O corpo do artista plástico acreano Sansão Pereira, reconhecido mundialmente pelas suas obras, será enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, na manhã deste sábado, 13. O artista, natural de Xapuri, morreu na noite desta quinta-feira, 11, no hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Sansão tinha 95 anos e há décadas residia na capital carioca.
Segundo o assessor do artista, Antônio José Benevides, há 15 dias o artista descobriu que estava com um câncer no pulmão. Ele foi internado esta semana para tratamento de quimioterapia, mas não resistiu à segunda sessão do tratamento. Sansão era pintor há 55 anos.
O artista ficou conhecido mundialmente por suas obras de arte. Dentre as mais importantes estão: Gênesis – e Deus Fez a Luz (pintada na Catedral Nossa Senhora de Nazaré), Marinha com figuras, Barcos, Cristo Redentor, dentre outras.
Sansão tem obras espalhas por todo o estado, em prédios do poder Judiciário, Legislativo e Executivo. A última exposição do xapuriense no Acre foi no início de 2014. A amostra aconteceu na Praça da Revolução, no centro da capital acreana.
O artista
Sansão saiu do Acre para cursar Engenharia Elétrica na universidade da Califórnia, onde se formou em 1951. Para tanto, vendeu parte das terras de seu pai, comerciante humilde da cidade de Rio Branco, para o governo federal, o que na época lhe rendeu o suficiente para mantê-lo nos Estados Unidos por 10 anos. Mas, o gosto pela arte e a vontade que o levava sempre a pintar todos os finais de semana, aliou-se à engenharia. Em 1945, o artista iniciou também estudos de pintura na Oakland School of Art.
Após a conclusão de seus estudos na Califórnia, voltou para o Brasil para exercer durante quase 30 anos a profissão de engenheiro elétrico. Passou por empresas de construção e engenharia e dirigiu projetos de envergadura em diversas usinas pelo país a fora, como as elevatórias subterrâneas do Rio Guandu no Rio de Janeiro durante o governo de Carlos Lacerda, e a estação de bombeamento do Rio Torto em Brasília. Foi diretor técnico do moinho inglês e um dos sócios da empresa serva Ribeiro Engenharia S.A. Mas, foi no final dos anos 70 quando se aposentou que resolveu então se dedicar aquilo que sempre fez nos finais de semanas e momentos de lazer: pintar.