Segundo Emylson, essa medida tem como meta principal reduzir a criminalidade no Estado, mas também focando a questão subjetiva. “A população não quer saber onde começa uma polícia e onde termina a outra, a população quer resultados, quer uma segurança de qualidade”, enfatizou.
Emylson destacou também os desafios dentro da nova pasta e suas propostas para esta gestão. Ele afirmou que irá procurar um diálogo entre as instituições de segurança para se achar um maior entendimento ao se debater o plano de segurança do Estado. “O que deve acontecer é muito diálogo entre as instituições, fortalecer a inteligência e a polícia técnica”, disse.
Ele ressalta que uma das saídas para o combate à violência no Acre é trabalhar o conceito de polícia comunitária e assim diminuir a sensação de insegurança. “Assim como na Capital, no interior vamos conversar com os presidentes de bairro. Ao final do processo, vamos tirar um plano de segurança pública que atenda todas as necessidades da população”.
* Nova Gestão
O secretário ressalta a necessidade de se ter um olhar diferenciado na Segurança Pública. Para ele, é importante estar atento à questão objetiva e subjetiva.
“Não basta apenas estarmos atentos aos dados objetivos. Trabalhar a segurança através de um olhar objetivo, de dado numérico, não é o suficiente para afirmar que está ocorrendo um avanço nessa área. Claro que qualquer avanço deve ser reconhecido, pois, ainda que pequeno, ele é significativo. Temos também que sermos capazes de promover a sensação de segurança, que nesse caso, já estamos falando de um dado subjetivo”, frisou.
Ele destaca que o resultado desejado só é possível de ser alcançado se forem seguidas diretrizes dentro do próprio sistema de Segurança Pública. “Essa sensação de segurança só é possível que ocorra se forem seguidas diretrizes dentro do próprio sistema. E isso deve estar em sintonia com as forças que compõem o sistema integrado de Segurança Pública”, falou.
* Diretrizes
Emylson afirma que entre as novas diretrizes adotadas pela secretaria para esta nova gestão, a principal é a integração entre os órgãos que compõem o sistema de Segurança do Estado do Acre.
“Temos que ser capazes de promover uma integração sistêmica entre todos os órgãos que compõem a Segurança Pública e o Sistema de Justiça do Estado. E, nesse caso, refiro-me ao Ministério Público e ao Judiciário. Além disso, temos ainda que manter uma relação com outras instituições governamentais e a sociedade civil organizada”.
*Desafios
Entre os desafios elencados pelo secretário de Segurança, além da integração do sistema, está também a realização de um trabalho levando em consideração a dignidade da pessoa humana.
“Temos que tratar as pessoas com respeito. Existe uma imagem de que o policial é um ser bruto e isso não procede. Temos que entender que o uso da força só poderá ser utilizada em determinados momentos, quando realmente for necessário. Esse será um grande desafio, pois estamos diante da mudança de uma cultura, mas estamos dispostos a trabalhar seriamente nesta questão”.
* Policiamento comunitário
Entre outras ações, o secretário destaca também a necessidade de uma aproximação da polícia com a comunidade. “Temos que ter um olhar diferenciado quanto a esta questão. Precisamos aproximar a polícia da comunidade. O objetivo é implantar no Estado uma filosofia de policiamento comunitário, onde ao invés de termos um sentimento de desconfiança da população quanto aos policiais, teremos uma relação de confiança. Não estamos falando de uma ação comunitária, não é algo referente a apenas determinados lugares. Estamos falando de todo o Estado”.
* Formação continuada
Outro ponto destacado por Emylson é a formação continuada. Para ele, se faz necessário que o sistema esteja atento a qualificação dos operadores da segurança.
“Precisamos estar atentos à formação e reciclagem dos nossos policiais, por isso, a importância da formação continuada. Nesse sentido, pretendemos, através do Cieps, investir em uma melhor qualificação dos policiais, para que eles tenham uma formação adequada, não apenas física, mas também psicológica”.
* Infraestrutura
Quanto à infraestrutura, o gestor reconhece a necessidade de novos investimentos, porém, ressalta que a Segurança Pública deve ser tratada além desse olhar.
“Já avançamos consideravelmente nessa questão. Porém, sei que há muito ainda a se fazer. Precisamos investir mais em viaturas, armamento, melhorar a estrutura nas delegacias. Estamos no caminho para isso”, disse.
O secretário destacou a aquisição de novos rádios para as polícias do Estado. “Acabamos de comprar rádios com tecnologia de ponta. São rádios digitais e dará mais segurança à comunicação policial, sem interferências. Já temos 60 câmeras na cidade e estamos trabalhando para aumentar esse número tanto na Capital quanto interior, com a ajuda do Governo Federal”, falou.
*Sistema prisional
Em relação ao assunto, o secretário destaca que o Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, realiza uma reestruturação em todo o sistema prisional.
“Estamos tendo um olhar para outros estados e fazendo um estudo minucioso para trazer um modelo inovador. No futuro pretendemos trabalhar com colônia agrícola e também uma parceria público-privada do sistema prisional”, disse.
Ele garante que até o final do ano o Estado terá implantado uma nova metodologia dentro do sistema prisional.
“Essa é uma determinação do governador. Já visitamos os estados de Minas Gerais e Bahia para verificar como funciona esse modelo de gestão. Vamos verificar junto ao governo. Após analisar devemos estar implementando por aqui”.
*Ise, Iapen
Quanto ao Instituto Socio-educativo (ISE) e Instituto de Administração Penitenciaria do Acre (Iapen), Emylson afirma que a secretaria pretende manter um diálogo a fim de que possam ouvir as demandas e assim estabelecer uma linha de trabalho efetiva.
Segundo o secretário, o primeiro passo é fazer com que o ISE comece a fazer parte do sistema de Segurança Pública.
“Temos que fazer com que o ISE faça parte do sistema integrado de Segurança Pública. Por uma questão legal, ele não está inserido no sistema. Vamos dialogar para que isso ocorra. Se o Iapen compõe o sistema, nada mais natural que o ISE também seja. Conceitualmente, eles já estão na mesma situação, a diferença é que trabalha com menor infrator e o outro com pessoas acima de 18 anos”.
* Resultados
O secretário comemora a redução do número de homicídios no Acre, porém, afirma que o momento é de muito trabalho.
“Tivemos uma redução de 36% de homicídios nos últimos meses, comparando com os três primeiros meses do ano passado. Estamos felizes com o resultado, porém, isso não quer dizer que estamos satisfeitos. Ao contrário, isso nos estimular a trabalhar muito mais.
O gestor destacou também a apreensão, nos últimos meses, de 126 armas, 330 quilos de armamento e a redução de 10% de roubos.
* Transparência
De acordo com Emylson, outro objetivo desta nova gestão é criar um Portal de Transparência. Segundo ele, todas as ações da polícia deverão ser disponibilizadas nesse portal.
“Esse portal terá finalidade principal de apresentar à população, as atividades desenvolvidas pela secretaria e quais os resultados obtidos. Fala-se muito que ninguém vê o que o nós fazemos. A partir de agora estaremos sempre em consonância com nossa comunidade”.