Um ano depois da cheia história do Rio Mamoré em Guajará-Mirim/RO, que, aliada à enchente do Rio Madeira, deixou o município isolado e desabrigou mais de 850 famílias na cidade, os moradores se preocupam com a subida das águas. O nível do rio tem aumentado a uma média de quatro centímetros por dia. Defesa Civil e prefeitura já estão se preparando para atuar juntas, caso haja situação de emergência.
Segundo dados do escritório da Marinha no município, nesta quarta-feira, 21, o Rio Mamoré está com 9,72 metros. Na mesma data em 2014, o nível registrado era 9,92 metros, apenas 20 centímetros a mais. No entanto, as chuvas na região têm sido constantes e o comportamento das águas registra que o rio tem subido a uma média de quatro centímetros diariamente.
A gente tá com medo de acontecer de novo”, Aguimar da Silva, aposentada.
Ainda se recuperando dos prejuízos materiais e emocionais após a cheia de 2014, quando várias famílias dos bairros Centro, Cristo Rei, Triângulo, Industrial, Santo Antônio, São José e Tamandaré tiveram que abandonar suas casas, os moradores de Guajará-Mirim já estão preocupados com a possível cheia deste ano.
A grande preocupação da população é para onde ir, se a água atingir novamente as casas. “A gente tá com medo de acontecer de novo. Fazer o quê?”, questiona a aposentada Aguimar da Silva. No ano passado, o também aposentado Raimundo Lopes foi para um sítio da família, enquanto a casa era invadida pela águas do Mamoré. Traumatizado pela enchente, ele sonha em vender a casa do bairro Triângulo. “Eu não vendo aqui. Não tem quem compre.”
Em caso de grande enchente, o Corpo de Bombeiros garante estar preparado para auxiliar a Defesa Civil na retirada de famílias e manutenção de abrigos. Na próxima semana, a Secretaria Estadual de Assuntos Estratégicos estará em Guajará-Mirim para monitoramento e cadastramento das famílias que estão em situação de risco.