebido”, disse.
O deputado falou também sobre a disputa pela a primeira secretaria da Mesa Diretora da Aleac, para a próxima legislatura. Quanto ao assunto, o parlamentar afirma estar preparado para assumir o cargo. Confira a entrevista:
GAZETA – Como o senhor avalia a participação do seu partido nas eleições deste ano?
Éber Machado – Infelizmente, tivemos alguns percalços ao longo desse processo eleitoral. No que diz respeito a continuar tendo um representante na Casa do Povo, considero o resultado positivo, pois, graças a Deus, conseguimos continuar presente na Aleac, agora, no que se refere ao número de parlamentares, não resta dúvida de que não obtivemos um bom resultado, haja vista que perdemos uma cadeira no parlamento. Nesta legislatura, tínhamos dois representantes. E na próxima teremos apenas um.
A GAZETA – Em sua opinião, essa perda de espaço no parlamento estadual se deve ao quê?
E.M. – Acredito que é em decorrência do próprio momento político. Vivemos um momento em que a própria população tem buscando estar mais presente nas rodas de política. Acredito que devido ao crescimento de partidos, tanto em nível de Brasil quanto de Estado, também contribuiu para esse resultado.
A GAZETA – Qual avaliação que o senhor faz dessa renovação no parlamento estadual?
E.M. – Eu a enxergo de forma natural. Como falei anteriormente, o momento político no qual vivemos foi extremamente favorável para que isso pudesse acontecer. Hoje temos uma sociedade que faz questão de se envolver com a política, que está mais presente nas sessões legislativas. A maior prova disso é que tivemos reivindicações em que a população foi às ruas para mostrar seu posicionamento quanto às ações dos atuais políticos. Acredito que isso também contribuiu para essa renovação, até porque, durante esses momentos, foram feitas muitas avaliações por parte do eleitorado. Eu, graças a Deus, tive um bom mandato. Fui considerado um dos parlamentares mais atuante dessa legislatura e isso proporcionou o meu retorno a este parlamento.
A GAZETA – O senhor acredita que essa renovação possa ser considerada uma espécie de recado para os atuais políticos?
E.M. – Sim. A população está muito atenta às nossas ações. Fomos eleitos para representar a população e muitos parlamentares, depois de eleitos, acabam esquecendo quem os colocou no parlamento e por qual motivo se está ali.
A GAZETA – Qual a sua avaliação dessa atual legislatura?
E.M. – O que vi nesta atual legislatura, em muitas ocasiões, foi à defesa de causas vazias. Não quero julgar nenhum colega parlamentar. Não cabe a mim fazer isso. Porém, o resultado das urnas nos mostram isso. Nosso foco sempre deve ser o bem-estar da nossa população. Alguns parlamentares acabaram desviando desse propósito e a consequência disso foi à derrota nas urnas. No geral, tivemos bons projetos aprovados na Casa Legislativa. Os que conseguiram se reeleger poderão dar continuidade ao trabalho que foi iniciado no parlamento. Aos que não conseguiram a vitória no dia seis de outubro, tenho certeza que deixam a Aleac com a sensação de dever cumprido.
A GAZETA – Neste pleito, o coeficiente eleitoral foi um dos maiores vilões. Tivemos parlamentares com ótima expressão de votos que acabaram derrotados nas urnas. O senhor é a favor de mudança nessa área?
E.M. – Faço parte desse time que defende uma reforma política. Em minha opinião, a próxima legislatura deveria ser ocupada pelos 24 deputados mais votados. Isso sim representaria a verdadeira democracia. Essa matemática do coeficiente de hoje, para mim, é antidemocrática. Tivemos deputados com mais de cinco mil votos que ficaram de fora e candidatos com pouco mais de 2.500 votos que conseguiram se eleger. Diante desse resultado, eu me pergunto: onde está a democracia? O eleitor realmente elegeu quem queria? É claro que respeitamos o processo eleitoral e a forma como é conduzida à escolha dos deputados. Mas, sou a favor de uma mudança radical nessa área. Se vivemos em um Estado democrático, então, devemos exercer verdadeiramente a democracia.
A GAZETA – Que nota o senhor daria para seu mandato?
E.M. – Olha, ao longo do meu mandato como deputado estadual sempre procurei fazer um trabalho voltado para a defesa da população. Essa é uma frase que repito constantemente. O parlamentar deve, sim, trabalhar sempre em defesa do povo do Acre. Desenvolvi diversas frentes de trabalho, uma delas diz respeito à área da educação. Tive um projeto de extrema relevância para os nossos estudantes: a criação da Universidade Estadual do Acre. Não posso afirmar que fiz um excelente trabalho. Porém, também sei que não fui péssimo. Acredito que trabalhei da melhor foram possível para atender os anseios da sociedade, tanto que fui considerado um dos parlamentares mais atuantes.
A GAZETA – O que podemos esperar do deputado Éber Machado nos próximos quatro anos?
E.M. – Vou continuar defendendo a criação da Universidade Estadual do Acre. Essa é uma das prioridades deste próximo mandato. Não podemos deixar mais de se ater a esse projeto, que considero de extrema relevância para os nossos universitários. Continuarei minha busca por melhores condições de trabalho para os defensores públicos. Não podemos deixar de lado um órgão que defende e cuida dos interesses das pessoas carentes, que não possuem condições de ter acesso a Justiça pagando. Outra prioridade para a próxima legislatura diz respeito a ações relacionadas à terceira idade. Costumo dizer que se hoje estamos aqui é porque alguém lá atrás preparou algo para nós e, da mesma forma faremos algo para alguém. Estaremos trabalhando essa questão também.
A GAZETA – Quanto à disputa pela primeira secretaria da Mesa Diretora, o senhor continua candidato?
E.M. – É importante frisar que eu e o meu partido fazemos parte de um grande projeto. Dito isso, o que posso afirmar é que sou um soldado não apenas do PSDC como também da Frente Popular do Acre. Tenho um bom mandato, adquiri uma boa experiência ao longo desses quatro anos. Sinto-me preparado, porém, reafirmo que sou um soldado deste projeto. Se tiver a determinação da FPA que eu ocupe a primeira secretaria ou qualquer outro cargo na Mesa Diretora, eu o farei, agora, se aparecer uma pessoa mais qualificada, sem sombra de dúvida, terá meu apoio.