A formação de um bloco partidário de deputados de três partidos que compõem a base de sustentação ao governo do Estado, ainda na primeira semana de atividades no plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), causou grande desconforto entre os parlamentares da oposição.
A aliança entre as legendas foi construída no sentido de fortalecer o governo do Estado na composição das principais comissões do parlamento estadual.
Após o anúncio da composição do Bloco Parlamentar Popular, que terão como componentes os deputados Manoel Moraes (PSB), Maria Antônia (PRÓS) e Jenilson Lopes (PCdoB), o bloco oposicionista reuniu-se para definir quais as medidas que serão adotadas para garantir voz e vez na Casa.
De acordo com os oito deputados que integram o bloco de oposição na Aleac, eles estudam a possibilidade de também dois blocos para aumentar o tempo na tribuna e influenciar na definição dos membros das comissões que serão escolhidas no primeiro mês de trabalho.
“Estamos estudando quais as melhores alternativas. Se a formação de dois blocos for necessário, nós vamos fazer”, disse o tucano Luiz Gonzaga.
Segundo o parlamentar, a ideia é formar um bloco com os deputados do PMDB, PSDB e PP e o segundo bloco seria formado pelo DEM e PSD.
A dúvida fica em torno do Partido Verde, uma vez que a legenda elegeu um deputado enquanto ainda pertencia a oposição. O PV chegou a indicar o vice na chapa do candidato ao governo Tião Bocalom (DEM). O deputado Nelson Sales (PV) já vem dando sinal de que não atuará ao lado do governo do Acre. Ele afirma que isso seria uma traição aos seus eleitores.
Essa queda de braço entre situação e oposição é pelo comando da Comissão de Constituição e Justiça e Comissão de Orçamento e Finanças, a duas mais importantes pastas da Casa do povo.
Outra dúvida diz respeito ao Partido Republicano. Há informações de um possível retorno da legenda para a base de Tião Viana.
A líder da oposição na Aleac, Eliane Sinhasique (PMDB), afirma que seus colegas têm mostrado interesse na proposta. “A oposição entendeu que esta é a melhor maneira de mostrarmos nossa força e não permitir que o governo dê as cartas nas principais comissões, afirma ela”, disse.