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Diálogo: nas águas de um rio estranho

“Acre rio estranho cheio de curvas e barrancos, um rio torto que não vê o mar…”

Ouvir e ver as águas que correm no leito do Rio Acre tem sua magia. Só compreende quem realmente conhece os sentimentos que movem o povo do Aquiri.

Parece canção? É. “Se for um canto, que seja o norte”.

Foi numa dessas manhãs quaisquer, naturalmente quentes e chuvosas – que clima doido meu irmão – que me vi com microfone, caneta e bloquinho de papel nas mãos. Na cabeça um questionamento: o que estou fazendo aqui?

É a paixão que me move e sempre vai me mover. Sempre me permiti (os que me conhecem sabem bem, com muita cautela e agindo com a razão e muita disciplina), sonhar e desafiar-me. Somos povo do Aquiri, somos assim!

Já li que, quando nos preparamos para chegar onde queremos, chegamos até onde nem imaginávamos.

Por mais que me forcem, ou tentem fazer crer que a conveniência me fez ou faz seguir, tenho consciência das convicções que forjam essa ‘metamorfose ambulante’ que sou.

O que te faz diferente não é o lado que está, nem tão pouco são as pessoas que estão lutando com você. É fácil apontar o dedo e bradar: “só faz ou fala isso porque defende os seus interesses ou os seus”. Nada é tão pequeno e desqualificado, que esse argumento. Se é que isso é argumento.

O que nos faz diferentes é o que realizamos com o que absorvemos, quem nunca ouviu isso? Estamos todos em uma constante transformação, mutação ou diferente disso, não é viver.

E aqui façamos a reflexão de que sem a sabedoria, de nada nos vale tanta inteligência. Onde está a sapiência naqueles que soltam o verbo a difamar o contraditório? E onde que há sabedoria no calar, diante da injustiça, da calúnia, do desrespeito?

Falo de amor; De realização; De transformação; De desafio; De compromisso; De atitude; De fraternidade; De solidariedade. É muito positivo para você?

Seja qual for a profissão, o resultado e o reconhecimento é o que buscamos conquistar. E essa não é pessoal, individualizada. É, e sempre será, coletiva.

Sei que é difícil perceber (imagina reconhecer), ou simplesmente aceitar, mas existe um novo além de sua própria visão. E que pode ser diferente, claro, sempre poderá ser melhor. Então trabalhe pra isso, pois da vitória, o reconhecimento é a melhor parte.

E por mais difícil que lhe seja, creia em dias melhores, permita-se, sonhe e desafia-se. Mas, não esqueça, seja onde estiver não será diferente, amor se retribui com amor. Parafraseando o livro de Gil Giardelli: “Você é o que compartilha”.

* Alexandre Nunes Nobre é jornalista.

A Gazeta do Acre: