Depois de apresentar uma lenta vazante nos últimos dias, o Rio Acre voltou a subir e chegou à marca de 15,40 metros na manhã desta quinta-feira, 19, na Capital. O que representa um aumento de 30 centímetros a mais em comparação às 18h da quarta-feira, 18, quando o manancial estava em 15,10 metros.
E a previsão não é nada animadora. Segundo a Defesa Civil e os Bombeiros, a previsão é que o nível continue subindo nas próximas horas, em decorrência das chuvas que caíram nos últimos dias na região.
“Por conta da chuva na região do Riozinho do Rola e também devido às águas que passaram por Brasileia e Xapuri, o nível do nosso rio acabou sendo afetado. Nas próximas horas, a previsão é que as águas continuem subindo. Estamos monitorando também, junto ao Sipam a questão dessa subida nos rios da região”, explica o capitão do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão.
De acordo com a Defesa Civil, são 1.400 famílias distribuídas em oito abrigos, sendo que a grande parte desse público se encontra no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco. “Na realidade, já tiramos mais de 50% das famílias que estavam em abrigos, mas ainda temos pouco mais de 5 mil pessoas. São 12 bairros ainda atingidos e orientamos que moradores de bairros como Quinze, Taquari, 6 de Agosto, Airton Sena e Baixada do Habitasa, não retornem para as suas casas”, destacou o capitão. (Foto: Odair Leal/ AGAZETA)
Friale prevê chuvas intensas até sábado
Chuvas intensas e duradouras, muitas vezes acompanhadas de raios e ventanias leves, vão continuar ocorrendo até o próximo sábado, 21, em todos os municípios do Acre. Segundo o pesquisador meteorológico Davi Friale, através do site O Tempo Aqui, sucessivos pulsos extremamente úmidos, vindos do Atlântico, vão predominar e causar chuvas torrenciais em muitas áreas da Amazônia Ocidental.
“Assim, os pequenos rios da região poderão transbordar, a qualquer hora, e surpreender os ribeirinhos com a rápida elevação do nível de suas águas. Os rios maiores, da mesma forma, poderão provocar novas e grandes enchentes na próxima semana. Portanto, os rios Acre, Iaco, Purus, Envira, Abunã, Iquiri, Antimari, Tarauacá, Gregório, Liberdade, Juruá e seus afluentes deverão ter seus níveis em rápida elevação, podendo provocar, mais uma vez, transtornos à população das cidades e povoados que os margeiam”, explicou.
Na quarta-feira, 18, choveu o esperado para cair durante 15 dias.
Forte chuva causa diversos transtornos na Capital
A chuva de 78 milímetros ocorrida nesta quarta-feira, 18, volume que deveria cair durante 15 dias, causou problemas de alagamentos em ruas de vários bairros de Rio Branco, como o João Paulo, Plácido de Castro, Sobral, Boa Vista e Conjunto Esperança.
Segundo o prefeito Marcus Alexandre, que percorreu as localidades na noite de quarta e manhã desta quinta-feira, a chuva, que deveria cair em 15 dias foi concentrada em uma tarde e noite, somado ao fato dos positivos de drenagem, como bueiros e bocas de lobo, ainda estarem entupidos devido à cheia histórica do Rio Acre, causaram os problemas de alagamento de vias e residências.
Na Regional da Baixada, na noite de quarta-feira, sob o comando de Marcus Alexandre, uma máquina garantiu a desobstrução do Igarapé da ETA, o que fez reduzir o volume de águas nas ruas. O prefeito destaca que as águas do igarapé, “que passam próximo ao Comercial Freire, terão que ser desviadas para o Rio Acre”.
Já no Conjunto Esperança, onde são executadas obras do PAC II, o prefeito esteve nesta quinta-feira com o engenheiro Marcos Vinícius do Depasa, responsável pelos serviços de pavimentação e drenagem. Lá, também há problemas de construção irregular de casas e comércios, o que causou a obstrução de vários córregos que cortam o local, onde também existem problemas relacionados à obstrução de bocas de lobo e bueiros. “Aqui entre a 7 de Setembro e a General Vieira de Melo, os córregos receberam muita água da chuva e, além disso, estão assoreados. A drenagem não dá conta. A decisão tomada é a de limpar e aprofundar esses igarapés para aumentar a vazão. Governo e prefeitura atuarão juntos na solução”, explicou Marcus Alexandre.
Uma das diretoras da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, Antônia da Silva, relata que o prefeito está sempre “pronto para vir ao bairro quando há necessidade. Sabemos que o problema aqui é grande porque implica na remoção de casas e outras obras, mas sabemos que a vinda dele ao local já sinaliza para soluções”. (Assessoria PMRB)