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Governador do AC repudia citação de seu nome em esquema da Petrobras

O governador reeleito do Acre, Tião Viana (PT), repudiou, durante solenidade de diplomação nesta sexta-feira (19), a citação de seu nome pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em um dos depoimentos da delação premiada. O nome do governador integra uma lista de 28 políticos que teriam se beneficiado do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Viana teria recebido R$ 300 mil de propina para sua campanha eleitoral em 2010.

Viana diz não se preocupar com as acusações e garante que todo o dinheiro recebido durante a campanha foi obtido de maneira lícita. “Tem no TRE [Tribunal Regional Eleitoral], desde abril, doação por transparência eletrônica direta de quem doou para a minha campanha. Isso é absolutamente transparente, legal, constitucional”, declarou.

O governador falou ainda que mantém a honra preservada. “Tenho toda a honra de vida preservada e, até agora, os que me atacam com violência fazem parte de estupro, sequestro ou roubo declarado. Ou das tentativas de extorsão de pessoas de bem. Ser atacado por esse tipo de gente não me incomoda em nada”, acrescentou.

Além do governador do Acre, foram mencionados pelo ex-dirigente da estatal o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, os ex-ministros Antonio Palloci (Fazenda e Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mário Negromonte (Cidades), os ex-governadores Sérgio Cabral (RJ) e Eduardo Campos (PE), além de deputados e senadores do PT, PMDB, PSDB e PP.

Costa chegou a relatar, em sua delação premiada, que parte dos políticos recebiam repasses de propinas com frequência e que as parcelas do suborno chegaram a superar R$ 1 milhão, utilizado em diversas campanhas eleitorais. Outra fatia de políticos recebia suborno esporadicamente.

Veja a suposta lista de políticos citados por Paulo Roberto Costa na delação premiada:

PT
Antonio Paloccix (SP), ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil
Gleisi Hoffmannx (PR), senadora e ex-ministra da Casa Civil
Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado
Lindbergh Farias (RJ), senador
Tião Vianna, governador do Acre
Delcídio Amaral (MS), senador
Cândido Vaccarezza (SP), deputado federal
Vander Loubet (MS), deputado federal

PMDB
Renan Calheirosx (AL), presidente do Senado
Edison Lobãox, ministro de Minas e Energia
Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara dos Deputados
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio
Roseana Sarneyx, ex-governadora do Maranhão
Valdir Raupp (RO), senador
Romero Jucá (RR), senador
Alexandre José dos Santos (RJ), deputado federal

PSB
Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco

PSDB
Sérgio Guerra (PE), ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB

PP
Ciro Nogueira (PI), senador e presidente nacional do PP
Mário Negromonte (BA), ex-ministro das Cidades e conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia
João Pizzolatti (SC), deputado federal
Nelson Meurer (PR), deputado federal
Simão Sessim (RJ), deputado federal
José Otávio Germano (RS), deputado federal
Benedito de Lira (AL), senador
Luiz Fernando Faria (MG), deputado federal
Pedro Corrêa (PE), deputado federal
Aline Lemos de Oliveira (SP), deputada federal

Operação Lava Jato
A Petrobras é investigada pela Polícia Federal e Ministério Público na Operação Lava Jato. Em março, a PF fez as primeiras prisões. O objetivo inicial foi desmontar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Investigações indicaram que diretorias da Petrobras fraudavam contratos para obter o pagamento de propina.

De acordo com delação do ex-diretor da Petrobras preso pelo PF, Paulo Roberto Costa, que está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro, a propina era direcionada para executivos da estatal e para partidos políticos. Segundo a PF, o esquema era operado pelo doleiro Alberto Youssef, que também começou a deletar os envolvidos depois ter sido preso. (G1/ AC)

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