X

Sesacre diz que exame sobre leptospirose em militar teve resultado inconclusivo

 Em entrevista coletiva nesta terça-feira, 17, o secretário Estadual de Saúde, Armando Melo, lamentou a morte do militar e atleta, Euriberto Pereira Gomes e, em seguida, informou que o Estado ainda não tem um diagnóstico definitivo sobre a causa morte. O jovem de 20 anos recebeu alta médica, mesmo apresentando sintomas de leptospirose, da Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito (UPA).

A secretaria adjunta de Atenção à Saúde, Paula Mariano, presente na coletiva, justificou alegando que há uma dificuldade no diagnostico clínico no Estado. “Não foi possível um diagnóstico do exame realizado no Estado em virtude do mesmo ter sido realizado antes de sete dias de incubação da doença. E, nesses casos, é necessário um prazo maior para um resultado mais preciso”, explicou.

A gerente da Vigilância Epidemiológica do Estado, Eliane Costa, afirmou que os exames preliminares acusaram resultado negativo para dengue e inconclusivo para leptospirose. “Para agilizar esse processo, estamos caminhando amostras, se possível, ainda hoje para o Laboratório Evandro Chagas, que nós dará um diagnóstico mais preciso”.

O secretário ressaltou que já foi determinada a abertura do processo investigatório administrativo para apurar se houve negligência médica no atendimento oferecido ao jovem. “Não podemos afastar a possibilidade de negligência, mas precisamos investigar as circunstâncias que se deu todo o processo de atenção ao paciente. Será realizado uma investigação, que contará com relatório individual de todos os profissionais que tiveram contato com o paciente. Após concluída todas as etapas é que poderemos adotar as medidas administrativas e punitivas junto aos conselhos de classe. Sobre a conduta de ele ter sido liberado, isso pertence ao médico, o Estado não interfere na conduta médica”.

Além disso, Armando destacou que o Estado deu a estrutura necessária. Ele foi atendido no local correto, com medicação. “Mas, se ele recebeu alta no dia seguinte, acredito que recebeu a medicação certa. O Estado deu estrutura que o paciente precisava para ser tratado, ele foi internado, medicado e fez os exames necessários”, disse.

O secretário de Saúde confirmou que o médico que liberou o paciente não foi afastado do cargo. De acordo com Melo, o Estado tem até 120 dias, previsto por lei, para concluir as investigações e apontar os culpados, caso seja comprovada o erro médico.

“É sempre precipitado afastar alguém sem termos todas as circunstâncias concluídas. Estamos elaborando os nossos relatórios, porque todo processo administrativo requer uma análise bem criteriosa da conduta de cada pessoa que atendeu. Somente ao final do processo, é que vamos julgar se vai ser necessário punir e qual será a penalidade”, argumentou.

Antes dos primeiros sintomas, Euriberto Pereira Gomes ajudou a sogra durante a cheia do Rio Acre, que atingiu mais de 87 mil pessoas em Rio Branco, em fevereiro e março deste ano. A casa da sogra dele, localizada no bairro João Eduardo, foi atingida pela água e Bebeto ajudou a fazer a mudança.

Vigilância Epidemiológica registrou 472 notificações nos dois primeiros meses de 2015

A gerente da Vigilância Epidemiológica do Estado, Eliane Costa, confirma que não há indícios de infestação da leptospirose no Estado pós-cheia do Rio Acre, pelo menos por enquanto. Os dados, em comparação com o ano passado, apontaram 552 notificações da doença no Estado. Desse total, 202 foram confirmados e sete morreram em decorrência da doença. Os dados são referentes aos meses de janeiro e fevereiro.

Em janeiro e fevereiro deste ano foram realizados 472 notificações. Desse total, 54 foram confirmados. Os dados referentes à primeira quinzena de março ainda não foram divulgados, uma vez que os dados ainda estão sendo organizados e processados.

 

 

 

A Gazeta do Acre: