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CRM/AC interdita clínica médica para serviços de urgência e emergência

Após denúncias, o Conselho Regional de Medicina no Acre (CRM/AC) decidiu pela interdição ética da Pronto Clínica para serviços de urgência e emergência em Rio Branco. Segundo o órgão, a medida foi decidida em reunião plenária da diretoria, no último dia 17, após relatório efetuado pela equipe de fiscalização e mediante denúncias em desfavor da unidade de saúde. A interdição ética consiste na suspensão da atividade profissional médica, de caráter provisório ou definitivo, a ser utilizada excepcionalmente para proteger a boa prática médica e o direito do cidadão.

Segundo o presidente do CRM/AC, Marcus Vinícius, o decreto de interdição ética se mantém até que a unidade de saúde tome as medidas cabíveis. “Nós decretamos somente a interdição ética dos serviços de urgência e emergência, não foi do hospital todo. A unidade ainda está habilitada a fazer cirurgias e internações clínicas”, explica.

Vinícius disse ainda que a denúncia foi feita por usuários do hospital e por médicos. “A denúncia foi feita pelos médicos que trabalham na Prontoclínica, pelos profissionais do pronto-socorro e também pelos usuários que estavam pagando por um serviço particular que estava sendo realizado pelo público. Nós recebemos a denúncia formalizada pela direção do Huerb [Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco]”, diz.

Os motivos que levaram o CRM a decidir pela interdição foram:

1) ausência de escalas de sobreaviso para diversas especialidades como ortopedia, cardiologia, urologia, cirurgia geral, oftalmologia, neurologia, cirurgia vascular entre outras;

2) ausência de exames subsidiários como radiografia, tomografia, ultrassom;

3) ausência de Diretor Técnico na Unidade.

Na denúncia, foi informado que todo paciente que necessitasse de algum exame ou atendimento médico especializado era encaminhado a consultórios médicos fora da unidade ou para o pronto-socorro de Rio Branco. “Nos casos mais complexos como infartos, derrames ou fraturas expostas, os pacientes eram removidos para o pronto-socorro, obrigando o médico a abandonar a Prontoclínica”.

Ainda segundo o CRM, diante do risco a que a população estava sendo submetida, a medida precisou ser tomada. O parecer foi encaminhado ao Ministério Público do Acre (MP/AC) na Procuradoria do Consumidor e à direção da Prontoclínica.

O G1 entrou em contato com o setor administrativo da Pronto Clínica e foi informado que o diretor da unidade de saúde só vai poder se posicionar na parte da tarde, ainda nesta terça-feira, 24. (Do G1/AC)

A Gazeta do Acre: