O trabalho intenso da Prefeitura de Rio Branco e a parceria com o Governo do Estado e a comunidade produziram um carnaval dos mais tranquilos sob a ótica da segurança social, da cultura e do entretenimento com valorização das manifestações comunitárias. “A gente conseguiu atingir o objetivo de fazer com que as festas fossem organizadas pelas comunidades. “A estratégia deu certo”, resumiu Rodrigo Forneck, presidente da Fundação Garibaldi Brasil, coordenadora das ações do Carnaval nos Bairros “Tem Folia na Cidade”.
A forte atuação dos agentes sociais reduziu drasticamente a presença de crianças e adolescentes desacompanhados nos locais de carnaval popular. Em resumo, o Carnaval nos Bairros “Tem Folia na Cidade” foi sucesso total pela organização e a presença de órgãos públicos. Nos pontos, diariamente a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) fazia o recolhimento do lixo, empregando força máxima no período.
A Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcas) atuou no carnaval com equipes de abordagem social em todos 32 bairros de Rio Branco onde aconteceram as festas carnavalescas. A Justiça do Acre publicou a Portaria 2, dia 10 de fevereiro, proibindo a permanência de menores de 16 anos em bailes de carnaval depois das 23 horas. A Portaria estabelece ainda que maiores de 16 anos deveriam estar acompanhados dos pais ou responsável. E no caso do menor ingerir bebida alcóolica, o maior seria responsabilizado.
Os agentes levaram para casa duas crianças que estavam em situação de abandono. Uma delas, um bebê de um ano e quatro meses de vida, foi entregue à Polícia Militar pela tia, que justificou abandono dos pais biológicos e falta de condições de manter a criança. Acionados os agentes sociais, o bebê está neste momento está no abrigo Dra. Maria Tapajós. “Abordamos 1,7 mil pessoas”, informou Fábio Fabrício, diretor da Semcas e coordenador das ações de carnaval.
O policiamento estava nas ruas e nas festas, o trânsito esteve controlado e não foram registrados grandes problemas relacionados à segurança pública especialmente nas regiões onde ocorria o “Tem Folia na Cidade”. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Rio Branco (Rbtrans), atendeu à parceira estabelecida entre o Governo do Estado e a Prefeitura da capital na implementação de medidas que, ao final da festa, puderam dar o máximo de conforto, tranquilidade e segurança para os foliões se divertirem à vontade por toda a cidade.
Ações de conscientização e prevenção foram constantes de parte de diferentes órgãos da Prefeitura. Jovens ligados à Secretaria-Adjunta da Juventude e profissionais da área de saúde, inclusive o secretário Oteniel Almeida, estiveram percorrendo todos os pontos do Carnaval nos Bairros com o Bloco da Prevenção. “Distribuímos cerca de 20 mil preservativos por noite”, informou Temyllis Silva, secretária da Sejuv.
Além dos serviços específicos do Estado, a Prefeitura de Rio Branco promoveu a geração de trabalho e renda com a Feira de Economia Solidária, que serviu, em seus 63 empreendimentos participantes, cerca de 1,3 mil refeições ao dia de carnaval. “Foi ótimo”, sintetizou Edna Paro, coordenadora Municipal do Trabalho e Economia Solidária ao relatar os resultados da Folia de Momo para esse grupo social.
Folia de 2015 retomou movimento pela música e formação de bandas carnavalescas em Rio Branco
A realização do Carnaval nos Bairros “Tem Folia na Cidade”, projeto que começou em 2013, a partir de uma dificuldade enfrentada pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Rio Branco quanto à intensa cheia do Rio Acre. O poder público vinha realizando o Carnaval na Arena, mas por conta da alagação passou a apoiar as inciativas comunitárias. Naquele ano, sete blocos e associações de moradores realizaram o carnaval de rua em diferentes regiões da cidade. Já em 2014, dezessete iniciativas comunitárias fizeram festas carnavalescas nos bairros. Em 2015, mais de trinta associações de moradores organizaram o carnaval popular e receberam da Prefeitura e do Governo serviços públicos como limpeza, apoio com estrutura de som, tendas, banheiros químicos, ordenamento do trânsito, garantia de transporte coletivo e segurança pública.
Houve festas, como a do bairro Esperança, que reuniu 5.000 foliões por noite. Mas o presidente da FGB chama a atenção para um fato novo: esta edição do Carnaval nos Bairros reacendeu a mobilização musical levando mais de 20 bandas e pelo menos 100 músicos a tocarem nas festas. Sobretudo, fez retomar o movimento pela formação de bandas carnavalescas. “Isso tinha acabado, mas agora está de volta”, observou Rodrigo Forneck. Além dessa mobilização, o Carnaval nos Bairros gerou renda para esses trabalhadores.
Ação social orientou moradores de rua, foliões e fez cumprir a lei
Rio Branco tem cerca de 150 moradores de rua, que são acompanhados pelo serviço de Abordagem Social da Semcas que atua 24 horas na capital. O trabalho para apoiar essa população é contínuo e foi reforçado neste carnaval. “O trabalho foi mais de orientação”, disse Dôra Araújo, titular da secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social.
Cerca de 30 profissionais, entre assistentes sociais, psicólogos e técnicos formaram as equipes que atuaram em regime de plantão durante todo o carnaval. As crianças encontradas desacompanhadas foram levadas para as casas de familiares. Os adultos em situação de rua ou de risco social foram encaminhados para o Centro POP, onde receberam atendimento específico.
Segurança ampla, geral e ostensiva no trânsito e nos bailes reduziu a quase zero ocorrências policiais
Segurança e tranquilidade foram de fato a tônica da festa, já que não foram registradas nenhuma ocorrência grave relacionada ao Carnaval nos Bairros. A parceria com o Governo do Estado possibilitou a presença de 1.250 policiais em todos os pontos onde ocorreu o “Tem Folia na Cidade”. Essa ação reduziu a quase zero as ocorrências de maior vulto relacionadas à Folia de Momo. “Até esta terça-feira, dia 17, nada de mais grave tinha acontecido, só pequenas ocorrências”, disse o tenente-coronel Cleudo Maciel, chefe do Gabinete Militar da Prefeitura de Rio Branco.
Como já foi citado, o trânsito, que potencialmente apresenta ocorrências, também foi muito tranquilo. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Rio Branco (Rbtrans) esteve com 30 postos de trabalho espalhados pelos bairros, mas atividades de rotina da superintendência não foram alteradas. Nos pontos estabelecidos, os agentes coordenaram o trânsito para garantir que a comunidade fosse atendida pelo transporte público nas regiões onde ocorreram as manifestações da Quina Carnavalesca.