Impressionado. É assim que a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Acre (SRTE/AC) está após contabilizar quatro flagrantes de casos de trabalho análogo ou escravo este ano. Em anos anteriores, o número de flagrantes não passava de dois. Ao todo 74 trabalhadores foram resgatados. Em seguida, foi emitido de guias de seguro-desemprego, cálculo de rescisões contratuais e matrícula nos cursos oferecidos pelo Pronatec.
Os flagrantes ocorreram nos municípios de Sena Madureira, Tarauacá, Capixaba e Rio Branco. De acordo com o superintendente Manoel Neto, as operações se deram após confirmação de denúncias.
“Os trabalhadores estavam alojados em acampamentos formados por barracos, montados com madeira retirada da mata e cobertura feita de palha. No local, não havia instalações sanitárias. A água utilizada para tudo, inclusive para consumo, vinha de um açude próximo. O gado era presença constante no açude. Porém, o mais grave era que o recipiente utilizado para armazenar água não podia ser reutilizável, já que continha veneno”, lamentou o superintendente.
Durante a fiscalização, a carne utilizada nas refeições estava guardada num saco de ração para cachorro. “Além das condições subumanas, não havia qualquer documentação sobre o serviço prestado no local”, relatou Neto.
“Temos um grupo especial de fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, conhecido como grupo móvel. Eles atuam e combatem o trabalho escravo. Temos parceria com outras instituições como Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Trabalho, Ibama e outros, atuando de forma independente e harmônica”, afirmou Neto.
Sobre as ameaças, superintendente afirma que as providências foram tomadas
O Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Acre (SRTE/AC), Manoel Neto, confirmou que houve tentativas de intimidação aos auditores, mas que o fato já foi comunicado para o Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, Secretaria de Inspeção do Trabalho em Brasília, Ministério Público Federal e do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Além disso, as investigações já foram iniciadas.
“Foi a primeira vez que tivemos esse tipo de problema. Todos os órgão federais estão com as equipes de inteligência investigando o caso. Temos que aguardar. Enquanto isso, o trabalho continua”, concluiu Neto.