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Dilma e Tião Viana defendem liberdade dos manifestantes

Tião: “Vivemos o estado democrático de direito e pleno”. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

Cerca de cinco mil pessoas foram às ruas da Capital, na tarde do último domingo, para protestar contra o governo de Dilma Rousseff (PT). Grande parte dos manifestantes pedia a saída ou o impeachment da presidente Dilma e protestava contra a corrupção.

Em sua página no Facebook, o governador Tião Viana (PT) comentou sobre o protesto. Ele destacou que os manifestos são bem-vindos em todo país democrático. Porém, nenhuma ação deve ocorrer com o intuito de faltar com respeito às instituições e nunca desrespeitando o resultado de uma eleição legítima.

“Toda livre manifestação é bem-vinda num país democrático. A luta é pela verdade, o respeito às instituições, todavia, nunca pela via do golpismo, da falta de respeito ao resultado de uma eleição legítima”, disse o governador.

Ele ressaltou, ainda, que a atual presidência tem agido no combate a corrupção e alertou para a melhora nos índices de emprego no país.

“Vivemos o estado democrático de direito e pleno. Nunca um governo teve tanta coragem para enfrentar a corrupção. Vivemos com os melhores índices de emprego da história”, destacou.

Tião mencionou também os programas sociais desenvolvidos no governo de Dilma Rousseff. Segundo ele, esses programas “refletem a defesa dos esquecidos das elites”. Para o governador, “o caminho deverá ser sempre o do diálogo, da ética e da verdade”.

Por fim, ele frisou que “manipulação de meios de comunicação cúmplices da corrupção e do oportunismo é caminho covarde do golpismo”.

Protestos mostram que ‘valeu a pena’ lutar por democracia, afirma Dilma
Um dia após os protestos contra o governo em várias cidades do país, a presidente  Dilma Rousseff se emocionou ao falar do assunto durante cerimônia de sanção do novo texto do Código de Processo Civil, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Com a voz embargada, a presidente, ex-presa política durante a ditadura militar, disse que “valeu a pena” lutar por liberdade e democracia.

“Ontem, quando eu vi centenas e milhares de cidadãos se manifestando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade, valeu a pena lutar pela democracia. Este país está mais forte que nunca”, declarou.

Segundo a presidente, o fortalecimento das instituições democráticas no Brasil torna o país “cada vez mais impermeável ao golpismo e ao retrocesso”.

“Um país amparado na separação, independência e harmonia dos poderes, na democracia representativa, na livre manifestação popular nas ruas e nas urnas se torna cada vez mais impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retrocesso”, afirmou.

Segundo a presidente, “nas democracias, nós respeitamos as urnas, respeitamos as ruas”, afirmou . Ela reiterou que governo sempre irá “dialogar” com as manifestações das ruas e,como dois ministros haviam antecipado no domingo, anunciou que pretende enviar ao Congresso medidas de combate à corrupção.

“É assim a nação que todos nós queremos fortalecer. (…) Eu tenho certeza de que o que nós queremos é um lugar em que todos possam exercer os seus direitos pacificamente sem ameaça às liberdades civis e políticas”, acrescentou.

A cerimônia contou com as presenças do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux e do ex-presidente da República José Sarney. Mais cedo, a presidente já havia se reunido com o seu conselho político, formado pelo vice-presidente da República Michel Temer e nove ministros, para avaliar o impacto das manifestações.
Erros

A presidente foi indagada sobre se admitia ter cometido erro de dosagem na condução da economia, ao fazer desoneração tributária de empresas de alguns setores da economia.

“É possível que a gente possa ter cometido algum [erro de dosagem]. Nós gostaríamos muito que houvesse uma melhoria econômica de emprego e de renda. Tem gente que acha que a gente devia ter deixado algumas empresas quebrarem e muitos trabalhadores se desempregarem. Eu tendo a achar que isso era um custo muito grande para o país. Agora, que é possível discutir se podia ser um pouco mais ou um pouco menos, é possível discutir. Agora, isto não explica porque estamos nessa situação. O que explica o porquê é um fato constatado: a economia não reagiu. Ninguém pode negar que nós fizemos de tudo para a economia reagir. Podem falar o seguinte: ‘então era melhor deixar quebrar’. Eu não acredito nisso”, respondeu.

Para Dilma, “em qualquer atividade humana, se comete erros”. “O que não posso concordar é ser responsabilizada por algo que seria pior se tivéssemos deixado. Nós seguramos os 20 milhões e pouco de empregos”, declarou.

Durante a entrevista, a presidente admitiu erro ao responder sobre o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo ela, o governo “errou” ao permitir que o Fies deixasse todo o serviço de matrículas a cargo das instituições particulares de ensino superior. “Cometemos um erro no Fies ao deixar as matrículas a cargo das instituições particulares. Voltamos atrás e estamos corrigindo o problema. Agora, o governo vai disponibilizar as matrículas”, declarou.

A presidente reiterou que o governo tem de ser “humilde” e tem obrigação de abrir o diálogo com todos os setores, mas manter, ao mesmo tempo, uma postura firme. Para a presidente, unanimidade só existe em um regime. “E vocês sabem qual é”, disse. (Filipe Matoso e Fernanda Calgaro, Do G1/Brasília)

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