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Erradicar o analfabetismo será uma das principais metas de Tião Viana no 2º mandato

Governador fala sobre os planos para os próximos 4 anos
Governador fala sobre os planos para os próximos 4 anos

Em uma campanha acirrada, com debates tensos, troca de acusações entre os candidatos, o eleitorado do Acre optou pela continuidade do projeto da Frente Popular. Reeleito com 196.509 votos válidos, o que equivale a 51,29% do eleitorado do Acre, o governador Tião Viana (PT) representa, hoje, a hegemonia de um projeto que se iniciou em 1998 quando seu irmão, o atual senador Jorge Viana (PT), foi eleito para comandar do Estado.

Empossado nos primeiros minutos do dia 1º de janeiro, Tião Viana comemora os bons resultados de seu primeiro mandato.  Em entrevista ao jornal A GAZETA, ele faz um balanço de seu governo, dos programas desenvolvidos ao longo dos últimos quatro anos e aponta ainda as perspectivas e projetos para o segundo mandato.

Segundo o governador, uma de suas principais prioridades será aprofundar os programas de desenvolvimento para que em 2018 o Acre possa ter reduzido para menos de 50% de seu orçamento a dependência de repasses da União.

Outra prioridade de seu segundo mandato será zerar o analfabetismo no Estado de pessoas acima de quinze anos. Ele pretende também a consolidação do setor produtivo, em especial com o fortalecimento das cadeias produtivas de peixes, suínos grão, fruticultura e outras opções agroflorestais, além de ampliar a oferta de oportunidades e conhecimentos à população. Confira a entrevista:

A GAZETA – Como o senhor avalia o seu primeiro mandato?
Tião Viana – Conseguimos concretizar mais de 90% dos compromissos que este governo assumiu como eixo de governança e administração do Estado. Tivemos resultados muito significativos tanto na área econômica, social, quanto de inovação. O trabalho foi duro, mas, o que importa mesmo é o resultado. É muito satisfatório poder fazer mais do que prometemos.

A GAZETA – Qual a marca que o senhor entende que foi deixada nesses primeiros quatro anos de gestão?
T. V. – Adotamos três grandes diretrizes de responsabilidade nesta gestão que foi o desenvolvimento, qualidade de vida e conservação dos recursos naturais. Aumentamos a economia, conservamos os recursos naturais e diminuímos o desmatamento no Acre. Hoje, somos uma referência para quem trabalhar e deseja trabalhar essa questão sustentável. Tudo isso dá uma expressividade muito boa para fazer algo ainda melhor no próximo mandato de maneira sintética e objetiva.

A GAZETA – Quais os principais investimentos realizados até o momento em seu governo?
T. V. – Nós fizemos investimentos de R$ 1 bilhão e 240 milhões nos municípios. Nós transferimos R$ 200 milhões por ano para os municípios só em receita. O governo se fez presente nas regionais e nos 22 municípios com grades programas. A educação do Acre hoje envolve transferência de mais de R$ 1 bilhão por ano. Na saúde foram investidos R$ 710 milhões. Tínhamos três distritos industriais, hoje temos trezes. Tivemos também um grande investimento no setor produtivo. Multiplicamos em seis vezes a produção do milho. Investimos mais R$ 55 milhões na indústria de suíno frigorífica, em Brasileia. Mai de R$ 14 milhões na indústria de ração daqui de Rio Branco. Se não houver economia não haverá futuro.

A GAZETA – Quais as prioridades para este segundo mandato?
T. V. – O avanço da economia do Acre é um ponto essencial. Estamos construindo uma nova realidade, onde visualizamos um Estado com nível de dependência menor do que 50% em relação à União no final do governo. Outro ponto importante é a consolidação da industrialização, com a incorporação de tecnologias de desenvolvimento e industrialização para permitir melhor emprego, melhor salário e mais oportunidade de emprego. Um dos pontos principais será também erradicar o analfabetismo em pessoas acima de 15 anos. Trabalharemos mais próximos das pessoas, tomando as medidas adequadas principalmente na economia.

A GAZETA – Sobre essa questão da erradicação do analfabetismo no Estado, como o senhor pretende fazer isso?
T. V. – Temos um compromisso com os milhares de acreanos, portanto, temos sempre de buscar o melhor para o nosso povo. Nós vamos adotar um conjunto de metas e vamos ter pessoal qualificado para esse trabalho. E para isso nós vamos buscar os recursos necessários, tanto humanos quanto financeiros para subsidiar esse trabalho por meio de pagamento de bolsas para as pessoas que vão atuar no programa. E aí nós vamos ter alunos da universidade, professores do sistema, professores aposentados ou outras pessoas que tenham formação adequada para o projeto de alfabetização.

A GAZETA – O governo anunciou para 2015 uma reforma administrativa. Existe a possibilidade dessa reforma gerar despesas para o Estado?
T. V. – De forma alguma. Estamos organizando uma reforma administrativa que, além de não alterar a quantidade de cargos comissionados no Estado, que permanece no mesmo número, irá gerar uma economia. Trata-se de uma necessária adequação à nova realidade e às necessidades da nova administração. Para os cargos políticos, a criação de novas funções, como exemplo, porta voz do governo, e aumento do número de secretários adjuntos não gerou acréscimo do número total de cargos, já que outros foram extintos. Como exemplo de cargos que deixaram de existir estão os de diretores, coordenadores de projetos e processos I e II. No total, a redução foi de cargos políticos. Assim, a reforma visou uma racionalização administrativa.

A GAZETA – O senhor tem afirmado que cobrará da nova equipe de secretários metas e resultados. Quem não as alcançar, corre o risco de deixar o governo?
T. V. – Temos um compromisso com o povo deste Estado. Essas cobranças por resultados são comuns na iniciativa privada, por que não seriam no governo? Mas reforço que tenho absoluta confiança da capacidade e na qualidade da equipe que escolhi para me acompanhar, em um verdadeiro encontro de gerações, pensando na renovação e no futuro. A intenção não é criar um clima tenso de trabalho, apenas lembrar aos secretários que a população precisa ver o resultado desse trabalho.

A GAZETA – O senhor costuma falar sobre o surgimento de uma classe média rural. Quais os projetos para essa área?
T. V. – Teremos também uma atenção especial nesta área, pois, entendemos que ela está em franco desenvolvimento. Vamos investir nas atividades da agricultura, pecuária, bacia leiteira, plantio e de produção rural, tanto por meio do plantio como da criação de animais. Hoje, os maiores projetos estratégicos estão aqui, de suínos e de peixe. Nós vamos ampliar. Eu quero um Acre autossuficiente exportando café. Visualizamos e desejamos um Acre exportador de alguns itens como atividades madeireiras, de plantio como milho, consolidando as escalas de outras atividades de frutas tropicais como abacaxi, maracujá entre outros.

A GAZETA – Como o governo pretende enfrentar a crise econômica em 2015?
T. V. – Para enfrentarmos a crise em 2015, teremos que adotar novas medidas de austeridade. Será um ano de forte rigidez no controle das contas públicas. A Europa ainda vai precisar de pelo menos mais um ano para sair da crise. O Brasil vai começar numa etapa de crescimento lento, mas sustentável para a economia americana dá um sinal de resposta. Será um ano de forte rigidez no controle das contas públicas e responsabilidade de todos os segmentos da vida pública para que 2016 seja um ano ainda melhor para todos. Tenho certeza que nós vamos elevar muito o ambiente econômico nacional e isso vai repercutir nos estados.

A GAZETA – Existe a possibilidade de a crise prejudicar os projetos do seu governo que já estão em andamento?
T. V. – De forma alguma. O governo vem se preparando para enfrentar esse período. Daremos continuidade aos projetos, pois, temos projetos como Cidade do Povo, por exemplo, que além de combater o déficit habitacional, o governo gera emprego, renda e aquece o comércio local. Quero conduzir o Acre cada vez mais com um esforço de simplicidade, trabalhando cada vez mais próximo das pessoas e que Deus nos dê coragem para enfrentar todas as diversidades.

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