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CARTA ABERTA: “Querido Padre Massimo,”

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
13/05/2015 - 15:29
CARTA ABERTA: “Querido Padre Massimo,"
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Fiquei muito feliz em ler a sua carta direcionada para mim. Pois, desde sempre, o senhor é um referencial em minha vida. Um exemplo como cristão, sempre dedicado a seu serviço e ao amor aos seus semelhantes. Desta maneira, suas palavras me tocaram, pela sensibilidade e carinho em cada letra.

Pela minha formação cristã, pois, também, sou ex-seminarista, como bem sabe, vejo-o como o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas, que deixa as 99 ovelhas que estão apascentadas e vai em busca daquela única ovelha que se perdeu.

Na minha busca incessante pela afirmação de minha vida, existência e ideais, acabei me afastando de alguns valores e posicionamentos, acabei adquirindo uma visão mais crítica em alguns pontos, o que acabou por me endurecer um pouco mais e que me levaram a cometer este protesto. Acabei por incorrer em um solipsismo.

Na tentativa de combater um fundamentalismo extremado por meio de uma performance artística, acabei me posicionando de forma equivocada, pois meu ato se configurou desrespeitoso, principalmente, devido a visão sensacionalista de parte da mídia, que julgou, sem ao menos saber os motivos do meu protesto.

Digo que se configurou, pois em mim não existia a intenção de ofender ninguém. Deixo claro meu respeito por toda as religiões e reconheço o papel fundamental que o cristianismo teve em minha formação. Busquei apenas chamar atenção para os abusos que sofremos diariamente por parte de religiosos extremistas e radicais.

É certo que, no exercício da minha liberdade de expressão, acabei por ferir o direito à liberdade de outros, agora vejo e compreendo isso. Compreendo que errei. Não no conteúdo de minha crítica, mas na forma. Neste ponto, concordo plenamente com o senhor, precisamos buscar outros meios de combate ao fundamentalismo, com diálogo e o respeito mútuo. Do contrário, corremos o risco de nos tornarmos iguais ao que combatemos.

E, por mais que eu possa e tente me explicar, sinto não poder aplacar a fúria e o julgamento, também extremado, daqueles que se posicionam contra meu ato, contra minha pessoa. Em meio a isso tudo, consigo compreender o verdadeiro significado do que seja a intolerância. E isso me faz refletir, que a tolerância e o respeito são essenciais em todas as esferas da sociedade, porquê a sua ausência pode trazer à tona o que existe de mais feio e pernicioso na natureza das pessoas.

Estou sendo perseguido, afrontado e constantemente atacado por pessoas que se dizem cristãs. A luz de tudo o que já vivenciei, acredito que elas não entenderam a verdadeira mensagem de Jesus, pois, se me recordo bem, o princípio fundamental do cristianismo é o amor, incondicional. Pessoas que tiram fotos com suas Bíblias com tom ameaçador e me enviam por redes sociais com ofensas, ou que proferem palavras de ódio a mim, não acredito que vivam plenamente este amor. Por isso, sua carta me tocou tanto e me levou a uma profunda reflexão.

Se me recordo bem, outro importante ensinamento que o senhor me deu, no decorrer de minha formação, é o que devemos ser rápidos em perdoar e lentos em condenar. Todos somos passiveis de incorrer em erro e a possibilidade de nos corrigirmos geralmente vem seguida de perdão.

Da mesma forma que me posiciono contra as coisas que não acredito, existem outros que o fazem, e entendo toda esta revolta de alguns que se dizem cristãos. Reconheço, padre, que posso ter exagerado, porém, creio que, mesmo de maneira equivocada, acabei por trazer à tona um importante debate para a sociedade em que vivemos, o da tolerância, principalmente, em um mundo que o fundamentalismo parece crescer. Neste sentido, a performance surtiu efeito. Por outro lado quero pedir desculpas a todos os Cristãos não radicais que se sentiram ofendidos, pois, definitivamente, esta não foi a intenção.

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Exemplo melhor disso, são as muitas pessoas dignas do meu respeito, que mesmo não aceitando o que fiz, entenderam o que busquei denunciar e me apoiam neste momento tão complicado de perseguição. Já perdi meu trabalho e, como já disse, estou recebendo diversas ameaças, inflamadas por personalidades religiosas públicas e pela mídia sensacionalista.

Não acredito que ferir um princípio constitucional de liberdade de crença, pudesse, além de me imputar uma penalidade, fazer surgir uma inquisição. E isto, em pleno século XXI, me deixa assustado e me faz pensar, que meu ato não foi vazio de razão.

Espero que toda esta polêmica tenha servido para algo, esta também é a função da arte. Que nem sempre é puro entretenimento e também tem a função de incomodar e trazer a reflexão. Lembremos do ocorrido com o atentado na revista Charlie, quando o mundo debateu os limites da arte e o perigo do crescimento do fundamentalismo religioso, no caso Islâmico.

Pelo menos, o que desejo, é que as pessoas possam ter refletido e tirado algum aprendizado e reflexão. Para mim, todo o ocorrido, só fortaleceu alguns conceitos que tenho previamente estabelecidos: de que existe muita coisa podre na política, que a mídia usada de má-fé pode ser algo totalmente destrutivo e trazer prejuízos irreversíveis e que o fundamentalismo religioso também e outras formas impositivas de posicionamento, devem ser combatidas prioritaria-mente no campo das ideias, mas com o bom uso da razão.

Para mim, seu apoio neste momento é fundamental, pois meu caso, ultrapassa os limites da simples compreensão das pessoas, uma vez que se percebe um jogo de interesses bem maior em torno da questão, que já não diz respeito somente aos cristãos e a queima da Bíblia, mas ao oportunismo político em torno dos fatos.

Assumo as consequências dos meus atos e reconheço que minha crítica poderia ter sido feita de uma outra forma, menos agressiva. Por fim, querido padre, obrigado por suas palavras, pois reacende a esperança em meu coração e a certeza que nem todos os religiosos são fundamentalistas e que acreditar o contrário é cair no mesmo erro.

Sem mais, deste que sempre irá lhe admirar enquanto sacerdote, mas acima de tudo como o ser humano, amigo verdadeiro e modelo para aqueles que se dizem cristãos”.

*Carta de Roberto Oliveira, ao padre Mássimo Lombardi

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