Munidos de cartazes e gritos de guerra, dezenas de posseiros ocuparam a galeria Marina Silva, na Assembleia Legislativa (Aleac), durante sessão ordinária na manhã de terça-feira, 16, em protesto contra uma decisão judicial de reintegração de posse. A área em questão está localizada nos ramais Costa e Silva, Cantagalo e Independência, no km 7 da Estrada de Porto Acre.
De acordo com o representante dos posseiros, Rosemildo Araújo, no local moravam 102 famílias. Elas foram expulsas por meio de um mandado de reintegração de posse, expedido pelo juiz Fábio Farias, da 1ª Vara Cível.
Rosemildo Araújo disse, ainda, que em um primeiro momento o mandado era para ser cumprido no dia 27 de janeiro de 2015. Mas o juiz revogou a decisão e determinou que a retirada das famílias fosse cumprida dia 12 de dezembro deste ano.
Ele afirmou também que a advogada do grupo não foi informada da mudança da data da determinação judicial. Além disso, todos os imóveis do local, bem como plantações e bens materiais, foram destruídos por tratores.
“O que fizeram conosco é desumano. Tivemos nossas casas, nossas plantações e bens materiais destruídos. Até nossas criações foram mortas”, disse.
Segundo os posseiros, a área em disputa está sendo requerida por Ana Maria Aragão, que teria vendido cerca de 800 hectares a uma imobiliária da Capital. Só que os posseiros afirmam que as terras pertencem ao Estado.
“A senhora Ana Maria Aragão está solicitando a posse, mas as terras que nós ocupamos pertencem ao Estado. Existe um erro muito grande nisso. As terras que ocupamos é bem distante de onde a Justiça determinou a reintegração de posse”, finalizou Rosemildo Araújo.
Os posseiros pediram apoio aos deputados estaduais para resolução do caso. Porém, devido aos parlamentares estarem reunidos votando as matérias pendentes na Casa Legislativa, os posseiros não puderam ser recebidos pelos parlamentares.