A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu os geoglifos acreanos na lista indicativa do Brasil para se tornar um patrimônio mundial em 2015. Isso significa que os geoglifos serão avaliados e, posteriormente, poderão ser apresentados ao Comitê do Patrimônio Mundial. Esta pode ser a primeira vez que o Acre terá um bem exclusivamente seu indicado como um patrimônio mundial.
Além dos geoglifos, a nova lista brasileira teve outros cinco monumentos: Teatros da Amazônia (AM e PA), Itacoatiaras do Rio Ingá (PB), Barragem do Cedro nos Monólitos de Quixadá (CE), Sítio Roberto Burle Marx (RJ) e o Conjunto de Fortificações do Brasil (AP, AM, RO, MS, SP, SC, RJ, BA, PE, RN).
A última atualização da Unesco, realizada em 2014, incluiu três patrimônios culturais brasileiros, fazendo com que o país ficasse com 18 bens naturais e culturais. Os três do ano passado foram: Cais do Valongo (RJ), a Vila Ferroviária de Paranapiacaba (SP) e o Ver-o-Peso (Belém/PA). A partir de agora, com os seis novos indicados, serão 24 bens, incluindo os geoglifos do Acre.
Mas o que fazer parte desta lista indicativa representa? A exposição como um patrimônio cultural facilita as iniciativas e esforços para a preservação dos bens, tanto em âmbito local e regional, quanto nacional e até internacional. Também chama a atenção para que entidades representativas e até empresas em contato com a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco explorem, com responsabilidade, o potencial turístico destes bens culturais.
Saiba mais sobre os geoglifos – As primeiras figuras descobertas dos geoglifos foram descobertos em 1927, na linha de Nazca, no Peru. Apenas no final da década de 70, em 1977, eles foram encontrados também no Acre, após um pesquisador notá-los em um voo comercial. Desde então, passaram a ser estudos mais a fundo, ganhando ampla repercussão no Brasil e no exterior. Centenas de figuras já foram achadas e catalogadas aqui.
Os geoglifos são figuras geométricas, feitas de estruturas de terra escavadas no solo e formadas por valetas e muretas. Há um grande mistério sobre que povos teriam construído os geoglifos. Pesquisas arqueológicas indicam a possibilidade de terem sido grupos indígenas que teriam habitado a região leste do Acre e sudoeste da Amazônia em sociedades pré-coloniais. (Foto: Diego Gurgel)