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“Meu foco está em desenvolver um trabalho voltado para a comunidade”, diz Artêmio Costa

Servidor da Câmara Municipal de Rio Branco desde 1986, o vereador Artêmio Costa (PSDC), assumiu, no último dia 1º de janeiro, a vaga de presidente do parlamento mirim. Com 16 votos a favor e apenas um contrário, Artêmio se consagrou como único servidor a tornar-se vereador e assumir a presidência da Casa Legislativa.

Com 1.972 votos, ele saiu vitorioso de uma luta que começou há 20 anos, quando ele se candidatou pela primeira vez. Por quatro pleitos, correu atrás do objetivo que colheu agora nas eleições 2012.

Artêmio começou a sua trajetória no Poder Legislativo Municipal no setor de taquigrafia, o que, segundo ele, lhe abriu as portas para conhecer toda a estrutura da Casa, incluindo documentos importantes como o regimento interno e a lei orgânica da instituição.

Em entrevista ao jornal A GAZETA, o novo presidente falou um pouco sobre os desafios para 2015. Ele afirma que fará uma gestão eficiente, transparente e com trabalhos voltados para a comunidade.

“Estaremos realizando sessões e audiências públicas nos bairros e localidades de Rio Branco, como uma forma da população conhecer mais nosso trabalho”, disse.

Como servidor da Casa, o vereador afirmou que sua gestão também será voltada para os funcionários do parlamento municipal. “Eu conheço as necessidades dos servidores e eles me conhecem. Vamos procurar fazer o melhor”. Confira a entrevista:

A GAZETA – Qual avaliação o senhor faz do trabalho realizado pela Câmara Municipal nos últimos anos?
Artêmio Costa – Os últimos dois anos de trabalho legislativo foram extremamente positivos. Tivemos um ano de muito trabalho onde foram apresentadas 300 proposições, 2.800 indicações e centenas de requerimentos. Acredito que a Câmara cumpriu seu papel constitucional, não apenas de legislar e fiscalizar, como também de servir a comunidade.

A GAZETA – O que a população pode esperar de seu desempenho como presidente do parlamento mirim?
A. C. – Muito trabalho. Pretendemos dar continuidade ao processo de desenvolvimento deste parlamento. O vereador Roger fez um ótimo trabalho enquanto esteve à frente da Câmara, tornando-a mais transparente e ágil. O objetivo é continuar esse trabalho e, principalmente, procurar concretizar aquilo que não deu para fazer. Meu foco está em desenvolver um trabalho ético, transparente, voltado para a comunidade.

A GAZETA – Em relação aos ex-presidentes, qual será o diferencial de sua gestão?
A. C. – Sou um servidor da Câmara Municipal. Estou na Casa há 27 anos. Como funcionário do parlamento, eu já tive a oportunidade de presenciar a gestão de muitos presidentes e avaliar seus trabalhos, os que acertaram e erraram. Vamos levar a Câmara para mais perto da população. Estaremos realizando sessões e audiências públicas nos bairros e localidades de Rio Branco, como uma forma da população conhecer mais nosso trabalho. Queremos transformar esse parlamento na verdadeira Casa do Povo. Outro objetivo é instalar a escola do legislativo e também reativar a ouvidoria que já existe, mas não funciona.

A GAZETA – Durante a última gestão ocorreram algumas mudanças na operação da verba indenizatória. O senhor considera que isso foi positivo para o parlamento?
A. C. – Com certeza. Hoje, realmente temos um órgão transparente. Antes, cada vereador apresentava um conjunto de notas a serem restituídas. Hoje, se o vereador precisar de algum serviço, a Câmara faz um processo licitatório para atender sua demanda. Não somos mais ordenadores de despesa e isso é muito importante.

A GAZETA – Atualmente, o parlamento tem sofrido muito mais fiscalização dos órgãos de controle. Como o senhor pretende trabalhar essa questão?
A. C. – O vereador Roger fez uma coisa extremamente importante que foi colocar ordem na Casa. Alguns pontos sofreram mudanças, o que se fazia realmente necessário. A fiscalização é importante, pois corrobora que estamos fazendo o certo dentro do parlamento legislativo. Não teremos nenhum problema com isso. Ao contrário, desejamos ter um contato cada vez mais próximo com os órgãos de fiscalização. Hoje, temos uma boa relação com o Ministério Público, Tribunal de Contas. Pretendemos continuar assim.

A GAZETA – O senhor falou sobre a instalação da escola do legislativo. Fale um pouco sobre isso.
A. C. – Temos boas expectativas com relação à futura gestão. Queremos instalar a escola do parlamento para qualificar os servidores, assessores e até mesmo os vereadores que às vezes entram na Casa sem o preparo ideal para realizar seus serviços. Considero de extrema importância qualificar e dar condições de trabalho para nossos servidores. Faremos isso. Trabalharemos em consonância com nossos servidores.

A GAZETA – E quanto à ouvidoria?
A. C. – Ouvidoria que já existe há muito tempo, mas não funciona. Queremos ouvir as criticas e sugestões das pessoas. Ouvir as comunidades. Saber o que eles têm a dizer para a Câmara, para os vereadores. Já recebemos sindicalistas que já reclamaram da nossa atuação. Isso não nos ofende, muito pelo contrário, estamos aqui para isso mesmo, ouvir e procurar fazer o nosso papel que é representar a comunidade de Rio Branco.

A GAZETA – Além de ser vereador, o senhor é também servidor do Poder Legislativo Municipal. Diante disso, como o senhor pretende conduzir essa relação com os demais servidores?
A. C. – Sei que serei mais cobrado, mais do que qualquer outro presidente, exatamente pelo fato de ser servidor do parlamento. Sempre tive um ótimo relacionamento com os funcionários dessa instituição. Se depender de mim, as coisas continuarão da mesma forma. O tratamento será o mais respeitoso possível e sempre estarei aberto ao diálogo. Eu conheço as necessidades dos servidores e eles me conhecem. Vamos procurar fazer o melhor.

A GAZETA – Um dos desejos do antigo presidente era a realização de concurso público, porém, não foi possível. O senhor pretende tocar esse projeto para frente?
A. C. – Essa questão já vem sendo discutida há dois anos. Ela já consta no orçamento atual da Casa. Provavelmente, no meio do ano, estaremos abrindo o edital para realizar o concurso. A intenção é realizar as provas no final do ano e convocar os aprovados logo que se iniciar o ano legislativo, em 2016. Provavelmente teremos vagas para todos os cargos da Câmara, uma vez que, temos muitos servidores se aposentando.

A GAZETA – A Câmara Municipal tem trabalhado em consonância com a prefeitura de Rio Branco. Diante disso, como o parlamento avalia a implantação da Zona Azul?
A. C. – As cidades que implantaram esse método estão satisfeitas. Eu, particularmente aprovo essa medida. Está mais fácil estacionar em alguns pontos do Centro da cidade, o que há um tempo era praticamente impossível de acontecer. Claro que aqueles que ocupavam a vaga o dia todo não irão aprovar. Porém, temos que pensar no melhor para a coletividade.

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