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“Vou permanecer na política, seja disputando as próximas eleições ou não”, diz Aníbal Diniz

Petista falou sobre a experiência adquirida com mandato
Petista falou sobre a experiência adquirida com mandato

Prestes a deixar o mandato no próximo dia 31 de janeiro, o petista Aníbal Diniz, em entrevista ao jornal A GAZETA fez uma avaliação dos quatro anos em que esteve representando o Acre no Senado da República.

O senador ressaltou a experiência adquirida ao longo de seu mandato. Aníbal relembrou sua decisão de não candidatar-se à reeleição no pleito de 2014 em decorrência da composição partidária que ajudou a reeleger Tião Viana governador do Estado.

Segundo ele, o momento era de buscar o melhor para o Acre. “Aquele não era o momento de apostar em vaidades ou desejos pessoais, mas de pensar em um projeto maior de governo”.

Em relação ao trabalho desenvolvido como senador, ele destacou a aprovação da PEC 12/2014, que incluiu no texto constitucional a responsabilidade da União, estados e municípios de assegurar o acesso à pesquisa, tecnologia e inovação.

Outro ponto importante de seu mandato, segundo ele, diz respeito à PLS 132/2014 que garante às candidatas mulheres uma das duas vagas do Senado sempre que a renovação na Casa for de 2/3.
Quanto ao futuro político, Aníbal afirma que não se afastará da política. “Vou permanecer na política, seja disputando as próximas eleições ou não”, afirmou.

A GAZETA – O senhor deixa o Senado no próximo dia 31 de janeiro. Qual a avaliação que o senhor faz do seu mandato?
Aníbal Diniz – Faço uma avaliação muito otimista. Foi um período de muito aprendizado. Acredito que fiz bem o meu papel de defender o Estado do Acre. Termino esse mandato feliz por tudo que foi possível fazer nesse período. Procurei honrar o mandato, colocando-o à inteira disposição da sociedade nas suas mais diversas representações. Busquei a construção de um caminho próprio, focando sempre nas soluções possíveis para cada uma das situações enfrentadas.

A GAZETA – O senhor foi um parlamentar muito presente nos debates tanto em nível de Acre quanto de Brasil. A sensação é de dever cumprido?
A. D. – Sem sombra de dúvida. Pude participar dos grandes temas discutidos no Senado. E no que diz respeito no apoio ao Acre, eu estive presente com o governador Tião Viana e com todos os prefeitos do Acre, nos momentos em que minha presença se fez necessária, na busca de soluções para os problemas do Estado e dos municípios. Sinto-me realizado por chegar ao final deste mandato tendo contribuído para o bom resultado que o Acre vem tendo na política e também por ter contribuído com o plano nacional.

A GAZETA – Em muitos momentos, o senhor foi criticado pela defesa em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff. Como o senhor avalia essas críticas?
A. D. – O meu mandato realmente foi de muito posicionamento em defesa do governo da presidente Dilma. Temos um projeto acontecendo no plano nacional e eu faço parte desse projeto. Portanto, nada mais natural que essa defesa aconteça. Como todas as missões que tive ao longo da vida, procurei cumprir da melhor maneira possível as delegações que me foram dadas. As críticas sempre existirão. Estou tranquilo quanto a minha posição.

A GAZETA – Falando na presidente, nas últimas semanas ela tem sido bastante criticada pelo povo brasileiro. O senhor acredita que ela venha realizando um bom mandato?
A. D. – A presidente Dilma tem sofrido muitos ataques. A oposição tem sido muito injusta com a presidente.  Isso tudo acaba insuflando a população a achar que a Dilma não é uma boa presidente. Ela é uma boa presidente. Tem feitos grandes trabalhos. A soma dos nossos opositores não consegue ultrapassar o trabalho desenvolvido por ela, que tem trabalhado incansavelmente pelo nosso país.

A GAZETA – Uma das principais marcas de seu mandato é o projeto que visa o ingresso de mais mulheres no parlamento. Isso foi uma cobrança da sociedade?
A. D. – Na Câmara Federal temos 513 deputados e apenas 45 mulheres. No Senado, dos 81 senadores, apenas 13 são mulheres. Esse número é pouco, levando em consideração que a mulher representa mais de 50% da população brasileira e mais de 52% do eleitorado brasileiro. A PLS132/2014 prevê que havendo eleições com duas vagas no Senado, uma seja destinada às candidatas mulheres e a outra aos homens. O Brasil precisa dar uma resposta a essa pouca representatividade das mulheres no parlamento.

A GAZETA – A presidente Dilma reagiu positivamente ao seu projeto, que foi considerado por muitos parlamentares como o mais abrangente em relação à participação feminina. O senhor acredita na aprovação dele?
A. D. – Sim. Esse projeto tem uma importância política e sociológica. Hoje, temos um desequilíbrio muito grande na representação feminina no parlamento e é preciso corrigir isso. A presidente Dilma conseguiu enxergar essa necessidade. A senadora Marta Suplicy (PT), por exemplo, em uma reunião na CCJ do Senado chegou a afirmar que, de todos os projetos que preveem equilíbrio de gênero apresentado na Câmara e no Senado, esse é o mais claro e abrangente. Fico feliz por esse reconhecimento.

A GAZETA – Outra importante atuação sua diz respeito ao Marco Civil da Internet. Fale um pouco a respeito.
A. D. – Esse é um assunto muito relevante para o nosso país. As regras do Marco Civil da Internet são importantes, porque, ao contrário do que se possa pensar, não é a ausência de regras que torna a internet um ambiente livre. Esse ambiente desejado por todos, na verdade, só pode existir com normas que defendam a livre manifestação de iniciativas arbitrárias.

A GAZETA – O senhor esteve presente em muitos Estados tratando sobre esse assunto. Qual foi o resultado?
A. D. – Fiquei responsável por produzir um documento que relatasse a real situação da banda larga no nosso país. Fizemos diversas audiências em diversos estados para tratar do assunto. No final do ano passado foi produzido um relatório e aprovado na CCJ do Senado.  Em decorrência desse relatório foram produzidos seis projetos e todos trazem contribuição no sentido de fazer com que a internet seja mais popularizada no país. Acredito que estamos entrando em uma nova fase no que diz respeito à internet no Brasil.

A GAZETA – O Senhor foi considerado pela revista Veja como o 4º melhor senador da República de 2014. O que isso representa para o senhor?
A. D. – Essa posição é o resultado de muito trabalho desenvolvido ao longo dos quatro anos em que estive como senador. Qual é a razão de ser da política se não buscar os mecanismos possíveis para tornar nossas sociedades melhor? Quando a gente pensa nisso, respira aliviado e pensa que vale à pena fazer política. Agradeço a todos pela confiança depositada.

A GAZETA – Em sua despedida do Senado, o senhor lembrou sobre a decisão de não sair candidato à reeleição. O que o levou a tomar essa posição?
A. D. – Aquele não era o momento de apostar em vaidades ou desejos pessoais, mas de pensar em um projeto maior de governo. Graças a Deus, fizemos a opção certa. O governador Tião Viana foi reeleito numa campanha dificílima, em que, se tivéssemos cometido um erro sequer, isso teria nos causado a derrota. Graças a Deus, estivemos presente nesse processo, construindo passo a passo. E hoje, o governador está reeleito para mais quatro anos de mandato para dar continuidade a esse projeto fantástico.

A GAZETA – Qual o futuro político de Aníbal Diniz? Deixa a política?
A. D. – Sou uma pessoa que gosta muito da política. Eu me formei assim. Eu nunca saí da política, mesmo quando estava no jornalismo. A experiência de quatro anos de senador é a menor do ponto de vista temporal da minha vida. Eu tenho 33 anos de militância dentro do PT. Eu sou um homem da política. Vou permanecer na política, seja disputando as próximas eleições ou não.

A GAZETA – Que palavras o senhor deixa para a sociedade acreana?
A. D. – Sou agradecido a Deus e ao povo do Acre por ter tido a oportunidade de atuar durante quatro anos como senador da República. Foi uma experiência absolutamente marcante para mim. Só tenho a agradecer a todos que acreditaram em mim e em meu trabalho ao longo desses anos. Agradeço a Deus, a minha família, ao PT do Acre, de quem sempre fui militante, e aos companheiros, o senador Jorge Viana (PT/AC) e o governador do Acre, Tião Viana (PT).

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