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MP faz coletiva sobre denúncia contra envolvidos na Operação Tentáculos

MP e Gaeco contaram como funcionava o esquema
MP e Gaeco contaram como funcionava o esquema

Promotores de Justiça, membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Adenilson de Souza, Joana D’arc Dias Martins e os delegados da Delegacia Itinerante, Roberth Alencar e Nilton Boscaro, da Delegacia de Polícia da Capital e Interior, estiveram reunidos com a imprensa na tarde desta quinta-feira, 29. Eles apresentaram detalhes sobre a denúncia de 35 envolvidos na Operação Tentáculos. Todos são acusados de integrar uma quadrilha de falsificação de carteiras de habilitação (CNHs).

Durante a coletiva, as autoridades evidenciaram alguns detalhes da denúncia oferecida à Justiça.

De acordo com a promotora Joana D’Arc, a quadrilha era bem organizada. Tinha como principais integrantes os servidores do Detran, que teriam facilitado os crimes. Outro ponto abordado pela promotora foi à atuação dos envolvidos. Cada um tinha atribuições distintas e com funções específicas.

A promotora disse, ainda. que na denúncia oferecida à Justiça existem provas consistentes, inclusive com várias horas de interceptação telefônica com autorização judicial.

O delegado Roberth Alencar, que, na época, junto com o delegado Rodrigo Noll, foram os responsáveis pela operação, disse que ficou evidente que o acusado Francisco Evandro era uma das peças principais da quadrilha. E também seria um dos responsáveis em arregimentar ‘clientes’ para o bando.

Ainda de acordo com as autoridades, os membros do grupo agiam de forma discreta. Instrutores do Detran e membros de autoescolas aliciavam candidatos que eram reprovados em alguma etapa do processo de habilitação.

A outros era oferecida a possibilidade de conseguir uma carteira de habilitação sem precisar ser submetido a qualquer tipo de exame.

O caso – A Operação Tentáculos foi deflagrada pela Polícia Civil do Acre em junho de 2012.  No dia 11 de junho, cerca de 130 policiais civis realizaram a prisão de 27 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha, formada por servidores do Detran, funcionários de autoescolas, despachantes  de veículos, um policial civil, três policiais militares, uma psicóloga e instrutores de trânsito.

As investigações que culminou com a prisão dos acusados durou cerca de 10 meses, quando a direção do Detran, na época tendo como diretora Sawana Carvalho, procurou a polícia para comunicar as suspeitas de vendas ilegais de Carteiras Nacional de Habilitação (CNH), além da retirada ilegal de multas e de ‘esquentar’ documentação de carros roubados em outros estados da Federação.

Na ocasião, Sawana Carvalho previu um derramamento de cerca de 500 CNHs falsas, após um levantamento realizado dentro do órgão público. Os supostos criminosos cobravam de R$ 1 mil a R$ 4 mil, pela expedição do documento.

Durante a operação foram apreendidos R$ 7,5 mil, em dinheiro, 13 computadores, 6 impressoras, vasta documentação e munição.

Os acusados foram presos por formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsificação de documento público, corrupção ativa e passiva.

(Foto: Iryá Rodrigues/ G1)

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