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Cheia do Rio Acre atinge 20% da Capital, desabriga 6 mil e afeta 53 mil pessoas

 O governador do Acre, Tião Viana e o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, informam que a cheia do Rio Acre atinge 70 mil pessoas e 18 mil residências na capital. Às 11h desta segunda-feira, 2, o nível alcançou a marca de 17,83 metros. Essa já é a maior cheia da história da capital do Acre. Para amparar as famílias, a prefeitura disponibilizou cinco abrigos espalhados pela capital.

A enchente chegou a 40 dos 212 bairros da cidade, desabrigando 6 mil pessoas e afetando diretamente 53 mil. Normalmente, o Rio Acre na capital apresenta o nível de seis a oito metros e pode ficar abaixo de três metros em períodos de seca.

“Uma tragédia de consequências ainda não medidas. Estamos vivendo um drama social e econômico. São vidas, famílias e pessoas que estão vendo seus bens sendo destruídos. O governo unido com a prefeitura está dando todo o suporte, o governo federal também está sendo solidário, mas essa é uma tragédia de consequências ainda não medidas. Não sabemos o que pode ocorrer nas próximas horas”, declarou o governador.

Com base na avaliação da Defesa Civil, o prefeito considera a situação do bairro Cidade Nova como a mais preocupante no momento atual porque é uma região de curva do Rio Acre, onde a correnteza eleva a força das águas e faz com que ela ´busque´ um outro caminho. O Rio Acre saiu de sua calha fazendo com que cada centímetro que sobe seja exponencial em seus efeitos e o bairro da Cidade Nova acaba sofrendo mais com esses fenômenos.

“É uma situação de grandes riscos”, disse o governador acerca do panorama geral no Estado. Brasiléia, lembrou, terá de ser realocada: 99% dos comércios da orla do rio foram destruídos ou estão em processo de destruição depois que a cidade ficou toda debaixo d´água.  Em Xapuri, completou ele, terá de ser feito um reordenamento urbano.

O governador do Acre destacou também a situação no interior do Acre, nos municípios de Xapuri e Brasileia que também enfrentaram cheias históricas este ano. “Já solicitei a construção de pelo menos 1 mil casas na região de Brasileia, estamos vendo isso, é uma situação muito complicada que o Acre vive neste momento”.

 “Nossa situação requer a ajuda de todos, é uma mobilização”, Marcus Alexandre, prefeito de Rio Branco.

O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, acrescentou que o município está diante da maior tragédia natural da história da cidade.  “Estamos diante da maior tragédia natural que Rio Branco já viveu, a maior cheia desses 132 anos. Tivemos que fechar as duas pontes no Centro da Cidade e decretamos a calamidade pública, nossa situação requer a ajuda de todos, é uma mobilização”, afirmou Alexandre.

O Rio Acre ultrapassou a cota histórica registrada em 1997, quando atingiu a marca de 17,66 metros. O prefeito decretou estado de calamidade pública, no último domingo, 1°. Apenas os serviços essenciais de limpeza, coleta de lixo e conservação da cidade, atendimento ao público nos Centros de Atendimento ao Cidadão (CAC) e na OCA, serão mantidos. As Unidades de Referência de Atenção Primária (URAPs) e Centros de Saúde, também terão funcionamento normal.

Fotos/Assis Lima

A Gazeta do Acre: