O Instituto de Pesquisas Empresariais do Acre (Ifepac), por meio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomercio/AC), avaliou, entre os últimos dias 20 e 30 de março, o estado do comércio após a cheia do Rio Acre, na capital acreana. Para a instituição, a percepção dos impactos sobre o movimento de estabelecimentos comerciais diretamente afetados com a enchente foi agravante para a queda das vendas. Aproximadamente 600 empresários do comércio tiveram problemas operacionais motivados pela cheia.
A pesquisa foi realizada em seis bairros da Capital, de modo que quatro tiveram seus espaços alagados e, dois, não passaram pelo problema.
Ainda segundo a avaliação, além do problema da cheia – responsável por prejudicar significativamente a vida de vários locais da cidade – a gestão das autoridades competentes, que foram de suma importância para o funcionamento da cidade durante o período; e a interdição das três principais pontes que ligam os dois distritos da capital, levaram à interrupção das atividades comerciais dos bairros próximos ao Rio Acre.
Centro empresarial
Em contato com 130 empresários de estabelecimentos próximos à área central de Rio Branco, após a cheia do rio, 29% dos comerciantes consideram haver retornado às vendas com normalidade; mas 14% destaca a necessidade de investimentos em capital de giro, especialmente para a reposição de estoque.
Além disso, a pesquisa destaca que 10% do empresariado desta região lamenta o nível de ociosidade sobre as atividades econômicas das empresas, e mais 10% afirma que o segmento com funcionamento precário. Ainda em relação a este empresariado específico, 10% diz estar no aguardo de indenização de danos por parte das seguradoras.
Bairro 15
Segundo o Ifepac, 68 empresários comerciais, 34% avaliam que o funcionamento ainda é precário, com poucas vendas; e 21% está trabalhando para equilibrar as contas. Já 15% do empresariado reclama da falta de condição para reposição imediata do estoque, e apenas 6% já considera a situação do comércio normalizada.
No bairro 15, o transbordamento das águas prejudicou o tráfego de pedestres. Por conta disso, 40% dos empresários da região afirma que as vias principais de acesso foram recuperadas, mas 25% diz que o fluxo de pessoas ainda está reduzido; 7% aponta a necessidade de recuperação de parte do patrimônio público danificado e 25% não se manifestou.
Baixada do Sobral
Na baixada do sol, 23% dos empresários comenta ser impossível a reposição imediata do estoque destruído pelas águas. Outros 19% destaca a necessidade de investimentos para recuperação das instalações e reposição de estoque e 16% lamenta o nível de ociosidade decorrente sobre as atividades econômicas de suas empresas.
Segundo 32% dos empresários da região, a inflação seria o principal fator preocupante para as vendas atuais, embora os efeitos da cheia tenham significativa contribuição. A redução do dinheiro no mercado, de 23%; e a ocupação da população com a recuperação de moradias, de também 23%, podem ser os principais motivos para a baixa atual das vendas do comércio na Baixada da Sobral.
Via Chico Mendes
Segundo 47% dos empresários da Via Chico Mendes, com a vazante do Rio Acre e aceleração do processo de recuperação do funcionamento da cidade, o fluxo de clientes e níveis alcançados estão em queda. 30% debita os prejuízos ao aumento do preço de combustíveis. (Ascom Fecomercio/AC)