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Casa Rosa Mulher bate recorde de atendimentos em 2014

 Em 21 anos de fundação, a Casa Rosa Mulher atendeu 11 mil mulheres em situação de violência doméstica. Em 2014, 3.340 mulheres foram atendidas na Casa por psicólogas, assistentes sociais, advogadas e 548 fizeram os 24 cursos oferecidos pela instituição, o que segundo a secretária Adjunta da Mulher, Graça Lopes, é o maior público já atendido anualmente desde que a instituição foi inaugurada em 1994. O prefeito em exercício, Márcio Batista, esteve nesta sexta-feira no local conferindo as necessidades do espaço para que em 2015, mais mulheres sejam beneficiadas.

Os cursos de formação são ministrados pela própria SEMAM por meio do PRONATEC. Entre os cursos, os mais procurados estão os de corte e costura, cabeleireiro, manicure, depilação, operador de caixa e salgadeira e a maioria tem duração de 3 a 6 meses.

Márcio Batista destaca que a Casa Rosa Mulher desempenha um importante papel na ressocialização das mulheres vítimas de violência, porque além do rompimento do ciclo de violência, por meio dos atendimentos jurídico e psicológico, as mulheres conseguem sua autonomia financeira através dos cursos oferecidos pela instituição. “Elas recuperam a autoestima e conseguem entrar no mercado de trabalho ou se tornar empreendedoras”, cita Batista.

Graça Lopes, secretária Adjunta da Mulher, ressalta que para 2015, a meta é alcançar mais mulheres com os atendimentos e os cursos e também “extrapolar os muros da instituição e chegar aos bairros com as oficinas de Gênero e Violência que despertam nas mulheres, a coragem de denunciar casos de violência doméstica e buscar uma vida melhor”, cita Graça.

“Eu apanhava muito, hoje sou livre e tenho minha renda própria”

Há muitas histórias emocionantes na Casa Rosa Mulher. Uma delas é a de Antônia Miraci Oliveira de 30 anos, mãe de três filhos, que continua tendo acompanhamento no local. Aos 16 anos, grávida, ele foi expulsa de casa, na zona rural de Cruzeiro do Sul. Veio para Rio Branco e conheceu o marido, que batia nela toda vez que bebia, além de não permitir que ela saísse de casa. Antônia ouviu falar na Casa Rosa Mulher e procurou a entidade, onde recebeu apoio jurídico, social e psicológico. Além disso, fez os cursos de cabeleireiro e manicure e agora tem uma renda fixa de R$ 800 mensais atuando em uma Lavanderia Comunitária.

Mas Antônia quer mais: até o fim deste ano, quer abrir seu próprio negócio, um salão em casa mesmo. “Quando cheguei aqui nem sabia que era vítima, que tinha direito, que tinha condição de crescer. Agora vivo bem, durmo tranquila, sustento o filho que mora comigo e com o que aprendi nos cursos de manicure e cabeleireiro, vou abrir meu negócio, me tornar empreendedora. A Casa Rosa Mulher mudou minha vida”.

Casa Rosa Mulher vai além da ajuda imediata

Muitos casos, na Casa Rosa Mulher, vão além da solução da violência doméstica e ressocialização das vítimas. Antônia Miraci, por exemplo, que não tinha onde morar e o filho estava fora da escola, teve os dois problemas resolvidos por meio da Casa Rosa Mulher. A secretária Graça Lopes, relata que a secretaria e a Casa Rosa Mulher atuam em rede articulada para solucionar problemas, como os de Antônia. A rede conseguiu, por meio da secretaria de Desenvolvimento Social do governo do Estado, uma casa para ela e o filho e também uma creche para a criança ficar enquanto a mãe trabalha na Lavanderia Comunitária. “Nosso papel vai além da ajuda imediata e dos casos de violência”, conclui Graça Lopes.

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