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Gladson Cameli afirma estar tranquilo quanto à investigação da Operação Lava Jato

Senador disse que foi uma surpresa ver seu nome citado.(FOTO: ASSESSORIA PARLAMENTAR)

Uma semana após ter seu nome divulgado na lista de políticos acusados de receber dinheiro desviado da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, o senador Gladson Cameli (PP/AC) afirma que está com a consciência tranquila e de que muito em breve a sua inocência será provada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista ao jornal A GAZETA, o senador frisou que ficou surpreso ao ver seu nome citado no escândalo da Operação Lava Jato, e de que irá até as últimas consequências para comprovar de que não tem nenhum envolvimento com o esquema de pagamento de propina a políticos por empreiteiras com contrato com a Petrobras.

Cameli reafirmou que sempre pautou sua vida pública pela ética, portanto, buscará provar à sociedade acreana que não está envolvido no escândalo.

“Não deixarei de provar que as acusações incriminadoras não passam de devaneio do acusador, uma vez que não existe notícia ou elementos para abertura de peça administrativa”, disse.

Na entrevista, o parlamentar falou também sobre o primeiro mês de trabalho como senador. Eleito como terceiro-secretário da Mesa Diretora do Senado da República, Glad-son afirma que continuará trabalhando para obter recursos para o desenvolvimento do Estado do Acre.

“Recebi no meu gabinete, em Brasília, prefeitos, deputados estaduais e federais do Acre e reafirmei meu compromisso de continuar trabalhando para que o Estado obtenha recursos para o seu desenvolvimento”.

ENTREVISTA
A GAZETA – Qual avaliação o senhor faz desse primeiro mês de trabalho como senador da República?
Gladson Cameli – Este primeiro mês, foi de muito trabalho. Fui eleito Terceiro-Secretário para compor a Mesa Diretora do Senado, representando mais um desafio para meu mandato. Recebi no meu gabinete, em Brasília, prefeitos, deputados estaduais e federais do Acre e reafirmei meu compromisso de continuar trabalhando para que o Estado obtenha recursos para o seu desenvolvimento. Participei de audiência com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e cobrei soluções para a telefonia móvel da Região Norte. Também estive em reunião com o ministro da Integração, Gilberto Occhi, e pedi atenção especial aos municípios do Acre. Durante a maior cheia da história do Acre, estive ao lado dos acreanos, visitando as cidades atingidas, os abrigos e prestando solidariedade aos desabrigados. No Senado, me tornei um representante da campanha “ACREdite na Solidariedade” e instalamos sete pontos de coleta para arrecadar alimentos não perecíveis, água, fraldas descartáveis e roupas. Todos unidos, somos fortes. Isso é o mínimo que podemos fazer para minimizar o sofrimento das vítimas.

A GAZETA – O senhor sempre desenvolveu um trabalho com a juventude. Como pretende auxiliar os estudantes no caso do Fies?
G. C. – Outro assunto importantíssimo é o meu compromisso com a Juventude. Fiz um requerimento para o ministro da Educação, Cid Gomes, para que ele preste esclarecimentos sobre o Fies. Não é justo que os estudantes sejam penalizados. O que está acontecendo com os estudantes que precisam do Fies para iniciar, ou mesmo, continuar o seu curso de graduação é um desrespeito. Os problemas com financiamento estudantil precisam ser resolvidos. Estamos no começo de um mandato que será de muito trabalho. Os acreanos podem ficar tranquilos, pois continuarei a representá-los no Senado com ética, transparência e eficiência.

A GAZETA – O que podemos esperar do senador Gladson Cameli?
G. C. – O mesmo comprometimento que sempre tive com as questões do Acre. Antes, como deputado federal, fui considerado o campeão de liberação de recursos e emendas para todas as cidades do Estado, sem distinção de cores partidárias. No Senado, estou trabalhando para continuar beneficiando o nosso Estado e agora também todo o Brasil, participando dos grandes temas nacionais. Já me coloquei à disposição de governo e prefeituras e dos colegas Sérgio Petecão e Jorge Viana para que o nosso Estado tenha uma representatividade cada vez mais forte.

 A GAZETA – O Acre vive um momento delicado em decorrência da cheia do Rio Acre. Mais de 80 mil pessoas foram atingidas. Como o seu mandato tem ajudado essas famílias?
G. C. – Minha primeira medida foi entrar em contato com o Ministério da Integração e sensibilizar o ministro Gilberto Occhi, que é do nosso partido, para que fossem tomadas medidas de emergência para socorrer os municípios atingidos. O próprio ministro esteve no Estado e viu de perto a gravidade da situação. Também estamos contribuindo com uma campanha de mobilização em Brasília para arrecadar donativos para as famílias atingidas. Além disso, coloquei meu mandato à disposição do Governo do Estado, da prefeitura de Rio Branco e demais cidades atingidas para auxiliar em tudo o que for possível.

A GAZETA – O seu nome aparece na lista dos supostos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, desvendado pela Operação Lava Jato. Essa acusação é verídica?
G. C. – Não. E as investigações irão provar isso.

A GAZETA – Qual foi sua reação ao receber a notícia de que o STF havia autorizado a investigação de seu nome?
G. C. – Primeiro a surpresa, já que não tenho nem tive qualquer tipo de envolvimento com os principais envolvidos da Operação Lava Jato. Depois veio a sensação de indignação, porque estão tentando atingir a imagem de quem dedicou sua vida política a contribuir para o desenvolvimento do Acre. E agora é o momento da sensação de serenidade, porque eu tenho certeza absoluta que, se as investigações forem corretas, ao final disso tudo vou ganhar um atestado de honestidade fornecido pela própria justiça. E é por essa certeza de que não tenho envolvimento com o caso da Lava Jato que estou hoje, de cara limpa, conversando com as pessoas através dos meios de comunicação.

A GAZETA – O senhor costuma dizer que sempre pautou sua vida pública pela ética. O senhor acredita que esteja sendo vítima de perseguição política?
G. C. – Vamos esperar, as investigações vão dizer. Quem não deve, não teme e acredito na Justiça e principalmente nas minhas ações até aqui na vida pública. Agora, ao contrário do que aconteceu comigo, não vou acusar ninguém sem ter provas. A gente precisa aprender com a história. Tudo o que eu estou passando agora, e minha família também, nós passamos quando o meu tio Orleir Cameli também foi acusado injustamente e depois absolvido. Nós sofremos muito. Na época, fizeram até uma CPI para investigá-lo e não conseguiram achar nada. Porque ele era inocente. Chegou a minha vez de passar por algo semelhante. É assim que eu encaro as coisas.

A GAZETA – O senador Jorge Viana chamou de “vexame” a condução das investigações sobre os desvios na Petrobras. O senhor concorda?
G. C. – Eu sou a favor de qualquer investigação, desde que feita com isenção e justiça. Quero que haja investigação; que a Justiça condene os culpados, mas também que dê o mesmo destaque para os que forem inocentados ao fim do processo.

A GAZETA – O senhor concorda com a divulgação dos nomes dos investigados?
G. C. – Não é mais uma questão de concordar ou não. O Supremo Tribunal Federal decidiu pela divulgação. E o que o Supremo decidir, como cidadão, a gente tem que acatar. Eu respeito, mesmo considerando que o meu nome não deveria estar lá. Agora o próximo passo é esperar o resultado das investigações. Mais cedo ou mais tarde, a verdade aparece.

A GAZETA – Mais de trinta parlamentares do PP estão sendo investigados. O que o partido fará para melhorar a imagem, haja vista que muitos deles já estão condenados pela opinião pública.
G. C – Políticos de partidos importantes estão na lista. Mas a lista ainda não é uma condenação. É uma indicação para averiguações. Então é preciso primeiro esperar o resultado das investigações para separar os que são inocentes daqueles que são realmente culpados. E havendo culpados, não importa o partido, eles têm que ser punidos. A preocupação não deve ser com o PP. Deve ser com o Brasil.

A GAZETA – A Lava Jato e seus desdobramentos podem afetar o andamento da reforma política no Senado?
G. C. – Espero que não, porque esse será um ano especialmente delicado para o país. Estamos no início de uma recessão e é preciso discutir e fazer urgentemente as reformas política, tributária e social para que o país possa se equilibrar e seguir em frente nesse momento difícil.

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